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Bateria da Imperatriz sacode Ramos em ensaio de rua com evolução impecável

Swing da Leopoldina envolveu público com paradinhas e apagões, e mexeu com os componentes que evoluíram brincando e cantando forte

A Imperatriz realizou mais um ensaio de rua na tarde/noite do último domingo, na Euclides Faria, em Ramos. Em dia de bateria ainda mais inspirada, a escola mostrou uma comunidade pronta para o desfile e disposta a brigar firme pela décima estrela. Além do ritmo, o ponto alto do treino foi a evolução, com alas mais próximas e componentes organizados, o que mostrou volume e deu efeito de pulsação da procissão de leopoldinenses na pista. A verde-branca será a segunda escola a desfilar no domingo de carnaval, 2 de março, com o enredo “Ómi tútú ao Olúfon – Água fresca para o Senhor de Ifón”, do carnavalesco Leandro Vieira.

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Fotos: Allan Duffes/CARNAVALESCO

A última rodada do Campeonato Brasileiro era a concorrente da Imperatriz para o ensaio do fim da tarde. O Botafogo conquistando o título poderia ser um convite para quem quisesse festejar o feito da Estrela Solitária. Mas, como de estrela a Imperatriz tem nove, antes do jogo acabar os componentes se formaram e o cantor Pitty de Menezes gritou que o sonho virou realidade. Caminho aberto para um desfile de harmonia afinada, componentes brincando com o samba e um ritmo cheio de bossas imposto pelo time do animado mestre Lolo, que interagiu com as alas.

O diretor de carnaval André Bonatte falou sobre o ensaio. “O grande ganho do ensaio de rua é esse crescimento. Se a gente for comparar, é uma escala progressiva. A cada vez que a gente vai encontrando a nossa comunidade, isso vai se consolidando. O canto vai ficando cada vez mais consistente. Essa questão harmônica entre o carro de som e a bateria também vai se consolidando. Acho que o melhor lugar para se treinar isso é a rua. O resultado para mim foi satisfatório, mas eu quero que na semana que vem seja melhor e na outra ainda melhor. E até o dia 2 de março a gente vai melhorar bastante”.

Comissão de frente 

Os integrantes se apresentaram bem no estilo do coreógrafo Patrick Carvalho. Passos bem marcados, gestos fortes e sincronia perfeita. Foram 11 componentes com camisa de ensaio e mais um, que representou Oxalá. Ao longo do número, Oxalá ficava o tempo todo ao centro do grupo que, em torno dele evoluíam a coreografia em passos de dança afro. Destaque para a saída do módulo, quando os componentes de camisa de ensaio deixam Oxalá sozinho para sair enquanto chega o pavilhão da Imperatriz.

Mestre-Sala e Porta-Bandeira

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E, com Oxalá se retirando da cena, começa a apresentação de Phelipe Lemos e Rafaela Theodoro, primeiro casal da Rainha de Ramos. Os dois buscam flutuar tamanha leveza e elegância na dança. Após apresentar o pavilhão, Rafaela sai para fazer seus giros e Phelipe a acompanha girando, em torno de si, enquanto a porta-bandeira sai para aproveitar o terreno. Após os giros, começa um show de bom gosto da dança, usando todo o espaço disponível. Até o pisar dos dois é suave. Com destaque para a linearidade da dança, a apresentação não tem momentos mais rápidos ou lentos, o que faz o espectador ter uma experiência formidável.

Harmonia

Para cantar sem cansar. O samba está na boca dos componentes e a melodia favorece que ele seja entoado sem cair o andamento. Por isso, a escola cantou feliz e conseguiu pular até o final. Ainda no início de trabalho, algumas alas apresentam canto irregular, como a ala com bastões de mão atrás dos passistas e a ala após o banner do carro 4. Questão que o diretor André Bonatte contou que é trabalhada a parte com os componentes para todas as alas chegarem ao mesmo nível de performance.

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“A gente sempre tem atenção especial em algumas alas, que é natural, como a ala de baiana, velha-guarda. Alas que têm pessoas com pouco mais de idade, que a gente sabe quais são aqueles pontos, que a gente faz trabalhos direcionados, a gente marca outros dias. Acho que a questão do canto está bem harmônico, eu consigo ver isso bem dividido na escola, o samba permite isso, não é aquele samba que você só vê explodir no refrão, mas é um samba que se mantém constante. Cada vez é isso mesmo, em cada ensaio desse a gente vai vendo que melhorou, mas que ainda pode melhorar”.

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Samba-enredo

A obra assinada por Me Leva, Thiago Meiners, Miguel da Imperatriz, Jorge Arthur, Daniel Paixão e Wilson Mineiro tem crescido a cada apresentação, conforme ganha novos testes do carro de som e com a bateria. No ensaio deste domingo, a obra foi fortemente cantada pelos componentes, principalmente, na parte “justiça maior é de meu pai Xangô…” e no refrão principal. Porém, uma das grandes qualidades da obra é que ela não permite queda acentuada no canto e, tampouco, cansa o componente. Um rendimento bastante satisfatório em Ramos.

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Evolução

Ponto alto do ensaio. A organização da escola se mostrou impecável, no entanto, a aproximação das alas garantiu uma massa de componentes, criando volume e efeito de pulsação. Quem assistia de longe, se impressionava e torcia para a escola chegar logo para sentir a emoção que os leopoldinenses conseguiram transmitir evoluindo. O grande número de pessoas ensaiando contribuiu para este efeito, inclusive, no trecho do samba “O povo adoeceu, tristeza perdurou / Nos sete anos de solidão”, quando os desfilantes levantam as mãos e fazem uma coreografia. Outras partes do samba também têm passos combinados com toda a escola. O que chama a atenção é a confiança da escola no trabalho de sua equipe. Deixando para trás a máxima de que as baianas devem desfilar na frente da escola, a Imperatriz posicionou a ala no final.

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“A gente já foi campeão com baiana lá atrás, já foi campeão com baiana lá na frente. Eu acho que a escola tem que estar preparada. A baiana, quando ela vem no início do desfile, ela nos dá uma certa tranquilidade, porque a gente tem essa questão das paradas para cabine, o que permite que naturalmente haja ali alguns pontos de descanso. Mas eu acho que a gente tem que trabalhar muito para não ter nenhum tipo de problema e a escola fazer uma evolução perfeita que não vai precisar correr”, disse André Bonatte.

Outros destaques

As paradinhas da bateria e os apagões da “Swing da Leopoldina” para jogar o canto ao público foi um sacode nos desfilantes e em quem estava nas calçadas. No talento do mestre Lolo e na superparceria com o carro de som, o ensaio terminou em grande estilo com apresentação da bateria para fazer todo mundo sambar.

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“A gente está no ensaio e faz testes com a bateria e o que a gente vai fazer com o canto, mas é bem provável que a gente leve para avenida. A resposta do público está sendo muito boa, e também a resposta da comunidade. Fizemos um belo ensaio. Foi maravilhoso”, avaliou o cantor Pitty de Menezes.

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