Por Larissa Rocha
Já passavam das 3 horas da manhã quando o quarto e último carro da Unidos de Padre Miguel, quinta escola a desfilar na noite desta sexta-feira, entrava na Avenida para encerrar a homenagem a Dias Gomes, um dos maiores autores brasileiros, cujas obras estão até hoje nas nossas memórias.
Intitulado “Na apoteose do absurdo, viva santo Dias” o grandioso carro composto por galos, muitas cores e Dona Redonda já dizia a que veio, era a vez de falar de uma das obras mais lúdicas de Dias Gomes, Saramandaia, que brilhou na teledramaturgia em 1976 e ganhou um remake em 2013. Na trama, a cidade de Bole-bole encontra-se em meio a uma discussão sobre a mudança de nome para Saramandaia, proposta pelos mudancistas. Os tradicionalistas, por outro lado, querem manter o nome.
No carro, cidadãos bole-bolenses como Lobos e Donas Redondas se misturavam a artistas, familiares e amigos de Dias Gomes. Enquanto esperava para subir no carro, Luiz Felipe Borges, marido de Renata Dias Gomes, neta do escritor, se emocionou ao falar sobre o autor.
“Saramandaia foi uma das obras mais importantes dele, e não poderia faltar no desfile. A escola está linda, o João entende a obra do Dias e conseguiu unir isso tudo, está incrível!”, contou.
Lauro Piuma, ator e componente do carro, diz que a alegoria representou o realismo fantástico de Dias Gomes.
“O carro mostrou tudo o que a arte e o mundo lúdico dele representa para nós artistas, a cultura popular brasileira está presente aqui”, apontou.
André Souza, que desfila na UPM há 28 anos, considera a homenagem ao romancista muito justa.
“Ele foi um autor muito importante, por isso devemos homenageá-lo, esse carro acrescenta muito ao desfile, lembro bastante da novela e do sucesso que fez na época, ele merece tudo isso”, celebrou.