Isadora Salles sempre sonhou em ser passista, a jovem conseguiu realizar o sonho, foi além, hoje é princesa de bateria e está prestes a alcançar mais um desejo, participar de um reality show. Isadora é uma das sortudas que vão integrar o Carnaval Wall. O site CARNAVALESCO conversou com a beldade sobre saudades dos desfiles e o que ela pretende fazer com o dinheiro caso seja a grande vencedora.
– O que representa participar do primeiro reality show do carnaval?
“É muito gratificante, ainda mais por eu ser muito nova. Acredito que dentro do carnaval eu já tenha muitas realizações pessoais e participar desse programa será mais uma. Estou muito feliz, espero que todos acompanhem e que gostem bastante. Será uma surpresa pra todo mundo”.
– O que o público pode esperar da sua participação no programa?
“Acho que vai ficar nítido pra todo mundo é que não consigo esconder nada, se estou feliz é nítido, se estou brava é nítido, se não gosto de alguém também fica nítido. Sou uma pessoa que não gosta de forçar situações, forçar jeito, gostar ou não gostar, não sei. Sou muito sincera com tudo isso e sou extremamente palhaça, se tiver uma oportunidade pra dar uma risada, eu tô lá. Além disso, sou muito determinada, nas provas pretendo dar tudo de mim. Não prometo ganhar todas, afinal de contas temos outros competidores e não subestimo os parceiros da casa, tenho certeza que eles estão indo com a mesma gana que eu”.
– Sem desfile em fevereiro e os ensaios o programa pode amenizar essa saudade dos sambistas?
“Acho que é relativa a questão de amenizar a saudade. Creio que as pessoas da minha escola que acompanharem vão ficar felizes em poder me ver, matar essa saudade. Dependendo das dinâmicas que forem realizadas dentro da casa, vai remeter bastante ao carnaval, então vai dar pra gente ter um gostinho, porém, na minha cabeça é uma coisa muito clara, não tem como suprir a falta que o carnaval faz pra quem trabalha com isso. Trabalho diretamente com o carnaval e sei a falta que me faz, tanto profissionalmente quanto pessoalmente. Não ter o contato com as pessoas da minha comunidade, não ter aquele calor, aquela troca de energia. Pra mim isso é muito importante, é um combustível pra mim. Estou morrendo de saudade de todo mundo, dos meus amigos do carnaval, de todas as pessoas da minha comunidade. Mas creio que o programa será muito satisfatório pra todo mundo, acho que todos vão gostar, mas a saudade ainda vai apertar, só vai acabar quando as coisas estiverem normalizadas e a gente puder celebrar nossa festa que a gente tanto ama”.
– Conte sua história com o carnaval? Seu primeiro desfile e o que já fez.
“Minha história no carnaval começa com o extinto concurso de Musa do programa Caldeirão do Hulck. Acompanhava pela televisão e meu sonho era me vestir igual aquelas mulheres maravilhosas, era bem fascinada por isso. Meu primeiro desfile foi em 2009, na Estrela do Terceiro Milênio. Desfilei na ala das crianças e minha mãe na ala de passistas. Vendo minha mãe se arrumar pros ensaios, vendo-a dançar fiquei fascinada. Meu sonho era desfilar sambando, mas era muito pequena, tinha oito anos e tive que esperar um pouco. Durante essa espera fiz curso de mestre-sala e porta-bandeira, fui baianinha, depois fui pra bateria. Antes de virar passista desfilei como ritmista em umas coirmãs (Estrela do Terceiro Milênio, Vai-Vai, Peruche, Tom Maior). Em 2014 foi meu primeiro desfile como passista na Dragões da Real, que digo que foi onde me realizei como sambista. Mesmo como passista, segui desfilando como ritmista em outras agremiações porque ser ritmista é outra paixão que tenho. Em 2017 participei do concurso que elege a corte mirim, juvenil e infantil do carnaval de São Paulo e ganhei representando a Dragões como Rainha juvenil do Carnaval de SP. Em 2019 recebi o convite pra ser princesa de bateria da minha escola, com certeza foi um dos momentos mais mágicos que eu poderia viver no carnaval”.
– O que pretende fazer com o prêmio de R$ 5 mil caso vença o reality?
“Não pretendo fazer nada de extraordinário. Como já falei, o carnaval também é uma fonte de renda pra mim. Trabalhava diretamente com o carnaval e essa pandemia abalou todo mundo. Esse dinheiro com certeza vai servir como um fundo, uma garantia pra se as coisas apertarem eu não esteja desamparada porque trabalhar por conta própria é muito complicado. Quando você tem uma agenda é muito bom porque não tem teto, piso salarial, você ganha o que você produz, gosto dessa liberdade, porém, quando chegamos em situações como essa pandemia você se vê sem ter pra onde correr. Você precisa se reinventar, se adaptar pra sobreviver, então, com certeza, esse dinheiro será meu pé de meia”.