Além de revoluções industriais e trabalhistas, a Em Cima da Hora trouxe revoluções populares a Sapucaí. A ala das baianas veio representando a Revolução Praieira, ocorrida no Pernambuco, no século XVIII, foi a última rebelião provincial do Segundo Reinado. A Revolução Praieira foi uma disputa entre praieiros e conservadores, as causas da revolução eram o fim da dominação de conservadores, latifundiários e comerciantes portugueses que exploravam os trabalhadores. Os praieiros lutavam pela liberdade de imprensa, voto livre e universal, garantia de trabalho e o fim do privilégio português no comércio brasileiro.
As baianas vieram com uma fantasia predominantemente tricolor, a saia se alternava entre azul-claro, azul-escuro e branco, com bolhas coladas, se assemelham à maré do mar indo e vindo na beira da praia. A ombreira e o costeiro verde limão são os coqueiros que existem nas praias, além do chapéu de palha que, além dos turistas, pescadores usam.
“A baiana da Em Cima da Hora representa a Revolução Praieira que teve lá em Pernambuco. Esse clima praiano que a gente vai representar na avenida e que tem muita ligação com a questão do trabalhador, por ser uma revolução liberal. Além de que eu adorei a fantasia, a baiana fica feliz com roupa bonita, roupa bonita é leve, que aí a gente consegue evoluir bastante bem. E essa é leve, maravilhosa, acho que dá até para dar cambalhota nessa avenida se precisasse”, contou a professora de matemática e podcaster Gabriela Moreira, de 36 anos.
Para a costureira Rosamaria da Silva, de 76 anos, a fantasia significava a liberdade.
“É o sol, é o brilho do sol, da liberdade, uma revolução que buscava a liberdade de vida das pessoas, e nós que somos baianas botamos o nosso brilho com a fantasia, fantasia que amei. Eu tenho mais de 30 anos como baiana e adorei essa aqui”, disse a costureira.
Os praieiros da revolução saíram derrotados, mas servem de exemplo e entraram na história como guerreiros que buscavam melhores condições de trabalho para os seus semelhantes, muitos foram fuzilados, outros recrutados ao exército de maneira forçada. Mas a mensagem e o ideal de luta prevaleceu e entrou na Sapucaí hoje.
“Essa fantasia está tão linda, representando paz, harmonia, tudo de bom que o povo no poder pode querer, assim como a revolução que ela representa. Esse azul mar só pode significar tranquilidade e o verde a esperança, esperança de um povo vivendo num mundo melhor e feliz”, pontuou Maria do Socorro Silva, doméstica de 63 anos.
Os praieiros da revolução saíram derrotados, mas servem de exemplo e entraram na história como guerreiros que buscavam melhores condições de trabalho para os seus semelhantes, muitos foram fuzilados, outros recrutados ao exército de maneira forçada. Mas a mensagem e o ideal de luta prevaleceu e entrou na Sapucaí hoje.