A Mocidade Independente de Padre Miguel escolheu o samba-enredo dos compositores Diego Nicolau, Carlinhos Brown, Richard Valença, Orlando Ambrosio, Gigi da Estiva, Nattan Loes, JJ Santos e Cabeça do Ajax para o desfile no Carnaval de 2022. A Verde e Branco da Zona Oeste levará para Avenida o enredo “Batuque ao caçado”, desenvolvido pelo carnavalesco Fábio Ricardo. * OUÇA AQUI O SAMBA DA MOCIDADE PARA 2022
Muito emocionado com a conquista, o compositor Diego Nicolau comentou o que representa mais uma vitória na Mocidade, sua escola de coração. “Todo independente e compositor sabe da importância desse bateria para Mocidade e para o carnaval. É realmente um enredo que era muito aguardado aqui. É muito bom estar vivo e entre os compositores com essa honra. O meu coração tem uma parte, mas sei que o refrão principal é uma coqueluche. A minha parte é a que fala que quem é de Oxóssi é de São Sebastião, uma marca que gosto muito. Foi uma sensação diferente, mas um ano diferente para todas pessoas. Tenho certeza que todos os compositores que venceram nas escolas vão ter o privilégio e a ansiedade de que dê tudo certo para o carnaval em 2022. O sambista merece voltar por cima. É uma realização imensa pra mim”.
Ciente da responsabilidade de desenvolver o enredo tão esperado na Mocidade, o carnavalesco Fábio Ricardo contou que o trabalho criativo do desfile está pronto e que agora é trabalhar na produção. “Minha quarentena foi me dedicando meses ao projeto da Mocidade. A parte visual de tudo está completo. O artístico todo só faltam detalhes. Fiquei em casa trabalhando. Como todo mundo, a preocupação é com a compra da matéria-prima, mas sei como arrumar o trabalho”. “Só em ver a felicidade dos componentes e, finalmente, ter o enredo afro, fico feliz por feliz. Fiz agora na Unidos de Padre Miguel. Isso me alegra muito. Não é só um enredo afro. Não falo só do orixá, da história dele. É a história da bateria, como nasceu, de onde surgiu essa semente. É em homenagem ao batuque da Mocidade. É o desfile voltado para essência e energia do orixá, voltado a história que poucas pessoas sabem dessa relação com a bateria. O independente vai saber realmente como surgiu essa semente. Todos os sambistas, cada um da sua maneira, entravam perfeitamente dentro do enredo. Está tudo encaixado”.
Ao site CARNAVALESCO, o diretor de carnaval, Marquinho Marino, falou de todo o processo de disputa da Mocidade. “A disputa foi em live, com uma equipe bem reduzida. Tínhamos que proteger as pessoas, porque a Mocidade foi uma das escolas que mais perdeu componentes para Covid-19. A diferença é que trabalho diretamente na técnica da escola, na harmonia, musical, andamento de bateria. Com a quadra cheia, a gente tem todos os ingredientes, porque na Mocidade, cada diretor pode se manifestar com o samba que quiser, não posso proibir a pessoa se emocionar. Apenas a harmonia que não se manifesta, porque trabalha diretamente. Ficamos sem esse termômetro, mas a Mocidade criou uma equipe que deixou todo mundo ciente do que é melhor para o desfile da escola. Samba-enredo puxa muito quesito junto e a escola não poderia errar”.
Fantasia impactante na bateria
Vivendo um ótimo momento com a bateria da Mocidade, mestre Dudu revelou que o reencontro com os ritmistas foi bastante emocionante. “A volta foi maravilhosa. Estava morrendo de saudade da galera. Fiquei até surpreso, porque parecia semana de desfile. Todos presentes. Foi muito emocionante, alguns choraram. O enredo é em cima da bateria. Será sensacional! A ideia é ter o mesmo volume do ano passado, trabalhar ainda mais em cima das marcações, fizemos nas caixas e o resultado foi muito bom. Foi uma novidade. A fantasia é impactante. O Fábio vem para marcar a história da Mocidade. Conversei com ele por muito tempo. A fantasia vai mexer. Não posso contar muito, porque vou revelar a surpresa. A fantasia é maravilhosa, vai ser como foi em 2001, sem pena e que vai facilitar a vida do componente. Falei até demais (risos).
Casal preparado
Após um desfile inesquecível em 2020, inclusive, com a porta-bandeira Bruna Santos recebendo o prêmio Estrela do Carnaval, na categoria “Revelação”, a dupla da Mocidade garantiu que seguiu firme no ritmo de ensaios e treinos físicos para o desfile de 2022. “Nunca paramos de ensaiar. Em 2020, a gente começou a partir de agosto. Não ensaiamos a dança do casal, mas aulas de balé e o pilates. Foi bem difícil essa época de pandemia. Não vejo problema em vir atrás da comissão de frente. Nossa relação com os coreógrafos é bem legal. Todo mundo está unido e no mesmo propósito. A gente já tem alguns passos na mente, porque o enredo já pede, mas esperamos o samba ser escolhido. Agora é ver como encaixa com o samba. Vamos montar a coreografia”, afirmou Bruna.
“Minha vida toda é no carnaval. Nunca tinha ficado um ano fora da Sapucaí. Foi muito difícil, porque vivo 24 horas por dia o samba. Viemos de um lindo carnaval em 2020 e veio a pandemia. Nada que reduza a nossa garra e vontade para o próximo ano. Muita coisa muda, como o critério de julgamento, praticamente os casais recomeçaram do zero. Todos os casais entram no mesmo ritmo e tendo que recomeçar”, completou Diogo.