O desfile campeão da Estácio de Sá no Carnaval 2019 que deu o título para escola virou documentário. A obra é dividida em dez partes nomeadas de forma ora afetiva ora informativa para refletir fases e circunstâncias relacionadas à composição do desfile – da escolha do tema a detalhes da pesquisa, da criação das coreografias à definição do enredo (A fé que emerge das águas) e ao significado do carnaval para os integrantes e a comunidade. O lançamento será no dia 24 de janeiro, às 20h, na quadra da escola.
O documentário
As entrevistas com presidente, coreógrafo, comissão de frente e outros participantes são intercaladas por um passeio divertido pelo Rio de Janeiro, pelo galpão da escola e pela comunidade, feito pelo apresentador Ludwik Tapia, uma das estrelas do Panamá envolvidas no tributo carnavalesco.
“A intenção é mostrar o que há por trás, o que não é glamoroso. O trabalho em equipe, a inclusão social, a geração de empregos, as pessoas que fazem o carnaval. Fomos ao barracão, à comunidade, às ruas”, observa o produtor Henrique de Oliveira.
O documentário transpira representatividade nos depoimentos e na conexão do samba-enredo com o tema e a vida real dos integrantes. E renova a reflexão sobre os temas sociais fervorosos despejados pela escola na avenida, como o racismo, a partir dos relatos de quem atuou para irradiar a essência do samba-enredo.
“A crucificação do Cristo negro remete ao negro brasileiro escravizado, que passa martírio e romarias o tempo todo, tendo que provar que é bom. Quando ele vê a cena, se vê crucificado”, diz o ator Evandro Machado, intérprete do personagem na comissão de frente.
A imagens captadas em meio a alegorias, ensaios de rua e a vida diária dos moradores do Morro de São Carlos, berço da Estácio, acentuam a percepção sobre o espírito comunitário das escolas e a força da tradição carnavalesca.