Fotos: Eduardo Hollanda

Mocidade China004O encontro do erudito com o popular é uma das maiores belezas da arte. Na manhã desta sexta no barracão da Mocidade Independente de Padre Miguel, o corpo do Ballet Nacional da China, um dos mais conceituados do mundo, mudou de lado. Deixou de ser artista e virou plateia. É que o grupo foi recebido pela escola para um pocket-show com bateria, passistas e o casal Marcinho e Cris Caldas. O encantamento também mudou de lado com o olhar de deslumbre por parte do grupo que conheceu os bastidores da construção do maior espetáculo da terra.

A ideia se deu a partir de um dos coreógrafos da escola, Jorge Teixeira, que recebeu os cerca de 80 bailarinos ao lado do diretor de carnaval da escola Marquinho Marino e mostrou cada etapa da construção de um desfile. Encantados, os bailarinos registraram tudo em fotografias. Jorge conta como foi a ideia do intercâmbio.

Mocidade China003“O Ballet Nacional da China está em turnê pelo Brasil e a produtora que trouxe pra cá entrou em contato comigo dizendo que havia grande vontade de conhecer uma escola de samba por parte deles. Organizamos tudo essa semana para realizar um show bacana para que eles pudessem conhecer a Mocidade”, contou.

Como parte do inyercâmbio, a Mocidade visitou o ”ambiente erudito”. Integrantes da escola, a convite do Ballet Chinês, fizeram uma visita ao Theatro Municipal do Rio de Janeiro.

“Eles trouxeram um grupo de trabalhos da dança popular. É uma das escolas de ballet mais reconhecidas do mundo. Acho essa troca entre o popular e o erudito muito saudável para o carnaval. Alguns deles arriscaram passou de samba. Isso valoriza muito a nossa arte também”, disse Jorge Teixeira.

Mocidade China002Com a perícia de uma dança extremamente técnica, os bailarinos tentaram arriscar passos de samba, gênero genuinamente brasileiro de popular. Jorge explica que, embora seja uma dança de mais pé no chão, a técnica do samba é bastante difícil dr ser ensinada até para quem é profissional da área.

“Muito difícil ensinar pois faz parte de nossa cultura. Os chineses possuem um corpo esguio, linear. A mulher brasileira tem curvas, eles ficaram impressionados com os passos difíceis que o samba exige mesmo sem um corpo tão magro. Geralmente o bailarino é muito magro”, conclui Jorge.

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