Uma figura que não pode faltar no carnaval carioca é o coreógrafo Carlinhos do Salgueiro. Dessa vez, o público pôde vê-lo na Inocentes de Belford Roxo, última escola a desfilar pela Série Ouro, em 2023. O seu grupo performático veio representando o “Barreiro do Vale do Mulembá” e, durante a apresentação, os componentes iam sujando suas roupas brancas de barro.
Um diferencial desta ala é o fato de ser composta por pessoas estrangeiras em sua maioria. É o resultado do método Samba Diva de Carlinhos que ajudou a levar o samba no pé para fora do Brasil. Essa foi a oportunidade de trazer suas pupilas para um desfile carioca.
“Hoje é especial porque, há 6 anos atrás, eu fundei a minha técnica ‘Samba Diva’ lá fora e, pela primeira vez, eu vou ter o prazer de trazer as minhas alunas para dançar comigo. A gente vai fazer uma loucura com meu povo e elas”, contou o coreógrafo.
Não houve seleção para escolher as alunas que participaram, bastava querer. No fim, a ala trouxe 70 pessoas vindas de países como Canadá, Austrália, Suécia, França, México, Polônia, Peru e Colômbia.
“Na coreografia, a gente faz alguns passos de samba, com alegria e interação. O principal é que o corpo fala, não precisa de brilho. O fator principal é fazer o corpo falar”, explicou Carlinhos.
Para conciliar o trabalho no Salgueiro e na Inocentes, o dançarino disse que, na primeira, o trabalho começou a ser pensado bem antes. Isso facilitou que as duas concepções fluíssem.
“Eu não posso deixar de vir para a Belford Roxo. É uma escola que me abraçou há muito tempo. Eu adoro o Reginaldo [Gomes, presidente da escola] e o carnavalesco [Lucas Milato]. Eu já desfilei aqui umas quatro vezes. Eu sempre vinha como convidado e levava um grupinho, dessa vez eles oficializaram algo mais artístico”, disse o coreógrafo.
O público tem o próximo encontro marcado com Carlinhos neste domingo. O Salgueiro será a quinta escola a desfilar com o enredo “Delírios de um Paraíso Vermelho”.