O carnavalesco Cahê Rodrigues, em participação na live “Resenha dos Sambistas”, comandada por Junior Escafura, falou sobre o desfile de 2017 da Imperatriz Leopoldinense, “Xingu, o clamor que vem da floresta!”. A verde e branco terminou na sétima colocação. O enredo teve autoria do próprio Cahê com Marta Queiroz e Cláudio Vieira. Atualmente, Cahê está na União da Ilha e divide o processo de produção do carnaval com Severo Luzardo.
“Foi a realização de um sonho. Sempre tive vontade de fazer esse enredo. Com todas dificuldade, eu acho que foi um grande desfile. Fizemos história naquele carnaval. Foi um enredo com uma mensagem muito importante. Enfrentamos no pré-carnaval um mal entendido com o agronegócio”, disse Cahê.
O Ministério Público Federal (MPF) promoveu hoje, Dia Nacional de Luta dos Povos Indígenas, um seminário online para debater os riscos envolvidos na mineração em terras indígenas e a nova regulamentação proposta para a atividade. O projeto de lei foi apresentado no ano passado ao Congresso pelo governo federal (Projeto de Lei 191/2020).
A líder indígena Sonia Guajajara disse no encontro que interessados na aprovação da lei “promovem conflito entre os indígenas”, mas que a estratégia não deve funcionar, em sua avaliação, devido à atuação de diversas lideranças e à experiência que os próprios povos indígenas já têm com o garimpo e a mineração. “A gente já sabe bem que destrói não só o meio ambiente como o modo de vida das pessoas, sem contar a contaminação das águas”, afirmou ela.
Outro palestrante no evento foi Davi Kopenawa, liderança yanomami que há décadas luta contra a presença de garimpeiros em terras indígenas. “Não queremos mineração em terra yanomami”, resumiu ele.
Em nome do Instituto Socioambiental (ISA), que atua em defesa dos direitos dos povos indígenas, Mauro Santilli frisou que a Constituição prevê a autorização pelo Congresso de cada empreendimento mineral em terra indígena, e que flexibilizar isso “pode ser um quadro trágico para o futuro”.
O presidente da Fundação Nacional do Índio (Funai), Marcelo Xavier, destacou a importância da autonomia dos povos indígenas.
“A nova Funai entende que é através do etnodesenvolvimento e auferição de renda que nós podemos levar dignidade às comunidades indígenas”, disse. “O indígena tem que ser o protagonista da própria história, a Funai entende que o indígena é que tem que dizer se aceita ou não determinada forma de se conduzir, afinal de contas ele tem usufruto exclusivo da sua área. Então quem tem que dizer o que faz ou deixa de fazer nesta área é o próprio indígena”, completou Marcelo Xavier.