Em comunhão com o enredo, que busca valorizar a contribuição do negro na história da humanidade, a Beija-Flor de Nilópolis decidiu presentear personalidades e profissionais negros do carnaval com um kit contendo boné com a palavra ‘empretecer’, camisa oficial do enredo 2022, além de uma carta assinada pelo presidente Almir Reis falando sobre as contribuições do negro para a humanidade e para o carnaval em especial.

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Fotos: Lucas Santos/Site CARNAVALESCO

A aposta da Beija-Flor para 2022, foi apresentar um enredo que tem não só a sua cara, mas que fala muito da sua gente e da sua comunidade. “Empretecer o Pensamento É Ouvir a Voz da Beija-Flor”, segundo a própria sinopse, através do empretecimento do pensamento, quer dar a toda a humanidade, uma visão diferente e original, como novos caminhos para o futuro, estabelecendo outras rotas possíveis.

Dessa vez, o homenageado foi Julinho Fonseca, integrante da comissão de carnaval da Imperatriz Leopoldinense. O diretor de carnaval da Beija-Flor, Dudu Azevedo, foi o responsável por entregar a homenagem, representando o presidente Almir Reis e toda a diretoria da Soberana. Através de Julinho, os kits vão chegar outros profissionais negros da Verde e Branca de Ramos, como por exemplo, o mestre Lolo, comandante da Swing da Leopoldina.

O diretor de carnaval Dudu Azevedo explicou um pouco mais sobre a iniciativa e sobre o conteúdo dos kits. “Em todas as escolas, a gente vai entregar para todos os profissionais negros que trabalham nessa cultura popular brasileira. E, a gente quer valorizar os negros que fazem parte do carnaval carioca, para colocar eles no patamar de protagonismo dessa festa, que são a grande maioria. E, isso, muitas vezes não é valorizado. A Beija-Flor, através do presidente Almir Reis, além de empretecer o pensamento, faz um movimento de empretecimento, de valorizar o negro trabalhador, o negro que coloca sua arte em prol da nossa cultura e encanta todos nós do carnaval carioca. Tem um boné, uma camisa, e uma carta assinada pelo presidente Almir Reis falando da história do negro no carnaval, e como é valoroso essas mãos negras nas escolas de samba do Rio de Janeiro”, explicou o diretor de carnaval da Soberana.

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Julinho Fonseca, representando todo o corpo de trabalho e de artistas negros da primeira escola homenageada pela iniciativa original da Beija-Flor, agradeceu em nome da diretoria da Imperatriz Leopoldinense e fez questão de valorizar a integração cada vez maior entre todas as escolas de samba do Rio de Janeiro.

“Para mim, eu estou ,até, um pouco emocionado com esse gesto. Mais uma vez, essa iniciativa do Dudu, queria agradecer em nome da família Imperatriz, da Dona Cátia (Drumond), Vinícius (Drumond). Um abraço para o presidente Almir, independentemente de qualquer coisa, somos parceiros, e essa iniciativa, é ótima, maravilhosa. E, enaltecendo a nossa raça, isso é o carnaval, essa é a nossa cultura, e temos que mostrar para todos essa união entre a gente aqui”, entende Julinho.

A iniciativa foi mais uma das ações da Beija-Flor em prol da divulgação do enredo e da causa que será defendida e apresentada no desfile que fechará a primeira noite do Grupo Especial em abril. Além dos kits, a Beija-Flor apresentou o enredo ‘empretecer’ para ativistas dos direitos raciais nesta semana. E, em janeiro, alterou a fachada do barracão para incluir alerta sobre cotas, ensino da cultura negra e intolerância religiosa, entre outros projetos de divulgação.

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