UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO
MUSEU NACIONAL
LABORATÓRIO DE ESTUPRATES DOS DO DISCURSO, IMAGEM E SOM
OBSERVATÓRIO DO CARNAVAL
PROJETO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA OBCAR
AUXILIADOR: PHELLIPE PATRIZI
ARTISTA-PESQUISADOR: CLEBSON
Milton Cunha: “Olá, queridos leitores. Seguimos com as publicações do resultado da fascinante experiência de Iniciação Acadêmica que realizamos no Observatório do Carnaval, sob a liderança da Emerita Tania Clemente, pesquisadora do Museu Nacional. Doze alunos sambistas se inscreveram, das mais diversas origens: cantores, mestres de bateria, carnavalescos, todos desejosos de empreender pesquisa acadêmica sobre assuntos que lhes interessavam, mas ainda sem as diretrizes da teoria da pesquisa. Pois bem, seis conseguiram encerrar seus textos declaratórios das hipóteses e possibilidades que serão contempladas em futuros mergulhos, em cursos de graduação nas universidades. Todos os textos serão publicados nesta Declaração de Intenções: são textos em processo, pesquisa em construção. Mas que dá uma alegria danada a gente ler, porque é o início das investigações teóricas de um povo que tem muita prática e quer se aventurar por esta forma de documentação que é a Academia. O cânone está em festa. Viva o Episteme Ziriguidum e a força destes guerreiros pesquisadores que além do saber tem a disposição. Boa leitura!”
Introdução
Desde a adolescência, me animo com a possibilidade de poder assistir aos desfiles das escolas de samba mirins, onde ocorre no mesmo palco das escolas dos “adultos”, a Avenida Marquês de Sapucaí, na região Central do Rio de Janeiro. Era para este lugar que todo ano reuníamos uma criançada da Baixada Fluminense rumo ao centro do Rio para acompanhar os cortejos infanto-juvenis, já que era o único dia de apresentações gratuitas. Geralmente, estes ocorriam nas sextas momescas, apesar de alguns anos terem sido transferidos para as quintas que antecediam a folia.
Anos mais tarde, em 1991, fiz a minha estreia nas agremiações mirins, na extinta Flor do Amanhã, escola formada por crianças de comunidades empobrecidas e em situação de rua lideradas pelo carnavalesco Joãozinho Trinta. Neste mesmo ano, pisei na Passarela do Samba como mestra-sala do Grêmio Recreativo Escola de Samba (G.R.E.S.) Unidos da Ponte, escola de samba localizada nas proximidades da comunidade onde eu morava, Gogó de São João, em São João de Meriti. Movido pela curiosidade e pelo amor ao carnaval, perguntei a diretoria se já haviam definido os nomes do casal de mestre-sala e porta-bandeira e, sem titubear, me ofereci para ocupar o posto. Este momento singular e apaixonante marcou a minha vida como um profissional do samba. Além da Flor do Amanhã, conduzi os pavilhões da Inocentes da Caprichosos e da Corações Unidos do C.I.E.P.
Passados alguns anos, já na fase adulta, na época em que era figurinista de diversas agremiações do carnaval carioca, resolvi galgar posições mais altas e me tornar um carnavalesco daquele seguimento que me encanta desde tenra idade – o desfile que para onde olhava, só tinham crianças: as escolas de samba mirins do carnaval carioca. Após dois anos realizando o meu sonho de ser o principal responsável pela criação artística da Unidos da Cabuçu (2013/2014), trabalhei por igual período (2015/2016) em outra agremiação, dessa vez na verde e rosa mirim, a Mangueira do Amanhã, e atualmente estou a caminho do meu quinto carnaval na Pimpolhos da Grande Rio, no total de sete anos no cargo de carnavalesco desse seguimento de escolas de samba.
Essa admiração e curiosidade pelas agremiações infanto-juvenis motivaram esse projeto de pesquisa sobre a atual pandemia do coronavírus (covid-19), tal efeito na construção de um desfile mirim e a peculiaridade de se pensar dois enredos para um mesmo ano; o primeiro pensado para um carnaval “normal” e o segundo, elaborado e moldado para o momento pandêmico. Uma produção artística pensada na otimização de custos, mão de obra e tempo. Sem a autorização para a realização do carnaval em 2021, seja em fevereiro, seja em julho, e o período de entrega dessa pesquisa, não foi possível ser concluí-la na sua totalidade. O que se almejava era estudar os resultados pensados e estudados com toda mudança feita de enredos, fantasias e alegorias. Até a data de entrega desse texto, a produção e reprodução das alegorias e fantasias já estavam paralisadas há três meses e com o anúncio do cancelamento dos cortejos fez com que o foco mudasse e começássemos a planejar o carnaval de 2022, adiaram-se mais uma vez o primeiro enredo pensado. Esse ficaria para o carnaval de 2023. Fica então a missão de concluir essa pesquisa ao término desse carnaval.
