No último dia 1º de outubro, a Beija-Flor de Nilópolis realizou a gravação oficial do seu samba-enredo para o Carnaval 2026. A atual campeã do Grupo Especial levará para a Passarela do Samba o enredo “Bembé”, desenvolvido pelo carnavalesco João Vitor Araújo, que aborda o Bembé do Mercado, o maior candomblé de rua do mundo, realizado a céu aberto no dia 13 de maio, na cidade de Santo Amaro, na Bahia. O CARNAVALESCO conversou com diferentes componentes da Azul e Branca para saber mais sobre o samba e o clima durante a gravação.

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Lucas Gringo, integrante do carro de som da escola desde 2018, participou do coro durante a gravação. O jovem cantor falou sobre o privilégio de viver esse momento, marcado pela transição das vozes principais para Nino e Jéssica Martin, e destacou a força da nova geração do carro de som. Ele relembrou ainda a junção das duas obras que conquistaram o coração do nilopolitano e que agora seguem juntas para a Sapucaí.

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Lucas Gringo. Fotos: Matheus Morais/CARNAVALESCO

“Fazer parte da nova geração desse carro de som da Beija-Flor é um privilégio muito grande, porque eu sou Beija-Flor. Essa gravação está maravilhosa, a bateria Soberana dando aula como sempre. Estou muito empolgado para ver o resultado de tudo isso. Esse samba causa arrepio, porque é muito Beija-Flor, é querido pela comunidade. Tem muitas surpresas por vir, porque é um samba que o povo abraçou e vai virar macumba”, afirmou.

Desde 2008 na bateria “Soberana”, Rayane Aguiar, de 31 anos, destacou o orgulho em participar da gravação e acredita na força do samba da escola ao celebrar a ancestralidade e exaltar a cultura afro-brasileira. Já Diego Oliveira, de 34 anos, vive a Beija-Flor desde os cinco anos de idade. Atualmente diretor de bateria e ritmista, ele também é um dos compositores do samba e participa das gravações da escola desde 2013. Para Diego, registrar mais uma obra é um momento de emoção e de reconhecimento da força da comunidade nilopolitana.

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Diego Oliveira

“É sempre uma grande honra e uma enorme responsabilidade. Estar com a Beija-Flor é representar toda uma comunidade, toda uma família. O samba desperta a nossa ancestralidade e a trajetória da Beija-Flor, que costuma trabalhar com temáticas afro e exaltar a cultura brasileira. Falar do Bembé do Mercado é retomar as origens e valorizar a cultura afro-brasileira”, afirmou Rayane.

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Rayane Aguiar

“Muito me honra fazer parte, mais um ano, dessa gravação, que para mim é muito importante. Já gravo desde moleque, e é essencial estar sempre aqui com a nossa família, com os mestres Rodney e Plínio e nossos ritmistas, sempre se empenhando e buscando os melhores arranjos. Como compositor, queríamos criar algo que mexesse com o nilopolitano, com quem realmente dá o sangue pela escola. E conseguimos com os dois trechos que foram para a junção: ‘Atabaque ecoou, liberdade que retumba, isso aqui vai virar macumba’ e ‘Deixa girar, que a rua virou bembé’. São partes que arrepiam e a comunidade abraçou de verdade. A escola foi fantástica na junção e acredito que nossa comunidade está muito feliz”, declarou Diego.

Júlio Assis, um dos cavaquinistas da Deusa da Passarela e também compositor do samba, celebrou mais uma participação nas gravações e agradeceu ao carnavalesco e aos enredistas pela beleza do tema. Para ele, a obra é fundamental na busca pelo bicampeonato da agremiação.

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Júlio Assis, um dos cavaquinistas da Deusa da Passarela e também compositor do samba

“A felicidade é muito grande. Esse é o meu sexto samba da Beija-Flor e, mesmo assim, a emoção é sempre diferente. Estou muito feliz por ser, mais uma vez, um dos compositores do samba da Beija-Flor, que, se Deus quiser, vai levar a escola ao bicampeonato. É um samba que conta um enredo belíssimo, e conseguimos transformar isso em uma grande obra. Foi uma junção muito feliz, e o samba toca a gente de forma especial, porque representa exatamente a história do Bembé, em que acreditamos muito”, afirmou o músico.