A Beija-Flor realizou, na última quinta-feira, a semifinal da disputa de sambas-enredo para o Carnaval 2026. Quatro obras se apresentaram na luta para se tornar o hino da escola na Marquês de Sapucaí no próximo ano. Duas parcerias realizaram grandes apresentações e foram classificadas para a final, que acontece na quinta-feira, dia 25: o samba 01, da parceria de Júlio Assis, e o samba 39, de Sidney de Pilares e parceiros. Duas apresentações em nível semelhante, gerando grande expectativa para uma final bastante acirrada. A atual campeã do Grupo Especial busca o bicampeonato com o enredo “Bembé”, o maior candomblé de rua do mundo, celebrado na Bahia. Os sambas eliminados foram os das parcerias de Lucas Gringo (samba 06) e Kirraizinho (samba 23). O CARNAVALESCO analisa a passagem dos sambas finalistas.
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Parceria de Júlio Assis: O samba 01, da parceria de Júlio Assis, Diego Oliveira, Diogo Rosa, Manolo, Júlio Alves e Léo do Piso, teve Tinga, Nêgo e Thiago Acácio no comando. A torcida, antes do início da apresentação, realizou uma espécie de ritual abrindo os caminhos, fazendo jus ao trecho final da obra: “isso aqui vai virar macumba”. E virou, com uma grande apresentação. O trecho que contém o verso citado, “atabaque ecoou, liberdade que retumba, isso aqui vai virar macumba”, é um bis no final do samba que antecede o refrão principal e explodiu o canto na quadra, seguido por outro refrão fortíssimo: “deixa girar que a rua virou bembé, deixa girar que a rua virou bembé, o meu Egbé faz valer o seu lugar, erô erô Beija-Flor, Alafiá”. A rotação foi intensa e a apresentação contou com a adesão de alguns segmentos da escola. O refrão central também é aguerrido, com os versos: “bota dendê baiana, ginga o capoeira, abre a porteira que Exú me libertou, o povo preto ergue a sua bandeira, nego fugido não tem senhor”. A passagem com o canto dos componentes manteve a mesma força. Um desempenho que credencia bastante a obra a se tornar o hino da azul e branco no próximo carnaval.
Parceria de Sidney de Pilares: O samba 39, da parceria de Sidney de Pilares, Marquinho Beija-Flor, Chacal do Sax, Cláudio Gladiador, Marcelo Lepiane e Salgado João Conga, teve Bruno Ribas e Rafael Tinguinha como intérpretes principais. E foi mais uma apresentação de candidato fortíssimo ao hino da Beija-Flor em 2026. O samba possui uma linda melodia e consegue ser aguerrido ao mesmo tempo. O bis final, “a curimba de baiana faz Nilópolis cantar, Aiê yê, Odoyá”, foi entoado com muita força e preparou o terreno para a explosão no refrão principal, que flutuou na quadra: “Laroyê, Bará bô, axé Lonan, Laroyê, Bará bô, axé Lonan, vem da Bahia meu obi, meu orobô, é do Bembé a resistência Beija-Flor”. A segunda parte, melodicamente, remete a sambas da escola dos anos 2000, com bonitas variações, como no trecho: “Yemanjá alodê no mar (no mar), é D’Oxum toda beleza do ibá”. Um samba de muita beleza, que mostrou funcionalidade. Na passagem em que os componentes levaram o canto no gogó, em pequenos trechos, a força não foi tão grande, mas voltou a explodir da segunda parte até o refrão principal.