Nessa investigação narrativa pretendo mostrar como a escola de samba mirim Pimpolhos da Grande Rio não parou de produzir artisticamente o próximo carnaval, apesar das limitações impostas pela pandemia do coronavírus, e como foi todo o processo de criação e produção plástica da agremiação. Dentre os demais objetivos desta pesquisa, busco: descobrir novas formas de redução para a construção de um desfile de uma agremiação mirim sem comprometer a arte e a qualidade das fantasias e alegorias; provocar reflexões sobre os processos de reinvenção e adaptação de tais escolas de samba em momentos de escassez financeira e auto-sustentação baseada no que se produz dentro de uma agremiação.
Divido esse texto em cinco momentos. A primeira intitulada de G.R.C.E.S.M. e Pimpolhos, um breve apanhado do universo das Escolas de Samba Mirins e da Escola de Samba Pimpolhos da Grande Rio. Na segunda, Enredo e materialização das ideias são explicitados a importância desse quesito e como se constrói todo o processo em cima do tema. Com o título de Pandemia e suas complicações na cadeia produtiva dos desfiles, a terceira parte conta as consequências da quarentena no início do processo das tarefas de construção do enredo. A quarta nomeada de As consequências da pandemia para os cortejos, versa sobre os adiamentos e cancelamentos de datas por parte do Estado e L.I.E.S.A. e a última e quinta parte, As sequelas da doença na mão de obra dos barracões, aponta para a situação em que ficaram os colaboradores do espetáculo.
Esta investigação se detém a análise dos dados coletados em todo o processo de elaboração dos dois enredos propostos para o carnaval de 2021 – matéria prima, mão de obra, cronogramas, análises de materiais da mídia, livros e textos relacionados a carnaval e desfiles de Escola de Samba e a observação das consequências impostas pelo isolamento social da população devido à pandemia do covid-19.
1. G.R.C.E.S.M. e Pimpolhos
Denominadas, em sua maioria, como Grêmios Recreativos Culturais Escolas de Samba Mirins (G.R.C.E.S.M.), crianças e adolescentes de diversas localidades da região metropolitana do Rio de Janeiro apresentam gratuitamente os seus cortejos carnavalescos na terça-feira de carnaval com o foco na sociabilidade de seus integrantes. Tais agremiações, permeadas de projetos de cunho político-pedagógicos, relevam-se também pólos produtores de culturas negras e de ancestralidade, conforme ressaltou Ana Paula Ribeiro (2018):
Capitaneadas pela Associação das Escolas de Samba Mirins do Rio de Janeiro (AESM-Rio), essas escolas teriam como projeto a circulação da cultura afro-brasileira a partir dos ensinamentos orais dentro das quadras das escolas de samba, tendo como forte componente as relações intergeracionais e como objetivos a formação para o trabalho e o movimento de manutenção/transformação do samba carioca (RIBEIRO, 2018, p.190).
Embora as primeiras agremiações mirins sejam datadas no início da década de 1980, a exemplo do pioneirismo do G.R.C.E.S.M. Império do Futuro, fundada em 1983, contudo o primeiro desfile da escola só ocorreu em 1984 com a inauguração da Passarela do Samba Darcy Ribeiro, conhecida popularmente como Sambódromo carioca. Quatro anos mais tarde, em maio de 1988, foi a vez da criação da Liga Independente das Escolas de Samba Mirins (L.I.E.S.M.), responsável pelos desfiles entre os anos de 1989 e 2002, no entanto, a instituição continua sendo representante legal da escola de samba mirim Ainda Existem Crianças na Vila Kennedy, “filha” do G.R.E.S. Unidos da Vila Kennedy. Até 1989, as agremiações desfilavam abrindo os dias dos desfiles das escolas dos grupos de Acesso (atual Série Ouro) e Especial, as escolas eram dividas em três grupos que desfilavam no sábado, domingo e segunda de carnaval. De 1990 à 1992, os desfiles passaram para a sexta-feira de carnaval. Com a divisão do grupo de acesso em 1993 para 2 dias de desfiles, o cortejo infanto-juvenil passou para quinta-feira que antecedia os dias de folia até o ano de 1996. De 1997 ao ano 2000, os desfiles passaram para terça-feira de carnaval. Retornaram para sexta-feira em 2001 e permaneceram até 2012, porém desde 2013 até 2020, os desfiles voltaram a finalizar o carnaval carioca na terça-feira de carnaval. Desde o mês de junho de 2002, os desfiles são organizados pela AESM-Rio, órgão presidido atualmente por Edson Marinho e responsável pelos desfiles não competitivo entre as 16 escolas. Segundo Arleson Rezende, então diretor de comunicação e coordenador de avaliação da entidade, relembrou o ineditismo da iniciativa de se criar uma agremiação voltada para essa faixa etária:
O Carnaval mirim inicia sua existência com o sonho de um visionário em fundar uma agremiação carnavalesca formada genuinamente por crianças e jovens, onde aprenderiam como se desenvolve e a origem das escolas de samba e seus principais personagens e militantes. Arande Cardoso dos Santos, o Careca do Império Serrano, em 1979, Ano Internacional da Criança, teve a brilhante e desafiadora ideia, porém somente quatro anos após, com o apoio de grandes nomes do samba e carnaval como Alcione, Martinho da Vila e Beth Carvalho, entre outros, fundou a primeira escola de samba mirim, o Império do Futuro (REZENDE, 2012).
