Neste sábado, a grande campeã do carnaval apresentou suas fantasias para o Carnaval 2026. O evento da Rosas de Ouro, realizado na quadra da escola, localizada na Freguesia do Ó, contou com uma organização de caráter teatral. Foi mais do que uma simples apresentação de indumentárias. À medida que o tempo avançava, uma personagem intitulada Luna Celeste ocupava o centro da passarela com uma bola de cristal, narrando e convocando os modelos para exibir as fantasias, tudo com um texto criativo e muito bem elaborado. O espetáculo foi uma fusão de astronomia, astrologia e zodíaco, abordando temas ligados ao céu, às crenças e aos signos do cotidiano. Atual campeã do carnaval, a agremiação da Brasilândia será a quinta escola a desfilar na sexta-feira, com o enredo “Escrito nas Estrelas”. O CARNAVALESCO acompanhou o evento e conversou com Fábio Ricardo, que assina o desfile da Rosas de Ouro pelo segundo ano consecutivo.
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Inovando no carnaval paulistano
De acordo com Fábio Ricardo, a meta é sempre inovar, sem abrir mão da essência da escola.
“O enredo proporciona cores, mas na medida certa, com equilíbrio. Procurei buscar uma nova estética para a Rosas de Ouro, sair da caixinha, sempre respeitando os padrões da escola e, principalmente, o que é o carnaval de São Paulo. Está sendo um grande desafio, mas também um aprendizado muito importante para mim”, afirmou.
Fantasias que merecem destaque
Entre os figurinos, Fábio destacou a dificuldade em definir a paleta de cores de algumas alas, como a que representa o astrônomo Nicolau Copérnico — fundamental para a ciência ao colocar o Sol como centro do universo. Copérnico e o Sol, inclusive, foram exaltados durante a encenação da apresentação.
“Eu gosto muito da fantasia de Nicolau Copérnico, me vejo nela. É uma fantasia linda. Optei por um caminho diferente, porque no ano passado já havia muitas indumentárias de época. Por isso pensei em fugir desse estilo e busquei algo mais ‘veneziano’ dentro dos meus estudos”, explicou.
Outra referência importante é a primeira ala, comandada pelo diretor de carnaval Evandro Souza, que aborda o nascimento das estrelas.
“É uma ala impressionante, que merece a atenção do público. Foi pensada para abrir o desfile de forma impactante”, disse.
Samba-enredo não influencia no projeto estético
O carnavalesco também comentou a escolha do samba-enredo da Roseira, destacando que a decisão foi tomada de acordo com o planejamento da escola.
“O samba foi muito bem escolhido. O nosso intérprete vai dar um ‘up’ geral. Tem tudo para dar certo, e a escola está cada vez mais unida e organizada em sua gestão. Porém, isso não influencia na estética das fantasias”, ressaltou.
Importância dos protótipos
Na preparação para o desfile, a Festa dos Pilotos, momento em que as fantasias são apresentadas em tamanho real, foi apontada por Fábio como essencial para ajustes cruciais.
“O piloto serve justamente para identificarmos os erros e acertos do que vai acontecer na avenida. O que vemos hoje nos dá a noção do que realmente funcionará no Anhembi. Temos esse tempo de ajuste para acrescentar, diminuir ou alterar algo. A Festa dos Pilotos tem esse objetivo de visualizar e acertar”, detalhou.
Foco no projeto de alegorias: trabalho em equipe
Sobre os carros alegóricos, Fábio Ricardo ressaltou que o projeto segue a mesma linha inovadora das fantasias e está sendo desenvolvido em parceria com Yago Duarte, projetista e integrante de sua equipe.
“Estamos muito focados. Tenho o maior carinho por ele, é uma pessoa íntegra, sensata e concentrada. A forma de trabalho está dando certo e a escola compra a ideia. Não é fácil fazer carnaval sem patrocínio, mas a Rosas de Ouro sempre cumpre com o que promete, e isso me deixa confortável”, concluiu.