“Sobe o Morro da Formiga, filho de Odé”, o primeiro verso do refrão principal do samba-enredo do Primeiro Império do Samba, já traz mais uma vez o orgulho pelas raízes da escola misturado com toda a pujança de mais uma vez trazer uma temática de valorização da cultura afro. O enredo “Cores do Axé” será desenvolvido pelos carnavalescos Júnior Pernambucano e Ricardo Hessez. Escolhida no dia 09 de setembro em uma grande final, a obra do Império da Tijuca mais uma vez é bastante elogiada e aparenta possuir mais uma vez o DNA da agremiação. Na Verde e Branca do Morro da Formiga desde 2017, o intérprete Daniel Silva é muito sensível ao trabalho de gravação das obras que vão para a Avenida. Em entrevista ao site CARNAVALESCO, o cantor explicou como o samba do Império da Tijuca 2023 tem mexido com ele.
Gravação da bateria do Império da Tijuca para o álbum da Série Ouro para o Carnaval 2023. #imperiodatijuca #carnaval #samba #canraval2023 #carnavalrj #carnavalesco pic.twitter.com/0G0e6WJrvu
— Site CARNAVALESCO (@scarnavalesco) November 4, 2022
“Falar desse samba para mim, é uma coisa muito especial, até porque ele está me pegando aos poucos. Aos poucos ele está entrando na mente, assimilando, e esse refrão principal, e pra mim aquela parte do ‘Sou de Jorge, cavaleiro de batalha’, são as partes mais fortes e emocionantes do samba, fica na cabeça da gente e faz a gente meio que viajar na letra, mesmo sem saber do conteúdo do enredo. Cada dia que passa, que a gente canta esse samba, que eu vejo a reação das pessoas, eu percebo que o samba está sendo bem aceito pela escola, pela comunidade, pela galera que está indo em nossas feijoadas, eu estou acreditando bastante nesse samba”, revela o cantor.
Daniel, conhecido pelo grande potencial de voz, também comentou sobre como realiza a preparação para o dia de colocar a voz oficial, ressaltando que leva muito da emoção para o trabalho técnico.
Mais um trecho da gravação da bateria do Império da Tijuca para o álbum da Série Ouro para o Carnaval 2023. #carnavalesco pic.twitter.com/YGMRxXbucR
— Site CARNAVALESCO (@scarnavalesco) November 4, 2022
“No meu caso, falo em relação a mim particularmente, a técnica até existe, mas eu sou muito coração, sou muito da emoção. Quando chego aqui, eu esqueço tudo, vou no sentimento, ano passado até me emocionei, e eu costumo chegar aqui e pensar, vou fazer como se eu estivesse desenhando uma pintura, eu me entrego por completo para fazer a melhor gravação possível para a escola, para entregar a mensagem, para que a galera entenda o samba e tudo ficar perfeito na medida do possível”, conta Daniel Silva.
O samba, vencedor do concurso realizado pelo Império da Tijuca, tem autoria de Samir Trindade, Ricardo Simpatia, Bachini, Júlio Pagé, Wagner Zanco, Osmar Fernandes e Almeida Sambista. Quem segue no comando da Sinfonia Imperial é mestre Jordan que trouxe para a gravação da faixa oficial da escola na Série Ouro, um pouco do que pretende levar para Sapucaí.
Mais um trecho da gravação da bateria do Império da Tijuca para o álbum da Série Ouro para o Carnaval 2023. #carnavalesco pic.twitter.com/hKSvrfw0oq
— Site CARNAVALESCO (@scarnavalesco) November 4, 2022
“A gente já vem ensaiando há bastante tempo, mesmo antes de escolher o samba, a gente já estava ensaiando com o pessoal da bateria, só que a gente ainda não ensaiou com o canto da escola, a gente está adorando as coisas e está dando tudo certo. Já encaixamos as bossas direitinho. Todas as bossas que estarão no CD, a gente vai fazer na avenida. Fizemos três bossas, tem algumas viradas que nós fazemos diferenciadas”, esclarece o comandante da Sinfonia Imperial.
Mestre Jordan também destacou a importância que o trabalho de gravação oficial do samba tem para a preparação da escola em relação ao desfile.
“Para a gente que está no grupo de Acesso, a gente não tem tanta estrutura como no Especial para fazer certos tipos de ensaio, assim fica mais fácil, para o pessoal já ir escutando o que está no CD, muito mais fácil de assimilar as paradinhas, assimilar as viradas, fica muito mais fácil para todo mundo”, aponta Jordan.
Mesmo ainda sem a quadra, o Império da Tijuca vem tentando se organizar principalmente com a parte financeira. O diretor de carnaval, Luan Teles, explicou o planejamento da escola para o Carnaval 2023 em um ano atípico que por conta dos desfiles que aconteceram mais tarde do que de costume e isso mexeu um pouco com a preparação para o próximo.
“O nosso planejamento geralmente começa mais cedo, e como o carnaval já acabou em maio, a gente sempre apresentou enredo em abril, feijoada de São Jorge, e acabou que Abril ainda nem tínhamos acabado o desfile, não tinha definido nada, então a gente enfrenta um pouco a dificuldade de não ter saído o dinheiro ainda, nós temos o problema de não ter a quadra, de não poder fazer o giro da grana para a gente poder manter. Está um pouco corrido, a gente deu início ao barracão, já desmontamos o barracão, protótipo está para apresentar no final de outubro, e com a gravação do samba a gente inicia já os ensaios lá do lado de fora da quadra, por ele estar interditada, a gente vai levando devagarinho, aos poucos”, entende Luan.
O Império da Tijuca será a sétima escola a desfilar na segunda noite da Série Ouro em 2023.