Dentre a totalidade das agremiações da instituição, doze são vinculadas a uma escola-mãe, (as tradicionais escolas compostas pelo público adulto), tal como ocorre com a G.R.C.E.S.M. Pimpolhos da Grande Rio, cujos laços “maternais” estão ligados ao G.R.E.S. Acadêmicos da Grande Rio, escola do município de Duque de Caxias, região metropolitana do Rio de Janeiro. Fundada no ano de 2002 com o propósito de participar dos desfiles mirins, a escola se apresentou pela primeira vez no carnaval seguinte, em 2003, com cerca de 1300 crianças oriundas do município. No ano seguinte, foi configurada ao status de Organização não-governamental (ONG) alçando o patamar de uma instituição independente, com a sua própria missão, visão, valores e objetivos e oferecendo as comunidades com quem a escola se comunica, possibilidades de construção cidadã tendo como foco a manifestação cultural afro-brasileira dos desfiles de escola de samba.
2. Enredo e materialização das ideias
Nos primeiros desfiles das escolas de samba cariocas, ainda na década de 30, não havia a obrigatoriedade de se apresentar um enredo calcado em uma dramatização completa do tema, do início ao fim do cortejo. Dessa forma, o tema escolhido e as fantasias e alegorias poderiam exibir uma discrepância artística entre elas, como atestou Simas e Fabato (2015) de que “não havia, nos primeiros tempos dos concursos, uma ligação necessária entre o enredo proposto pela agremiação, o aparato visual do cortejo e os sambas apresentados” (p.14). A única obrigação, no entanto, era de ser um enredo de cunho nacionalista como aconteceu no concurso do carnaval de 1938 cujo regulamento introduziu a obrigatoriedade de temas nacionais, fator de exaltação nacionalista da Era Vargas, sobretudo na véspera do período da ditadura do Estado Novo.
Em 1939, no entanto, Portela integrou em enredo o todo do seu desfile. Foi a primeira vez de um desfile todo voltada para um tema (SILVA;SANTOS,1989). Portela se consagrou campeã capitaneada por Paulo da Portela, autor do enredo Teste ao Samba, sendo ele o próprio compositor do samba e tendo a responsabilidade da harmonia. Desde então, tornou-se importante o cuidado com o enredo que do cortejo e como esse tema passa na Avenida para que haja uma unidade. Essa se tornou uma obrigação da agremiação (CAVALCANTI, 2006), que por meio do tema selecionado para o carnaval, carnavaliza aquela história em fantasias, alegorias, adereços, samba de enredo e o ritmo da bateria.
A escolha dos enredos da Pimpolhos da Grande Rio a cada ano segue uma linha diferente. Nesses cinco anos em que faço parte da equipe de produção dos desfiles, tivemos enredos inspirados em palestras ministradas por Luiz Antônio Simas sobre o centenário do samba (2017 – 100 Anos de Samba, Pimpolhos de Bamba); construção coletiva do Núcleo de Ações Educacionais do departamento pedagógico da Escola sobre cidadania (2018 – Samba Cid com alegria, Pimpolhos canta a cidadania); uma composição de Heitor Villa Lobos da década de 1910, em uma parceria junto ao Museu que leva seu nome (2019 – O Carnaval da Crianças Brasileiras de Heitor Villa Lobos); uma obra da literatura infantil do autor Alexandre Rampazo (2020 – A cor de Coraline).
