Por Vinicius Vasconcelos
Retornando ao Grupo Especial no último carnaval, a Imperatriz do Forte conseguiu realizar o feito mais desejado de todas as escolas que conseguem o acesso, permanecer na elite. Apesar das dificuldades financeiras o carnavalesco Elídio Neto almeja uma colocação ainda melhor em 2020. Com o enredo “Das terras de Vila Rica a Vila Nova do Espírito Santo. Imperatriz engalanada apresenta rota imperial de São Pedro de Alcântara” a escola vai contar as histórias dos imigrantes que vieram para o Estado, como conta o artista ao site CARNAVALESCO.
“O enredo surgiu de uma proposta da comissão de carnaval. Fizemos uma pesquisa e decidimos abraçar a ideia. Temos como fio condutor a condição histórica que é da vinda da família real portuguesa para o Brasil. Brincamos com o passado e presente que eles se encontram já pensando no futuro, preservando sempre sua história. A vinda da família real tem uma ligação muito forte com as minas localizadas no Espírito Santo. Viemos contando a história deles e de quando as colônias foram geradas em suas respectivas regiões”, explica.
Apesar de ser um enredo histórico, o carnavalesco decidiu fazer um paralelo dos tempos de colônia com os dias atuais. Onde havia a disputa de poder e os menos favorecidos eram os mais prejudicados.
“Hoje no Brasil temos vivido um caminho similar aos tempos de colônia onde havia briga de poder. A cobrança de impostos super alta, massacres relacionados a mulher negra e aos índios. Isso não está tão distante da história. Quando o enredo foi proposto pensei que seria interessante ter uma pegada política social. Não quero tratar como crítica, mas pontuar determinadas situações é extremamente necessário”.
Elídio afirma que mais uma vez não será um ano fácil para a escola que só em vê-la passar completa na avenida já é um orgulho para ele e a comunidade.
“Esse ano está sendo complicado. Primeiro porque é um tema que precisa de um requinte muito grande, se tratando da qualidade em material e do que precisa ser falado. Queremos mostrar riqueza e isso necessita de muito brilho. Nosso Estado tem a dificuldade de que não temos fácil acesso a certos tipos de materiais, o custo é caro e nossos recursos são pequenos. Tudo isso faz com que a gente tenha que imaginar e procurar formas de transformar um material inferior em algo de boa qualidade. Quando chegar na avenida a escola inteira completa vai impactar. Porque está sendo mais um carnaval difícil no quesito financeiro. Brigar por posição melhor para nós é uma coquista. Não temos quadra, não cobramos ingressos em ensaios. A comunidade e os parceiros que contribuem para que a escola desfile da melhor forma possível”, desabafou o carnavalesco.
Setor 1
A vinda da família real portuguesa em sua nova casa brasileira.
Setor 2
As terras de Minas Gerais.
Setor 3
A memória dos caminhos que foram eternizados. Rota real no Espírito Santo
Setor 4
A estrada real