Por Matheus Morais e fotos de Magaiver Fernandes (Colaboraram Carolina Freitas, Juliana Henrik, Gabriel Radicetti, Marielli Patrocínio e Marcos Marinho)
A União da Ilha encerrou a primeira noite de ensaios técnicos da Série Ouro no último domingo. O treino da escola foi bem para cima, com os componentes cantando bem o samba e um bom rendimento do mesmo pela voz e empolgação do intérprete Tem-Tem Jr. A tricolor isulana levará para Avenida esse ano o enredo “Ba-der-na! Maria do povo”, do carnavalesco Marcus Fereira, falando a história e importância da bailarina Marieta Baderna.
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“É claro que a gente não consegue ver como um todo, mas a gente conseguiu enxergar a felicidade no componente. E isso aí é um sinal que deu tudo certo. É claro que estamos aqui para fazer um teste. É o primeiro dia de ensaio técnico, mas dentro do que nós esperávamos. Acho que entregamos até a mais. O samba aconteceu e a bateria fez o que tinha que fazer e o meu carro de som entregou tudo. E a minha comunidade? Eu vi um canto muito forte, e que eu entendo que é muito satisfatório. É claro que a gente tem aí mais um mês e vamos nos preparar mais ainda para chegar na sexta-feira de carnaval para defender esse título. É prematuro falar agora sobre o que precisa ser melhorado. No momento, eu só consigo ver que foi ponto positivo. Até porque se foi bom agora, a gente tem que ver o que vamos fazer até lá. Isso é uma conversa que a gente vai ter em casa e saber os pontos negativos. Pode ter certeza de uma coisa, até os pontos positivos a gente treinar mais para melhorar mais. O que eu posso dizer hoje é que, de onde eu estava, a parte musical, foi o ponto ápice do nosso desfile”, explicou Dudu Falcão, diretor de carnaval.
Comissão de Frente
A escola apresentou o trabalho, acompanhado de seu coreográfico Márcio Moura, contando a vida de Marieta. Com uma coreografia leve e bem animada, o grupo passou o tema de forma didática e bem interessante. Os integrantes fantasiados de cidadãos da plebe do século XIX apoiando a dança de Marieta, representada por uma dos membros da comissão, destacando o uso de leques pelos mesmos durante o refrão de meio do samba.
Mestre-sala e Porta-bandeira
Apresentação muito tradicional e suave de David Sabiá e Fernanda Lhove, primeiro casal da escola. Ambos bem entrosados e sincronizados durante as exibições diante das cabines de jurados, onde exibiram uma dança bastante clássica, com muitos gestos e olhares marcando a coreografia do casal.
“Foi bem dinâmico para o nosso propósito. Não vou dizer que foi nossa coreografia oficial, porque é mistério. A gente se preparou muito, muita preparação física. Nós conseguimos trabalhar até o final com o som da pista e isso é fundamental. No desfile vai ser nota máxima”, prometeu a porta-bandeira.
“O mais importante a gente fez que foi expressar o amor e carinho que a gente tem pela nossa arte. Resultado é óbvio que a gente adquire na pista, mas se não tiver aquele frio na barriga, aquela vontade de chorar, aquele olhar de cumplicidade é outra coisa”, completou o mestre-sala.
Harmonia
A harmonia insulana foi um dos destaques da noite pelo canto de seus componentes, bem forte e constante, e bem guiados por Tem-Tem Jr. O samba teve seus trechos bem cantados na Sapucaí, destacaram-se os refrões do meio, iniciado por “a gente da ralé, sem aglomeração”, e o final “hoje o sol nasceu mais cedo pra te ver”, além da subida para este último, “mas o povo que lhe deu a mão”, também bem cantada pelas alas da escola.
“Temos enfrentado um grande desafio. Acredito que todos já estão cientes das dificuldades que as escolas do Grupo de Acesso enfrentam. No entanto, a Ilha não se deixa abater. Como alguém relativamente jovem no carnaval, é uma honra assumir o microfone por onde passaram grandes nomes como Aroldo Melodia, Quinho e Ito Melodia, que é meu padrinho. Tenho ao meu redor uma equipe de pessoas experientes. Se o desfile fosse amanhã, após o que vivenciei hoje, eu já me sentiria preparado e praticamente com a mão no caneco. A escola proporcionou um espetáculo incrível, modéstia à parte”, disse Tem-Tem Jr.
Evolução
A agremiação teve uma evolução bem tranquila, com os componentes soltos e animados, sem atropelos, nem embolação ou confusão entre as alas apresentadas no ensaio. As alas coreografadas passaram bem, conseguindo executar o planejado, e a escola demarcou o espaço dos carros com banners.
Samba-Enredo
Dona de uma das obras que mais chama atenção na Série Ouro, a Ilha teve uma noite com um grande desempenho de seu samba, assinado por Romeu D`Malandro, Diego Nicolau, Carlinhos Fuzileiro, Geraldo M. Felicio, Inaldo Botelho, Richard Valença, Paulo Beckham, Fernando Tetê, Fábio Sol e Igor Leal. Tem-Tem Jr. cantou muito bem, em uma performance muito segura e para cima, tanto dele, quanto do carro de som. A obra teve muitos trechos cantados com força pelos insulanos, em especial seus refrões.
“Primeiramente, eu queria exaltar a força da escola no que podemos dizer que é o primeiro grande teste antes do nosso desfile oficial. A escola se saiu muito bem. Agora eu vou falar sobre meu segmento. A bateria foi sensacional. Mostramos tudo que vamos fazer na avenida, mesmo com o carro de som, que poderia ser um pouco melhor. Só que isso é bom que incentiva mais, a galera fica mais concentrada. Se eu fosse dar uma nota para bateria hoje, eu daria nota 10, porque se comportou muito bem. Tudo que nós ensaiamos, tudo que foi proposto dentro da nossa ideia, desde o começo, foi tudo muito bem feito, muito bem executado e eu só tenho recebido feedback muito bom sobre a nossa apresentação. A bateria hoje se comportou como tem que se comportar, como a bateria da União da Ilha. A bossa que vamos apresentar aos jurados vai trazer uma banda fanfarra na frente da bateria e vai ter essa interação da banda fanfarra com a bateria. Hoje aqui me deixou mais confiante de realmente fazer isso na avenida. Pode ter certeza que vai ser sensacional. Se aqui hoje funcionou, com a Sapucaí lotada vai ser uma coisa ainda fantástica”, assegurou mestre Marcelo Santos.
Outros destaques
A “Baterilha”, sob o comando de mestre Marcelo Santos, foi um dos destaques da noite, com destaque para a bossa em que as liras que vem junto da bateria, junto com outros instrumentos, se transformam em uma espécie de pequena fanfarra durante a subida para o refrão final.