As seleções de tais temas costumam ocorrer anteriormente ao calendário de seleção dos temas das diversas agremiações do carnaval carioca. Enquanto estas últimas começam a produzir seus desfiles a partir de setembro, no mês de agosto todas as fantasias das alas da Pimpolhos já foram finalizadas e estão ensacadas para serem entregues aos componentes da escola. Essa antecipação acontece porque a mão de obra da produção do desfile da Pimpolhos colabora também na feitura de alas na Acadêmicos da Grande Rio (outubro inicia-se a reprodução das fantasias) e por sabermos quais os materiais que serão utilizados e depois descartados pela da escola, conseguimos ter o parâmetro do que poderemos utilizar dos materiais usados e confeccionados no desfile da sua escola-mãe para o ano seguinte. Como exemplo, tal como sucedeu nos preparativos para a apresentação de 2020, quando a Pimpolhos optou por abordar em seu desfile um enredo a partir de um tripé cedido pela sua mãe Grande Rio. No elemento alegórico tinham alguns lápis de cores e um globo terrestre frequentemente usados nas escolas. Como queríamos levar um enredo sobre um livro infantil para a Avenida, nos foi proposto por uma diretora para que abordarmos a obra A cor de Coraline, já que nela são explicitadas cenas relativas a estes materiais e dessa forma poderiam reaproveitá-los em sua totalidade visando o nosso cortejo de 2020. Para tal compreensão, Cavalcanti (2006) ressalta:
O termo nativo “enredo”, utilizado na expressão corrente de “enredos carnavalescos”, é extraído de formas eruditas de criação artística e é muito enganoso. Num desfile, um enredo – ou seja a narrativa verbal, em geral escrita, que origina o processo artístico – funciona apenas parcialmente como princípio organizador da narrativa ritual propriamente dita. O termo indica, no ponto de partida do processo de criação coletiva, um ideal de unidade que assegura uma espécie de moeda semântica comum sempre pronta a ser trocada, expandida ou transformada em muitos outros significados. Sob esse aspecto, samba-enredo de um lado e alegorias e fantasias de outro como que se opõem (CAVALCANTI, 2006, p. 20).
Os preparativos para o desfile da Pimpolhos de 2021 iniciaram mais cedo do que o habitual,se compararmos ao período em que transcorreu cada etapa do processo criativo nos carnavais anteriores. Devido à experiência do ano anterior em que escolhemos um enredo inspirado na temática associada ao tripé que nos foi doado pela escola-mãe, dessa vez a ideia consistia em tentar aproveitar não somente um elemento cenográfico, mas todas as sobras de fantasias, adereços e peças do desfile de 2020 Tatalondirá, o canto do caboclo no quilombo de Caxias. Percebemos que muitos materiais utilizados pela escola-mãe no desfile apresentariam referências às culturas africanas e afro-brasileiras, analisamos então que, se seguíssemos essa mesma temática, teriam mais recursos para serem reaproveitados na construção do desfile da Pimpolhos visando o próximo carnaval.
Desta forma, o tema escolhido teve como ponto de partida o espetáculo infantil de O Pequeno Príncipe Preto. Obra de autoria do escritor e ator Rodrigo França, recentemente publicada em formato de livro, onde aborda de uma forma analógica a obra de Antoine de Saint-Exupéry, O Pequeno Príncipe, traços e costumes do povo e da cultura africana. Logo após a escolha do enredo, foram elaborados os croquis das fantasias e os desenhos das alegorias ainda em 2019, usando texturas, cores e tecidos usados pelo enredo da escola-mãe aguardando apenas a espera do aval para o início da confecção do desfile a partir do mês de março de 2020.
3. Pandemia e suas implicações na cadeia produtiva do desfile
A Organização Mundial de Saúde (OMS) emitiu o primeiro alerta do coronavírus em 31 de dezembro de 2019, depois que autoridades chinesas notificaram casos de uma misteriosa pneumonia na cidade de Wuhan. Em 9 de janeiro de 2020 saiu o resultado das primeiras análises da sequência do vírus junto com a primeira morte confirmada pelo doença. Começa então o contágio desenfreado por todo planeta.
Passado o carnaval, os casos de infectados com a Covid-19 foram aumentando consideravelmente pelo mundo. No dia 26 de fevereiro foi confirmado o primeiro caso no Brasil de um homem de 61 anos morador de São Paulo recém chegado da Itália. No dia 17 de março de 2020, o primeiro caso de morte em território brasileiro e no dia 24, em decreto do governador João Dória (PSDB), foi determinado à quarentena de 15 dias em todo estado. O mundo entrou em estágio de alerta. O momento coincidiu como a data que havíamos definido como o início da reprodução dos protótipos (16/03/2020). Por conta do crescimento dos números de pessoas contaminadas pelo coronavírus no Brasil e no mundo, foi pensada a necessidade de adiarmos por mais algumas semanas o início dos trabalhos artísticos no barracão da escola. Assim começamos a produção dos protótipos no dia 13 de abril, seguindo rigorosamente as normas de segurança sanitárias recomendadas pela Organização Mundial de Saúde (OMS) tais como: a redução da mão de obra (evitar aglomeração) e da carga horária de trabalho dentro do barracão (o retorno dos colaboradores fora do horário de pico nos transportes públicos).
