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Capela Imperial luta forte pelo acesso e Asa Norte entra com tudo buscando o campeonato em Brasília

Escolas fizeram grandes desfiles, público na arquibancada aprovou e almejam o melhor resultado possível

Na noite do último sábado, ocorreu o segundo dia de desfiles de Brasília. Desta vez, seis escolas do Distrito Federal se apresentaram para totalizar as 13 que fazem parte da folia. O apresentador, Milton Cunha, comandou a live do CARNAVALESCO e ainda anunciou todas agremiações para o público. Falando da pista, a Vicente Martins e ARUC ganharam dois adversários fortíssimos. A Capela Imperial e a Asa Norte. Essa última é a atual tricampeã seguida há nove anos atrás e pretende buscar mais um caneco. Com o enredo “Mulheres pretas do Brasil”, a escola levou um forte desfile para a avenida com um grande contingente e destaque para o conjunto impecável dos quesitos. A Capela Imperial, do Acesso, vai brigar forte com a Vicente Pires. Uma escola totalmente organizada e que cantou forte na passarela.

Portanto, no balanço geral, quatro escolas se destacaram: Vicente Pires e Capela Imperial pelo Acesso e ARUC e Asa Norte estão na briga pelo grande título. A agremiação que levar fará história. Será marcada como aquela que levou o campeonato após nove anos de paralisação. Agora, resta ver a apuração neste domingo.

Grupo de Acesso

Acadêmicos do Riacho Fundo II

Primeira escola a desfilar no sábado, a Riacho Fundo levou para a avenida o enredo “Em volta da mesa, um brinde com vinho português e a cachaça brasileira: ‘Tim tim’ Riacho Fundo”. O desfile teve como ponto positivo a comissão de frente, onde fizeram uma encenação dentro do samba coreografando pela pista toda. Em determinado momento usavam correntes em uma espécie de cabo de guerra.

Sem contar a bateria e comissão de frente, a agremiação levou seis alas para a passarela Marcelo Sena, só que apenas uma era a ‘popular’. As outras eram de coreografias, baianas e passistas. A harmonia não fluiu e poucos componentes sabiam cantar o hino.

Houve uma pequena falha na evolução nas cabines do meio. O casal de mestre-sala e porta-bandeira demorou para estender o pavilhão dentro da coreografia, a ala atrás avançou rapidamente e deixou um buraco entre os componentes e o carro abre-alas, mas tal erro foi rapidamente corrigido. Falando sobre o casal, a dupla teve um desempenho satisfatório.

Capela Imperial de Taguatingá

Com o enredo “Taguatingas: A ave branca”, a escola fez um grande desfile nesta noite. Pode brigar pelo acesso ao Grupo Especial, pois todos os quesitos foram efetuados de forma correta. O canto da comunidade ecoou muito forte. Isso deu para notar nas paradinhas que a bateria de mestra Maiara realizou nos últimos versos com passagem para o refrão principal. Realmente foi um show de batucada. Um ‘open’ de bossas que levantou e esquentou o público presente na arquibancada. Contudo, há de se ressaltar que o nível está acirrado com a Vicente Pires.

Vale destacar o intérprete Nino do Milênio, mais um grande cantor carioca assumindo os microfones de uma escola de Brasília, assim como Nêgo, Wantuir e Ito Melodia.

A comissão de frente com um componente simbolizando um índio com cajado na mão e outras integrantes femininas fizeram uma grande apresentação. Uma mistura de coreografia padrão com dança encenada deram o tom.

E o outro destaque positivo foi o casal de mestre-sala e porta-bandeira. A dupla parou em frente a cabine de jurados e fez uma coreografia muito criativa dentro do samba-enredo.

Acadêmicos de Santa Maria

“No vôo da Coruja! O folclore que encanta o Pará”, é o enredo que levou a escola verde e branca para a avenida. O começo com a comissão de frente foi satisfatório. Uma bela apresentação com encenação de pescadores no barco e outros personagens fazendo o papel de rio.

Entretanto, a agremiação teve sérios problemas com alegorias. Não deu para identificar qual local onde o abre-alas ficou localizado. Se houve um pequeno tripé após a comissão com o nome da escola e outro de uma santa. Um carro alegórico de verdade mesmo foi aparecer no final do desfile, porém com falhas de acabamento. Havia esculturas de cabeças de onças, papagaios e uma criatura na frente, mas para esconder os erros se colocou panos das cores marrom e verde.

A Santa Maria foi mais uma escola de Brasília que sofreu com o canto. Nitidamente os componentes não sabiam o samba ou simplesmente não cantavam. A bateria tentou acelerar o andamento.

