InícioGrupo EspecialBateria e canto da comunidade são pontos fortes em ensaio de rua...

Bateria e canto da comunidade são pontos fortes em ensaio de rua da Mocidade

No ensaio de rua rumo ao carnaval, no último sábado, na Guilherme da Silveira, a Mocidade Independente de Padre Miguel mostrou que a harmonia entre bateria, carro de som e comunidade é seu grande trunfo. Enquanto o primeiro casal de mestre-sala e porta-bandeira driblava um pequeno imprevisto, a bateria “Não Existe Mais Quente” e o carro de som comandado por Zé Paulo Sierra garantiam um canto coeso e emocionante. A escola segue ajustando detalhes de evolução para brilhar na avenida com uma aposta no futuro com tradição e renovação. A Mocidade desfila no inédito terceiro dia de desfiles, terça-feira de carnaval, com o enredo “Voltando Para o Futuro – Não há Limites Pra Sonhar”, desenvolvidos pelos carnavalescos Renato Lage e Márcia Lage (in memoriam).

* Seja o primeiro a saber as notícias do carnaval! Clique aqui e siga o CARNAVALESCO no WhatsApp

Os diretores de harmonia, Sandro e Capoeira, falaram ao CARNAVALESCO e fizeram uma análise do ensaio: “A gente tem certeza de que foi um ensaio maravilhoso. Nós fizemos um ensaio técnico muito forte, trabalhamos muito o canto da escola, evolução e a escola respondeu muito bem a nossa comunidade e hoje a gente teria que fazer pelo menos que nós fizemos na Avenida daqui para frente sempre evoluindo nos quesitos e a gente tem certeza de que a gente conseguiu cumprir o nosso objetivo. Hoje a gente conseguiu atingir. É claro que a gente quer sempre mais. A gente sabe que a gente tá muito forte no canto, estamos crescendo ainda mais de evolução. Esse é um ponto que a gente quer crescer ainda mais. Já sabemos que estamos num nível muito bom, mas a gente quer crescer muito mais na nesse quesito e a gente sabe que a resposta tá vindo da comunidade, de uma comunidade apaixonada”, afirmou Sandro.

mocidade rua0102 2

“É, a gente sacudiu a comunidade. A gente brincou com a comunidade hoje. A gente ensaiamos na quinta-feira, bateria, carro de som e comunidade. E a gente teve um momento muito próximo da comunidade de falar para eles por que é tão importante eles cantarem o samba. E eles falaram assim: “Não, Capoeira, a gente não quer cantar o samba. A gente quer defender o samba”. Então o projeto é esse, defender o samba da Mocidade Independente de Padre Miguel. É uma comunidade que merece todos os aplausos, todo o respeito do mundo, porque essa comunidade é aquela comunidade que briga, que reclama, que vai para rede social. Mas quando a gente pede, eles tão de pronto imediato atender o nosso pedido. Então a gente tá muito satisfeito até hoje o que essa comunidade tem produzido. E temos certeza absoluta de que daqui para frente, a gente só vai galgar altos degraus. A gente precisa levar a Mocidade novamente ao topo”, declarou Capoeira.

Comissão de Frente

A comissão de frente da Mocidade apresentou uma proposta formada exclusivamente por homens, com uma coreografia que explorou gestos robotizados, criando a imagem de autômatos em movimento. Sob a direção do coreógrafo Marcelo Misailidis, o grupo trouxe um momento de transição em que esses “ciborgues” ganharam humanidade, integrando-se ao espírito do carnaval. A coreografia incluiu saltos e giros, buscando um efeito dinâmico, e houve destaque para o canto na ponta da língua, um elemento que chamou atenção pela originalidade.