De acordo com o novo cronograma de trabalho, todos os responsáveis pela construção dos protótipos se encontravam semanalmente. Os materiais eram distribuídos aos artistas, que a cada semana deixavam prontas as peças e as que restavam, seguiam com o andamento estabelecido a fim de concluí-las. Tanto na Pimpolhos, quanto na Acadêmicos da Grande Rio, usam-se um software de confecção de vestuário chamado Audaces, responsável pela organização dos moldes para o corte de forma que o desperdício de tecidos e aviamentos, diminui consideravelmente. Todos os encaixes geram plotagens que facilitam o ofício do cortador.
Paralelo a reprodução dos protótipos, todo o processo de feitura serviu de base para as aulas que antes eram realizadas no barracão de alegorias e fantasias em que alunos acompanham e aprendem todo processo de criação e produção do desfile de uma escola de samba mirim. A Plataforma Escola de Carnaval, criada em 2005, tem como objetivo educação, pesquisa, reflexão, produção e aprimoramento da cultura dos desfiles das escolas de samba mirins. Este projeto surgiu a partir da necessidade de se desenvolver programas artísticos e educacionais para capacitação nas áreas de gestão, criação e produção de seus desfiles.
O princípio da Escola de Carnaval é o contato com diversas formas de arte que interagem dentro de um barracão de alegorias e fantasias. São dadas aulas de criação e produção de desfile de escola de Samba mirim. A participação é efetiva do alunado nas atividades cotidianas da construção do cortejo Assim, são oferecidas todas as etapas de construção do desfile. Tema, enredo, sinopse, croquis, protótipos e sua apresentação, as etapas de construção de alegorias e fantasias (paralelamente ao período de reprodução com colaboradores), produção, concentração e o dia do desfile. Além do contato com profissionais do carnaval e do mercado de entretenimento.
Durante o período do curso, também são oferecidas palestras e aulas externas com diferentes pesquisadores e especialistas da área de gestão, produção e artes carnavalescas. Os participantes aprendem a prática do fazer carnaval dentro do próprio barracão.
Com as limitações dos tempos pandêmicos, todos os cursos oferecidos pela Pimpolhos seguiram no formato online. No curso de criação, semanalmente eram apresentados aos alunos todo processo de forração, adereçagem e finalização das peças que compunham os protótipos, enquanto em produção, todos os caminhos para a viabilidade na reprodução (valores de materiais, compra de tecidos e aviamentos, espaço físico dos encontros) Na reprodução dos protótipos dos anos anteriores, montávamos uma equipe composta de seis pessoas – três aderecistas, duas costureiras e uma modelista. Com a nova realidade, nossa equipe foi reduzida em 50%: uma aderecista, uma costureira e a modelista.
Dúvidas eram tiradas por aplicativos. Os protótipos ficaram prontos em 23 de julho 2020, já com os cálculos de gastos para a reprodução de todas as alas. Com o valor total em mãos, vimos que orçamento ficou acima do esperado, dessa forma as fantasias, por exemplo, dificilmente conseguiram serem reproduzidos dentro das normas da OMS em plena quarentena. Temíamos termos de cortar elementos das fantasias para facilitar a reprodução e baixar o orçamento. Após uma conversa com a gestão e a direção artística da agremiação sobre a possibilidade de um “plano B” para uma redução de gastos e otimização do tempo por conta da operacionalidade na “nova realidade” imposta pelo isolamento social provada pelo cenário pandêmico. Foi resolvido então que o enredo O Pequeno Príncipe Preto seria desenvolvido para o carnaval de 2022 e não em 2021 como havíamos pensado à princípio.
