Até 2024, a Tom Maior era uma escola em franca ascensão no carnaval paulistano. Desde quando tinha voltado pela última vez ao Grupo Especial, em 2017, a agremiação contava com dois quartos lugares em apurações com desfiles memoráveis. No ano citado, entretanto, veio o baque. Com um enredo aclamado e um desfile esteticamente elogiado, a agremiação da Zona Oeste foi rebaixada. Em 2025, reeditando a clássica apresentação de 2009, intitulada “Uma nova Angola se abre para o mundo! Em nome da paz, Martinho da Vila canta a liberdade!”, a instituição foi campeã do Grupo de Acesso I e retornou à divisão de elite da folia paulistana. Sobre período tão atribulado da história da vermelho e amarelo, o CARNAVALESCO conversou com Carlos Alves, o Carlão, presidente e mestre da Tom 30, bateria da instituição, focando nas funções administrativas do profissional. A entrevista foi realizada antes da entrega do Estrela do Carnaval 2025, organizado pelo CARNAVALESCO.
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Volta por cima
Apontada como uma das favoritas para o Grupo Especial de 2024, a Tom Maior encerrou a apuração em uma decepcionante 13ª colocação. Pior que a classificação em si, apenas o rebaixamento em um ano que poderia ser o da consagração da tradicional escola. A prova do trabalho bem feito pela instituição apesar da queda de divisão foi a conquista do Estrela do Carnaval na categoria “Melhor Conjunto de Alegorias” daquela temporada.
Assim como acontece com toda escola que vai para o Grupo de Acesso I, a Tom Maior teve que sair da Fábrica do Samba e montar o Carnaval 2025 nos barracões da Fábrica do Samba II, popularmente conhecida como FUPE, já que a área, próxima do Shopping Center Norte, antigamente, pertencia à Federação Universitária Paulista de Esportes. Sobre a montagem do desfile de 2025, Carlão não escondeu as dificuldades: “Foi um ano em que nós sofremos muito por conta da saída da Fábrica do Samba. Foi um ano longo. Mesmo assim, com o trabalho muito bem feito da nossa equipe, entregamos um carnaval de altíssimo nível e obtivemos o nosso objetivo: o retorno ao Grupo Especial com o título”, destacou.
Retorno
O acesso a uma divisão superior é marcado por alguns momentos canônicos. O primeiro deles, obviamente, é a explosão na nota que garante a subida a um patamar mais elevado na hierarquia das escolas de samba. Instantes depois, é a hora do anúncio oficial no Sambódromo, para que todos estejam cientes e para que a chancela oficial seja dada. Na sequência, a entrega da taça. Fora da passarela, é a hora de comemorar com a comunidade em uma festa que não tem hora para encerrar.
Após um dia tão agitado como o da apuração, um novo momento tornou-se especial para quem volta ao Grupo Especial desde a inauguração da Fábrica do Samba: o de assumir um dos barracões destinados às escolas do principal pelotão do carnaval paulistano. Carlão resumiu o que representou tal ato: “Voltar para a Fábrica do Samba foi o momento em que caiu a ficha de que voltamos. Com todo o respeito, é um local muito melhor que o espaço onde estávamos, o que nos dá muito mais possibilidades de fazer o desfile grandioso que a Tom Maior está acostumada”, projetou.
O Estrela do Carnaval 2025 premiou a Tom Maior em três categorias do Grupo de Acesso I: Melhor Samba, Melhor Bateria e Melhor Intérprete – o microfone principal da vermelho e amarelo é comandado por Gilson da Conceição, o Gilsinho.
Sucinto
Carlão também foi perguntado pela reportagem sobre qual foi o aprendizado que a Tom Maior teve ao longo do ciclo para o Carnaval 2025 após o rebaixamento. A resposta foi enfática: “Aprendemos que não pode errar”, finalizou.