O casal de mestre-sala e porta-bandeira optou por fazer uma apresentação estratégica. Em análise na cabine do meio, observou-se uma dupla que realizou apenas os giros horário e anti-horário. Não realizaram a coreografia dentro do samba.

Grupo Especial

Mocidade do Gama

A escola apresentou uma comissão de frente com muita criatividade. A ala adotou uma estratégia de se apresentar apenas nas cabines de jurado. Ou seja, parte das arquibancadas não conseguia ver muito a encenação. Porém, a atuação consistia em São Jorge, enredo da agremiação, ficar parado entre guardiões em um primeiro momento dentro do pequeno tripé e após ocorrer algumas trocas de elenco. O detalhe principal é que essa mudança eram as mesmas pessoas, que se trocavam em um instante e voltavam para a pista com o novo figurino.

Os carros alegóricos foram destaques da Mocidade, apesar de uma pequena falha na último. O abre-alas teve uma ideia interessante. Conseguiram de forma satisfatória reproduzir a Capadócia de Jorge. O carro era todo dourado em formato do próprio castelo, além dos balões, dando um contraste interessante no desfile. Vale destacar as outras duas alegorias, a segunda levou a famosa imagem de São Jorge matando o dragão. E a terceira alegoria tinha a imagem do orixá Oxalá, dando a entender que o carro representa o sincretismo religioso.

Há de se destacar a bateria. Apresentou bossas interessantes para marcar o samba. A batucada da Mocidade levou o instrumento lírio. Vale a ousadia e a inovação sempre.

Pode-se dizer que qualquer vacilo de qualquer coirmã na apuração, a Mocidade da Gama estará ali para atrapalhar. O enredo “Jorge da Capadócia – Santo Guerreiro: Mocidade canta em devoção!” fez sucesso na Avenida.

Bola Preta de Sobradinho

Com o enredo “Bola Preta de Ser”, a escola teve um desfile com altos e baixos. Primeiramente, estava dando tudo certo com a comissão de frente. Uma coreografia, livre, sorridente e de encantar. Porém, perto da cabine do meio, três calçados de componentes saíram. Os erros são visíveis e provavelmente vão perder pontos por isso.

O pior problema foi por volta dos 25 a 28 minutos de desfile. Por essa minutagem os desfilantes, orientados pela harmonia, começaram com uma correria um tanto desnecessária, visto que o tempo ainda era folgado. Os buracos foram inevitáveis, tanto entre as alas, como nas fileiras dentro. Principalmente, após a ala dos bois. Tal momento complicado de evolução durou mais de metade da avenida

Um ponto positivo da escola é que, diferente das outras, a maioria dos componentes sabiam o samba. A melodia do carro de som foi colocada para frente e os desfilantes deram o gás necessário em suas vozes. O hino de letra leve e entendimento fácil também ajudou.

Analisando o casal de mestre-sala e porta-bandeira na cabine central dos jurados, notou-se uma apresentação segura. O foco da dupla foi executar os movimentos horário e anti-horário de maneira correta.

Acadêmicos da Asa Norte

Talvez, a mais aguardada, devido ao tricampeonato seguido antes da paralisação dos desfiles em Brasília (2012, 2013,2014), a Asa Norte levou o enredo “Mulheres pretas do Brasil”. E foi um grande desfile. Com certeza entrou na disputa com a ARUC pelo campeonato.

A comissão fazia um lindo ato cênico. Como o enredo se tratava de mulheres pretas, componentes da ala faziam danças e encenavam em volta de uma personagem que representava uma Preta Velha. A integrante, vestida toda de branca e com manta cinza, estava com uma bengala. Ora ficava presa em uma jaula, simbolizando o sofrimento. Sem dúvida, foi a comissão de frente mais impactante do Grupo Especial.

O abre-alas teve um grande contraste esteticamente. Muita iluminação vermelha na parte debaixo junto com as esculturas. No centro havia um navio. Provavelmente simbolizando os negreiros, com a chegada delas no Brasil, a princípio como escravas.

Entre todas as escolas que passou na avenida, a Asa Norte foi a que apresentou o samba mais forte. Mesmo assim, igualou o nível de canto da ARUC, que é a grande adversária para vencer o carnaval.

Em análise na cabine central, o casal de mestre-sala e porta-bandeira fez um desempenho para lá de satisfatório. A coreografia dentro do samba respeitou toda a melodia e fez sentido com a letra, além dos giros horário e anti-horário que a dupla realizou.

Vale ressaltar que devido ao enredo, várias mulheres pretas foram homenageadas no desfile, como Alcione, Dona Ivone Lara, Leci Brandão, entre outras.

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