A partir da reprodução dos protótipos e desenhos de alegorias prontos desse enredo, resolvemos trocá-lo. Visando um desfile mais simples de execução e com custos reduzidos, o novo enredo Olha que linda a quitandinha de Erê foi escrito e elaborado com essa intenção e com maior participação da Escola de Carnaval. Dependendo da data em que se iniciam as dentro do barracão, os estudantes iniciam o curso acompanhando o atual estágio da produção artística. No ano de 2018, por exemplo, as primeiras aulas culminaram com a elaboração de fantasias especiais (mestre-sala, porta-bandeira, rei, rainha, princesa e miss simpatia da bateria, destaques, composição de carro, muso e musas) e o princípio da construção das alegorias. Os estudantes ficaram responsáveis pelos croquis dessas fantasias e a elaboração de adereços para a decoração das alegorias. Pela situação da escolha de um novo enredo, os alunos puderam acompanhar desde a escolha. A colaboração veio por meio de referenciais teóricos, textos, relatos e de imagens de orixás e de povos africanos. O enredo foi elaborado a partir dos fundamentos da religião de matriz africana, candomblé, em que a quitanda ou quitandinha é conhecida como a festa oferecida aos Erês (que em Iorubá significa diversão e brincadeira) nos barracões de Candomblé, exemplificado por esse trecho retirado da sinopse do enredo da Pimpolhos, Olha que linda a quitandinha de Erê, de minha autoria:
Esses seres infantis brincam de vender frutas em cestos de palha, relembrando a ancestralidade dos mercados africanos e dos escravos de ganho, que no Brasil vendiam quitutes para comprar sua alforria. O axé dos erês circula com as comidas e moedas, purificando os frequentadores da festa e os filhos da casa. A energia incontrolável e a verdadeira expressão de festa e alegria são os tons desse lindo momento dentro das casas de axé (PRATES, 2020).
Todo o processo de criação foi voltado para otimização financeira e redução de tempo. Sabíamos que teríamos de reproduzir as fantasias com a metade de nossa equipe. O desafio era manter a qualidade das fantasias, usando menos matérias-primas e mão de obra. Nossos adereços, antes feitos no E.V.A., foram testados no ethafoam e conseguimos um bom resultado com economia de mais de 50% no valor. Todos os elementos foram diminuídos desde as cruzetas, adereços e fantasias. Bermudas viraram shorts, saias longas foram reduzidas. Conseguimos economizar em materiais 21,14% e 45,53 metros de tecidos nos protótipos. Usamos a mesma equipe que trabalhou no primeiro protótipo. Nesta temporada, os adereços foram feitos no barracão e duraram 1 mês, economizando 2 semanas. Iniciamos no dia 05 de outubro 2020, terminamos no dia 03 de novembro de 2020 e a apresentação dos protótipos ficou marcada para o dia 16 de dezembro via live pelas redes sociais da Pimpolhos.
4. As consequências da pandemia para os cortejos
O mês de dezembro de 2020 acompanhou mais aumento significativo dos números de infectados e mortes pela covid-19. Em razão disso, tivemos de adiar por duas vezes a apresentação dos protótipos, que teriam ocorrido em 16 de dezembro de 2020, adiado para o dia 16 de fevereiro de 2021, e atualmente definimos a data final para 20 de março de 2021. Retorno dos colaboradores para a reprodução das alas no barracão não pode ser sinalizada. O governo junto com a Liga Independente das Escolas de Samba do Rio de Janeiro (L.I.E.S.A.), organizadora dos desfiles das escolas de samba do Grupo Especial, não tinham certeza se realmente teríamos os desfiles, até porque sem a imunização em massa, não teríamos como prosseguir com os trabalhos, tanto nos barracões quanto nas quadras.
A incerteza com o dia do desfile vem desde o início da pandemia. A própria LIESA adiou algumas vezes reuniões e tiveram alguns encontros para cancelamentos e definições do destino dos desfiles. Numa plenária realizada em 14 de julho de 2020, foi decidido aguardar até o mês de setembro para a tomada de uma decisão em relação aos desfiles. Os presidentes das agremiações já tinham concordado que só seria possível realizar os desfiles com a população vacinada. Na ocasião foi definida uma decisão sairia somente em setembro, data limite para as escolas começarem a produzir o carnaval. No dia 24 de setembro, os dirigentes decidiram que não seria possível ter o desfile em fevereiro. A falta de garantia da vacinação deixava em dúvida como construir e ensaiar o espetáculo. No dia 09 de novembro 2020, mais uma plenária onde foi decido que aguardariam até janeiro de 2021 para a decisão final para o desfile. Ficou acordado entre maio e junho caso a população estivesse imunizada. Em entrevista ao jornal ao jornal O Globo, Jorge Castanheira presidente da LIESA, disse que ainda era possível o desfile carioca ser a mesma data do de São Paulo:
Temos até janeiro de 2021 para decidir, esse é o prazo máximo. Vai depender de muitos fatores, principalmente a avaliação das autoridades sanitárias. Estamos imaginando a realização dos desfiles entre junho e início de julho, antes das Olimpíadas. Maio acredito que seja precipitado. Sobre o formato do evento, ainda não sei se seguiria nos moldes tradicionais, com o mesmo regulamento, ou se seria algo menor. Vamos continuar nos reunindo para debater, tudo está em estudo (CASTANHEIRA, 2020).
