Pelo terceiro ano consecutivo, a Central Carioca de Intérpretes de Libras (CCIL) da Secretaria Municipal da Pessoa com Deficiência e Tecnologia realizou o Carnaval Inclusivo, projeto voltado para a tradução dos sambas-enredo das escolas do Grupo Especial para a Língua Brasileira de Sinais. Com o intuito de trazer mais acessibilidade à festa carioca, o programa contou com a participação de deficientes auditivos em sua concepção.

As gravações foram realizadas em janeiro e os vídeos foram postados nas páginas das redes sociais da Secretaria no começo de fevereiro, terminando no último sábado, dia 22. Assim, todos os deficientes auditivos teriam a oportunidade de aprender os sambas antes dos desfiles. Renata Lúcia, 41 anos, intérprete de Libras da CCIL participou do projeto e falou ao site CARNAVALESCO sobre a experiência.

“Meus pais eram surdos, então sei Libras desde pequena. Foi a primeira coisa que aprendi”, disse a intérprete, que tem a língua de sinais como seu primeiro idioma. Para ela, é importante passar a emoção que a escola tem na Avenida para aqueles que não conseguem ouvir, mostrando o enredo e o conceito da agremiação.

Ricardo Boaretto, deficiente auditivo de 37 anos, também vem de uma família de surdos. Ele afirmou que sua participação elevou o projeto a ‘outro patamar’, pois como surdo entende e consegue transmitir toda a informação de forma clara.

“Muitas vezes, alguns deficientes que veem traduções de músicas se perguntam do que se trata. Qual é o conceito, o ritmo, se é para dançar. Nessa tradução dos sambas em Libras que a Secretaria fez, eles conseguiram sentir a mesma coisa que um ouvinte. A emoção, a felicidade! A equipe da tradução foi maravilhosa e eu sinto muito orgulho”, disse ele, que já nasceu surdo e espera que no futuro a língua se fortaleça e que todas as pessoas possam aprendê-la.

Além da iniciativa, o projeto Carnaval Inclusivo da Secretaria também distribui ingressos para deficientes e seus acompanhantes assistirem às escolas na Marquês de Sapucaí. Para Henrique Alves, deficiente físico, ter a oportunidade de sair de casa em uma época de festa tendo uma estrutura acessível como a do setor 13 é maravilhoso.

“Sempre amei Carnaval. A cidade do Rio não é acessível, mas aqui, na Marquês, tive a oportunidade de curtir um pouco da festa carioca. O local é ótimo”, completou. A entrega dos convites aconteceu entre janeiro e fevereiro deste ano e levou mais de 200 pessoas para a Avenida.

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