Três meses após uma disputa acirrada de sambas-enredo, a Em Cima da Hora gravou a faixa vencedora para o disco da Liga-RJ. Com o enredo “Ópera dos Terreiros – O Canto do Encanto da Alma Brasileira”, desenvolvido pelo artista Rodrigo Almeida, o intérprete Charles Silva conversou com a equipe de reportagem do CARNAVALESCO no estúdio localizado em Marechal Hermes. Ele estava no comando do carro de som da Estácio de Sá no último carnaval, por isso avaliou como foi o trabalho na gravação para o ano que vem.
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“É sempre um sentimento maravilhoso. Mais um ano fazendo parte do álbum da Liga-RJ, neste ano com um grande samba. Tenho certeza que será um ótimo resultado, com o que planejamos junto ao carro de som e ao mestre de bateria. Nós dois estamos com ideias bem legais”.
O samba-enredo é dos compositores Caxias Gilmar, Guilherme Karraz, Marcio de Deus, Marquinhos Beija-Flor, Orlando Ambrosio, Serginho Rocco, Richard Valença, Bruno Dallari, Pedro Poeta, Lucas Pizzinatto, Guto Melcher, Marcelinho Santos, Viny Machado, Jacopetti e Guinho Dito. A música traduz o enredo escrito pelo pesquisador Anderclébio Macêbo sobre os terreiros no Brasil, espaços de conexão com o segredo para as religiões de matrizes africanas, além de ter como inspiração o espetáculo produzido por Aldo Brizzi e Jorge Portugal. Desse modo, Charles explicou como é o trabalho de voz para segurar um enredo potente.
“Precisa ter a emoção neste momento. Eu coloco emoção em tudo o que faço, principalmente cantando, seja em um ensaio qualquer, seja em uma gravação que ficará para a eternidade. Tem que ter o equilíbrio entre a técnica e a emoção”.
Mestre de bateria
Léo Capoeira, mestre de bateria, segue após o trabalho no último carnaval resultar em duas notas dez e em duas notas 9,9. Para o próximo ano, ele avaliou o trabalho e o que podemos esperar na gravação.
“É o meu terceiro ano consecutivo a frente da bateria, então é mais um ano. Graças a Deus, nós estamos com algumas coisas organizadas em mente, aqui iremos organizá-las para a gravação. Nós iremos fazer uma introdução e uma bossa só, porque queremos deixar as surpresas para o desfile”.
O mestre da “Sintonia de Cavalcante” contou como pretende trazer a sonoridade afro-religiosa no samba-enredo. “Iremos utilizar as congas, as quais possuem os ritmos para fazer um som afro e um som do candomblé necessárias para a gravação”.
Em 2025, a Em Cima da Hora irá se apresentar na sexta de carnaval, primeiro dia de desfiles da Série Ouro, sendo a sétima escola a cruzar a Marquês de Sapucaí.