Num ambiente de dúvidas com a vacinação em relação à aprovação de outras vacinas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), da compra de vacinas, agulhas, seringas, insumos para a reprodução no Brasil, desavenças diplomáticas, negacionismo governamental, o prefeito do Rio de Janeiro Eduardo Paes, no dia 21 de janeiro, anunciou em suas redes sociais a inviabilidade da realização dos desfiles em julho:
Nunca escondi minha paixão pelo Carnaval e a visão clara que tenho da importância econômica dessa manifestação cultural para nossa cidade. No entanto, me parece sem qualquer sentido imaginar a essa altura que teremos condições de realizar o Carnaval em julho (PAES, 2021).
5. As sequelas da doença na mão de obra dos barracões
Nesse momento, são pouquíssimas as escolas que mantiveram suas equipes ou parte delas. Grande parte dos trabalhadores, por conta da crise sanitária, encontra-se desempregada e desassistida. Alguns grupos formados por sambistas de várias áreas e de seguimentos diferentes das agremiações mobilizaram-se para ajudar essa massa de desempregados formando redes de solidariedade:
– Bailado Solidário: Capitaneado pelo primeiro casal de mestre-sala e porta-bandeira da G.R.E.S. Unidos do Viradouro, Julinho Nascimento e Rute Alves, doações, lives e leilões foram organizados com o objetivo de arrecadação de cestas básicas para casais de mestres-salas e porta-bandeiras atuantes, ou não, de qualquer grupo e que estejam em situação de vulnerabilidade:
– Barracão Solidário: Para ajudar aderecistas, ferreiros, pintores, seguranças, costureiras, soldadores, o carnavalesco Wagner Gonçalves, da Estácio de Sá, criou o projeto com colegas da profissão, curadores e jornalistas para ações de compra de itens da cesta básica e higiene e suporte financeiro.
– Ritmo Solidário: Organizado pelo sambista China do Estácio, a campanha mobilizou mestres de bateria de várias agremiações com o objetivo para ajudar ritmistas cadastrados pelos os mestres. Entre as ações houve leilão de peles usadas em instrumentos das baterias do Grupo Especial e Série Ouro, assinadas por cada respectivo mestre, além de apresentações virtuais com intérpretes e mestres de bateria de escolas de samba dos respectivos grupos.
Poucas agremiações tiveram a mesma atitude. Mediante a situação que ficou todos os colaboradores da festa, pensando num espetáculo que é considerado o maior do planeta, foi deflagrada a fragilidade das relações de trabalho nesse mercado. A grande massa de mão de obra de artistas e técnicos ficou sem suas funções e sem direitos trabalhistas. No dia 20 de Março de 2020, o congresso nacional decretou a lei Aldir Blanc que “dispõe sobre ações emergenciais destinadas ao setor cultural a serem adotadas durante o estado de calamidade pública reconhecida” (BRASIL, 2020). O governo estadual do Rio de Janeiro abriu o período de cadastramento para profissionais de cultura. Artistas, produtores, técnicos, artesãos e outros trabalhadores da área. O auxilio foi de R$ 600, concedido por três meses consecutivos, podendo ser prorrogado conforme disponibilidade orçamentária. O texto da lei estabelece o destino do montante que não for endereçado aos artistas beneficiários. Caso haja recurso não destino, ele seria reencaminhado para os cofres da União, 20% dos artistas da capital carioca que tinham direito ao auxilio, ainda não tinham sido pagos em dezembro de 2020.
Parte da mão de obra das Escolas de Samba teve dificuldade no preenchimento do edital. Alguns integrantes não sabiam de detinham o direito a esse auxílio. Além de toda burocracia tradicional para ter acesso aos direitos ao auxílio do governo federal, a falta de canais de ajuda e cooperação a esses profissionais fez com que grande parte não tenha conseguido preencher corretamente o edital e muitos desistiram. Essa falta de informações da mão de obra dos barracões e a falta de orgãos que auxiliem esses trabalhadores provêm da cultura da informalidade, relações de trabalhos rasas e a falta de comprometimento dos contratantes com esses artistas.
O desfile da forma que costumamos produzir foi adiado para 2022. Pequeno Príncipe Preto será enredo para o carnaval de 2023. Um desfile que começou a ser concebido em 2019 ganhou mais um “capítulo” nessa epopéia imposta pela pandemia. A não ocupação do espaço público por quem durante tantos anos lutou para conquistá-lo, em 2021 deixou um vazio na cidade com seu espetáculo que deixou de arrecadar em média quatro milhões de reais com os festejos momescos.
