O Salgueiro reafirmou seu pioneirismo ao transformar a final de samba para o Carnaval 2026 em espetáculo. Na noite em que a escola escolheu o hino para defender o enredo “A delirante jornada carnavalesca da professora que não tinha medo de bruxa, de bacalhau e nem do pirata da perna-de-pau”, em homenagem a Rosa Magalhães, a dupla Carlinhos Salgueiro e Paulo Pinna apresentou o show “O vermelho e branco deu Rosa”. O espetáculo trouxe à quadra memória de carnavais icônicos da eterna Professora, como “Me masso se não passo pela rua do Ouvidor” (Salgueiro, 1991), “Nem todo o pirata tem a perna de pau, olho de vidro e a cara de mau” (Imperatriz, 2003), “Uma delirante confusão fabulística (Imperatriz, 2005)”, Você semba de lá, que eu sambo de cá – o canto livre de Angola (Vila Isabel, 2012), A Vila canta o Brasil, celeiro do mundo (Vila Isabel, 2013). Passistas interpretaram personagens que marcaram esses desfiles, costurando a homenagem à Rosa com o olhar contemporâneo do Salgueiro.

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Foto: Marcos Marinho/CARNAVALESCO

Caixa mágica de Rosa

Carlinhos Salgueiro, diretor artístico da agremiação, destacou a energia que o enredo desperta. “Fazer Rosa é como abrir uma caixa mágica. Rosa Magalhães traz muito conhecimento e sorte para mim. Nós pegamos o que o Salgueiro faz de melhor para homenageá-la”, afirmou.

Já Paulo Pinna explicou que a construção do espetáculo teve como base as mensagens anteriores. “Tínhamos feito dois shows comemorativos da Rosa. Para hoje, criamos um mix do que havia de mais interessante e melhor em cada um deles”, explicou o coreógrafo da comissão de frente.

Parceria com Jorge Silveira

Ambos destacaram a excelente relação com o carnavalesco Jorge Silveira no processo criativo. Carlinhos observou que trabalhar ao lado dele é uma experiência de aprendizado constante. “O Jorge é um gênio. Quanto levo alguma proposta, ele vem com ideias incríveis. Fazer um carnaval com ele é como estar em uma faculdade, a gente aprende muito”, declarou.

carlinhos salgueiro

Na mesma linha, Pinna destacou a disponibilidade do carnavalesco e a rapidez em resolver demandas: “Ele é muito proativo e disponível. Sempre criativo, nunca fala não. Isso dá uma dinâmica maravilhosa ao trabalho, porque conseguimos resolver tudo rápido”.

Experiência na Noite dos Enredos

Na avaliação de Pinna, a apresentação feita na Cidade do Samba, durante a Noite dos Enredos, ajudou a moldar o espetáculo apresentado na final. “A gente trouxe um pouco do que foi destaque lá e no tributo para cá. Como em tudo que a gente apresenta, tivemos críticas positivas e negativas, mas o que planejamos deu certo. Ficamos muito satisfeitos”, disse.

Papel do samba no trabalho da Comissão de Frente para 2026

pinna salgueiro

O coreógrafo da comissão de frente também ressaltou como o samba influencia seu trabalho: “Gosto de fazer coreografias com o que o samba está falando. O samba me dá liberdade criativa, às vezes me dá ideias de efeitos cênicos. É a base de tudo”, afirmou.

Tradição do show na final

O Salgueiro foi a escola pioneira a transformar a final de samba em espetáculo. Carlinhos lembrou que a ideia começou há mais de duas décadas. “Comecei a fazer isso há 25 anos, quando ninguém entendia muito bem o que era mostrar o enredo através da dança. Hoje virou calendário em todas as escolas, não existe uma escola que não tenha um show na final. Eu abri portas para que todas fizessem, e me sinto muito honrado por isso”, afirmou.

Para Pinna, a tendência dos espetáculos em finais é de crescimento. “Isso foi construído pelo Carlinhos. Ele começou com essa coisa de fazer um show temático, diferente. Acho que a tendência é continuar crescendo, potencializando. Quem sabe um dia a gente leve para uma casa de shows grande?”, finalizou.