Mestre-sala e Porta-bandeira

mocidade rua0102 1

O primeiro casal de mestre-sala e porta-bandeira, Diogo Jesus e Bruna Santos, trouxe à avenida uma dança tradicional, repleta de elegância e simbolismo, como manda o quesito. No entanto, em um dos momentos mais esperados, a apresentação da dupla no ponto que simulava a segunda cabine de jurados, o bailado rendeu uma cena inusitada: durante uma bandeirada, a porta-bandeira deixou o pavilhão bater de leve no rosto do mestre-sala. O incidente, que poderia ser um contratempo, foi contornado com muita leveza e profissionalismo pelo casal, que seguiu a coreografia sem nenhum outro contratempo.

Harmonia e Samba

A excelência em harmonia e samba da Mocidade se consolida a cada ensaio, construindo um chão forte que canta com emoção e intensidade os versos do samba-enredo. Esse resultado é fruto do trabalho bem entrosado entre o carro de som e a bateria, que oferecem as bases melódicas e rítmicas para que a comunidade entoe o canto de modo coeso e vibrante.

O carro de som, liderado por Zé Paulo Sierra, conduz o samba com um canto equilibrado, sem exageros vocais, o que permite com que os componentes se sintam à vontade para soltar a voz. Destaque para as três cantoras de apoio – Roberta Barreto, Viviane Santos e Millena Wainer –, que, com muita categoria, imprimem à obra a força matricial, fundamento indispensável de todas as escolas de samba e para o futuro da Mocidade.

mocidade rua0102 8

A bateria “Não Existe Mais Quente”, comandada pelo mestre Dudu, contribuiu para o canto intenso e emocionado da comunidade com um andamento constante e sempre para frente. A camisa do mestre Dudu, com a inscrição “Bateria 40”, estampava o orgulho do trabalho dos seus ritmistas.

O trecho do samba “O céu vai clarear” foi um dos mais cantados pelos componentes da escola. Além de ser um dos refrões mais marcantes, a letra ressoa com a esperança de um futuro renovador, algo que toca profundamente o coração do independente.

Evolução

mocidade rua0102 6

O canto forte e emocionado da comunidade é o motor que impulsiona a evolução da Mocidade, transmitindo energia à escola. Entretanto, é preciso cuidado para que esse ímpeto não faça com que a escola ande depressa demais. Outro ponto de atenção é o espaçamento entre as alas e as marcações das alegorias. A proximidade entre os setores pode afetar o espaço disponível.

Outros destaques

mocidade rua0102 3

A Ala Jovem deu um show de vitalidade durante o ensaio de rua. Composta por 80 jovens da Zona Oeste, o grupo evoluiu com leveza e animação, cantando o samba da escola com entusiasmo de ponta a ponta. É na força do canto que a juventude independente demonstra sua fé no renascimento da estrela da Mocidade.

mocidade rua0102 5

Gaby Mendes, musa da Verde e Branca, honrou seu posto com muita malemolência e samba no pé. Sua performance foi tão marcante que o público não hesitou em registrar cada momento com entusiasmo. A pequena Maitê Mendes, 1ª princesa da Estrelinha da Mocidade e prima de Gaby, mostrou que aprendeu a sambar dentro de casa. À frente da Ala das Passistas, ela deixou claro que o talento da família Mendes é um legado que segue encantando a avenida.

mocidade rua0102 7

Outro momento de destaque foi a demonstração de carinho do público pelo intérprete Zé Paulo Sierra. Ao final do ensaio, os fãs se aglomeraram ao redor do cantor para tirar selfies e abraçá-lo, reforçando a conexão entre ele e a comunidade independente. Em entrevista ao CARNAVALESCO, o cantor falou sobre sua relação com a escola:

mocidade rua0102 4

“Ameaça de chuva, mas realidade aqui é fantástica, veio todo mundo, a gente fica muito feliz de fazer parte disso aqui, você viu como é difícil de ir embora, mas é bom demais sentir esse carinho, é, e saber que a gente é amado no lugar que você tá”, afirmou.

- ads-

Gana sempre! Felizes, componentes da Portela cantam forte no ensaio de rua

A Portela realizou seu último ensaio de rua, antes do ensaio técnico da Sapucaí, no último domingo. Cantando Milton Nascimento com o enredo "Cantar...