Marcelo Alves, ex presidente da Empresa de Turismo do Município do Rio de Janeiro (Riotur), em entrevista ao site Money Time após o carnaval, no dia 02 de março de 2020, disse que a capital fluminense recebeu 2,1 milhões de turistas, ante 1,6 milhão no ano anterior. O carnaval movimentou R$ 4 bilhões na economia do Rio. Segundo ele, a ocupação hoteleira ficou em média em 93% e, em algumas regiões, chegou próximo à 100% na semana do carnaval. Dentre os hóspedes, 77% eram brasileiros e 23% estrangeiros. Um evento que agrega tanta gente e tantas receitas para o estado deixa seus construtores desassistidos. Isso nos mostra a necessidade de políticas voltadas para esse seguimento e a regularização dessa massa de artistas e trabalhadores:
As escolas de samba, longe de serem apenas um belo espetáculo plástico-musical, representam a trajetória de luta de resistência do povo brasileiro contra a exclusão e os estereótipos. Além disso, pela beleza estética e força cultural são um valioso exercício de cultura, com o qual o turismo educativo pode realizar grandes parcerias, auxiliando na promoção e na emancipação econômica e social das comunidades que, há décadas, realizam o “espetáculo popular mais belo da terra”, mas que,em geral, permanecem excluídas do acesso às riquezas geradas por este (TRAMONTE,2006,p.85).
No dia 04 de fevereiro de 2021, Eduardo Paes, prefeito do Rio de Janeiro, anunciou em entrevista ao G1 Rio e TV Globo o município investiria cerca de R$ 3,2 milhões em incentivos ao Carnaval de rua carioca. Editais seriam lançados em março, preparados pela Prefeitura através da Secretaria de Cultura e da Riotur, para ajudar profissionais que atuam no segmento devido a não realização da folia em 2021. Vale ressaltar que estes editais iniciais serão voltados somente para os profissionais ligados aos blocos. Já para quem atua em escolas de samba, Paes que outro programa será lançado em breve, especificamente para esse público: “Na semana que vem teremos o lançamento de um programa voltado para os trabalhadores das escolas de samba”, disse o prefeito. Até a data de finalização desse texto, a prefeitura ainda não tinha dado uma posição sobre esse seguimento.
Considerações Finais
Com a preparação mais longa e com tantas dificuldades nunca dantes navegadas, o inexistente carnaval de 2021 que iniciou em 2019 e só terminará em 2023, mostrou o quão é importante a perpetuação de uma das características das Escolas de Samba, a necessidade da adaptação do que está acontecendo ao seu entorno. No caso da Pimpolhos, a troca de enredo e em consequência, a construção de novos protótipos somente ocorreu por conta de um cronograma sempre adiantado ao normal que se aplica nas produções dos desfiles, custo das matérias primas abaixo da produção anterior, almoxarifado com sobras de tecidos suficientes para montar algumas peças e uma gestão que acreditou e comprou a ideia que na economia que terá a reprodução para o desfile, dará para custear os gastos dos funcionários no mês da reprodução da segunda leva de protótipos. A equipe da Pimpolhos teve a possibilidade de pensar e produzir carnaval/pandemia e se adaptar a nova realidade tanto a produção artística quanto a pedagógica. Já as outras coirmãs não tiveram o mesmo caminho. O momento mostrou a fragilidade dessa produção cultural com seus colaboradores. A grande maioria da mão de obra ficou desassistida sem direitos trabalhistas no momento que a produção não retornou depois do carnaval de 2020. Redes de solidariedade foram formadas, pelos próprios sambistas, para ajudar essa massa. Também outra característica dos sambistas das escolas de samba. Poucas agremiações tiveram a mesma iniciativa.
Por ter ainda dois anos de estudos sobre esse ano de 2021, as análises e conclusões sobre esse carnaval não se cessam aqui. A economia em materiais, colaboradores e tempo do enredo Olha que linda a quitandinha de erê serão observados e comparados com os custos e cronograma do desfile de 2023 O Pequeno Príncipe Preto. Mais um capítulo na saga dessa manifestação de origem negra que por muitos anos, por ser preta, concilia, negocia e luta pelo direito de ocupação do espaço público para mostrar suas raízes.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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Clebson Prates: carnavalesco, aderecista, figurinista, professor de história e de criação carnavalesca. Possui licenciatura e bacharelado pela UNISUAM (2000). Trabalha com arte carnavalesca desde 1991 em diversas agremiações do Grupo Especial e da Série Ouro. Atuou como carnavalesco em Taiwan na Dream Community, na Unidos do Cabuçu e na Mangueira do Amanhã. Atualmente é carnavalesco da Pimpolhos da Grande Rio onde atua também como cenógrafo,figurinista, produtor e diretor artístico da Carnaval Experience desde 2017.