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Bateria criativa se destaca no retorno da Brinco da Marquesa ao Sambódromo do Anhembi

Escola da Vila Brasilina homenageou a cidade de São Paulo no carnaval de 2025

Por Lucas Sampaio e fotos de Fábio Martins

O Brinco da Marquesa desfilou neste sábado pelo Grupo de Acesso 2 do carnaval de São Paulo de 2025. No retorno da escola ao Anhembi, a criatividade da bateria, que levantou o público com bossas em momentos-chave do samba, foi o principal destaque do desfile encerrado após 47 minutos. A agremiação da Vila Brasilina foi a nona a passar e se apresentou com o enredo “A Marquesa na Cidade do Amor. São Paulo Carnaval 2025”, assinado por uma comissão de carnaval.

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Comissão de Frente

Coreografada por Hugo Alves, a comissão de frente do Brinco foi intitulada “Filhos do Nordeste” e se apresentou ao longo de duas passagens do samba. Com uma caracterização marcada por fantasias em tons de terra, o quesito procurou representar a chegada dos migrantes nordestinos a São Paulo, intensificada na década de 1930, que foi fundamental para a formação cultural e o desenvolvimento da cidade como a maior capital do país.

A coreografia aparentou no primeiro ato mostrar a chegada dos nordestinos à São Paulo, com o segundo ato sendo mais fácil de se identificar as referências do samba, mas apresentação do quesito foi confusa. A semelhança muito grande das vestimentas atrapalhou a identificação de elementos de destaque, e a narrativa deu a entender que apenas fez uso da referência aos migrantes para exibir uma coreografia pouco inspirada. Uma abertura discreta para o desfile da escola.

Mestre-sala e Porta-bandeira

O primeiro casal da Marquesa, formado por Samuel Lemos e Mariana do Carmo, se apresentou representando os “Italianos”. A dança do casal foi protocolar, buscando cumprir as exigências do quesito à risca. A sintonia do casal, porém, não foi boa. Os movimentos nos dois primeiros módulos estavam fora de sintonia, com o mestre-sala encerrando seus passos antes da porta-bandeira em diferentes momentos e demonstrando pouca desenvoltura nos giros. Uma atuação abaixo das expectativas e que pode comprometer o resultado da escola.

Enredo

O enredo do Brinco da Marquesa é uma homenagem a cidade de São Paulo. A narrativa se foca na história mais recente da cidade, a partir do século XX. Há um enfoque maior nas referências a migrantes nordestinos e imigrantes vindos da Europa e do Oriente, exaltando o multiculturalismo da capital paulista. É um tema que faz o que pode para falar da maior capital do país com as limitações que o Grupo de Acesso 2 impõe.

A leitura do enredo na Avenida, porém, foi confusa. As referências do samba não batiam com algumas fantasias de forma clara e a escola procurou usar dos casais para narrar a temática com o mesmo peso de interpretação de alas. As alegorias eram de leitura complexa e não ajudaram claramente na leitura do quesito.

Alegorias

A Marquesa se apresentou com um conjunto de duas alegorias e um quadripé. O carro Abre-alas tinha o nome de “Cidade Cosmopolita: Onde o mundo se encontra”. A segunda alegoria, que encerrou o desfile da escola, foi batizada de “Mosaico Cultural”. Um conjunto alegórico que pecou pelo acabamento excessivamente simples somado a uma leitura pouco clara. O Abre-alas careceu de mais referências para deixar claro que se tratava de um enredo sobre a cidade de São Paulo, enquanto a segunda alegoria teve uma volumetria desproporcional de seus elementos.

Fantasias

As alas do Brinco procuraram retratar as origens e símbolos do patrimônio cultural que a cidade de São Paulo possui. As fantasias procuraram explorar de tudo: o povo guarani que vivia na região, os imigrantes que foram para a cidade e contribuíram para o seu desenvolvimento e os principais atrativos turísticos da cidade, como a gastronomia, parques, teatros e manifestações culturais como a Parada do Orgulho LGBT+.

As fantasias pecaram pelo acabamento irregular e leitura confusa até de alas que deveriam ser fáceis para um cidadão da capital paulistana compreender. A ala do Bairro da Liberdade em especial não dava nenhuma referência clara sobre a região além do estereótipo de ser um “bairro de japoneses”. Outro quesito abaixo das expectativas por parte da escola.

Harmonia

O canto da comunidade do Brinco da Marquesa foi discreto. Com exceção do refrão de cabeça, muitas alas tinham desfilantes pouco entusiasmados. A ala “Os Espanhóis” estava mais animada que a média geral, mas o desempenho do coral da escola pela Avenida oscilou excessivamente.

Samba-enredo

A obra que conduziu o desfile do Brinco da Marquesa é assinada por Buiu MT, Vagner Almeida, Bruno Pasqual, Tuca Maia e Cacá Camargo, e na Avenida o samba foi defendido pelo intérprete Buiu MT. A letra tem algumas sacadas inteligentes como o final da segunda parte, que faz referência à música “Sampa”, e o refrão de cabeça tem em seus dois primeiros versos um jogo de palavras criativo. A obra faz a sua parte para narrar o enredo, mas peca alguns momentos como citar a palavra “amor” duas vezes de forma distinta em um espaço curto de versos. A interpretação na Avenida foi oscilante, com a ala musical demonstrando dificuldades para alcançar o tom adequado no começo do refrão do meio em alguns momentos.

Evolução

A evolução do Brinco da Marquesa fluiu adequadamente por toda a Avenida e a escola conseguiu realizar um recuo de bateria dentro do esperado. A desenvoltura dos componentes nas alas, porém, foi fraca. Muitos desfilantes apenas andavam de forma protocolar, demonstrando pouca empolgação com o cortejo da escola.

Outros destaques

A bateria “Fantástica” foi o principal destaque da escola. Os ritmistas cumpriram o seu papel com irreverência, se aproveitando das oportunidades que o samba proporcionou para aplicar bossas criativas. A principal delas foi a dos versos finais da obra “Mas alguma coisa acontece no meu coração”, onde faziam um pulsar ritmado criativo. A corte com a rainha Thamires Seixas e a madrinha Michelly também deram espetáculo e interagiram com o público de forma animada.

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