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‘Apoteose do Samba’ na Globo: 60 anos de batidas, memórias e a evolução do carnaval pelas lentes da TV

Neste sábado, se inicia na Rede Globo a “Apoteose do Samba – De lá pra cá”, sobre os 60 anos de cobertura de carnaval pela TV Globo e a evolução do carnaval através das lentes da emissora, que completa mais uma década no ar este ano. O CARNAVALESCO acompanhou a gravação de um dos episódios, o que trata do quesito Bateria, e conversou com os presentes sobre o que esperar do programa e os momentos que acompanharam através da telinha.

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Fotos: Matheus Morais/CARNAVALESCO

O episódio que acompanhamos trata da evolução do quesito Vateria, sendo gravado no Cacique de Ramos, uma das raízes mais fortes e profundas do samba no Rio de Janeiro. Acompanharam a gravação as baterias da Mocidade e do Império Serrano, além da própria bateria do Cacique de Ramos, que recepcionou as orquestras neste templo do samba.

Mariana Gross, apresentadora do RJ1 e do Apoteose do Samba (este último com sua dupla de todos os carnavais, Milton Cunha), falou ao CARNAVALESCO sobre a missão de comandar novamente o programa, desta vez com um olhar diferenciado sobre a cobertura do carnaval pela Rede Globo ao longo dos últimos 60 anos.

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“Esse ano a gente vai fazer uma viagem no tempo. Vamos contar como foram esses 60 anos de cobertura do carnaval da Globo, como tudo começou, e a partir disso a gente vai lembrar muita coisa: de como eram os sambas antigos, as comissões antigas, de lá pra cá, a evolução de cada quesito. Eu mesma nunca tinha visto muitas imagens que vão ser exibidas nesse programa, e é de arrepiar. Só de lembrar já é bom, porque a gente lembra da infância, bem nostálgico, e bem atual também, porque a gente conseguiu até arrancar uns segredos das baterias atuais, das comissões atuais, das escolas hoje, como elas desenvolvem o enredo. Está muito emocionante, principalmente esse programa, e muito legal. E a minha memória é sempre eu criança, minha mãe deixando eu dormir até um pouquinho mais tarde para poder ver o carnaval na televisão. Isso é bem pequenininha… Depois, eu com 8, 9 anos, acho que foi a primeira vez que fui à Sapucaí, mas eu dormi, não aguentei: vi duas escolas e dormi ali no cantinho da frisa. Mas as memórias das transmissões, eu tenho muitas de ‘mamãe, mas a Mangueira vai desfilar muito tarde… Mamãe, mas a Portela eu queria ver… Mamãe, deixa eu ficar mais um pouquinho acordada’. Mas o sono me vencia, criança apaga de repente. Era isso: uma luta contra o sono para acompanhar o máximo que a gente podia, porque não tinha Globoplay ainda, não dava pra ver depois, não tinha reprise. Você tinha que ver na hora, aí eu queria ficar acordada. Graças a Deus, hoje em dia a gente consegue ver as imagens depois”.

Milton Cunha também comentou sobre o que podemos esperar do Apoteose do Samba neste formato de três programas em 2025 e da parceria dele com Mariana Gross ao longo dos últimos anos de cobertura.

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“O ano passado era ao vivo, era uma celebração de sambistas, e esse ano ele é analítico, pensa como o carnaval nesses últimos 60 anos foi mudando. Se ano passado foi uma celebração ao vivo, esse ano é um pensamento sobre o passado e o futuro da escola de samba. Eu e a Mari somos uma dupla que o carioca, e o brasileiro, reconhece como uma dupla de dentro do barracão, da quadra da escola de samba. A gente é próximo, não é dessas pessoas que estão com a gente pensando os 60 anos de Globo e escola de samba. Primeiro, a gente tem um lugar de fala, uma intimidade com todos eles, muito grande. Então, é uma honra, é uma deferência, é uma maravilha participar de um projeto de tanta envergadura quanto esse. Eu já estou no Carnaval da Globo há 13 anos, então é muito legal estar aqui”.

Mestre Dudu foi um dos convidados do episódio, trazendo alguns ritmistas da bateria da Mocidade para a gravação no Cacique de Ramos, e falou sobre essa participação no Apoteose do Samba.

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“Estou muito feliz de estar aqui. Segunda vez que piso no Cacique de Ramos. Tem um axé danado essa casa aqui. E a proposta é muito bacana, de falar das nossas características de bateria. A bateria é muito peculiar, tanto a da Mocidade quanto a do Império Serrano também. Juntamente com o nosso mestre Xula, também falar um pouco do trabalho que ele vem resgatando ao longo desse tempo que está no comando dessa bateria maravilhosa. E é muito bom falar de bateria. A gente costuma dizer que se fala tão pouco de bateria, e tem muita coisa para ser falada. Inclusive, hoje, falar das nossas características, curiosidades, falar de naipe, é sempre bom estar falando desse momento, já que Deus escolheu a gente para poder falar, porque poderiam ter escolhido outros segmentos, mas escolheram bateria. Estou muito feliz por esse momento”.

O mestre da “Não Existe mais Quente” também falou sobre as lembranças de coberturas e transmissões que assistiu pela televisão através da Rede Globo e como assistir a elas ajuda na memória dele em relação à própria bateria.

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“Falando de Mocidade, da nossa bateria, eu fico sempre acompanhando e vendo vídeos antigos do mestre André, do Jorjão, do meu pai, mestre Coé. Alguns momentos marcaram, como o nosso campeonato de 96, meu pai era mestre da bateria, que ficava com aquela roupa do Robocop. Me retrata muita coisa, inclusive até o terno que meu pai usou nesse desfile, que eu tenho guardado, que aliás foi o marco da minha vida. E de lá para cá a gente vem aí plantando e mantendo o legado que meu pai deixou, obviamente do mestre André, do Jorjão. E são muitos flashes, muitas lembranças. Eu até falei aqui hoje que a fruta não cai longe do pé. Meu pai também é herdeiro disso aqui, comandou essa bateria durante 9 anos, e eu estou há 14 anos comandando essa bateria já. Nem queria ser mestre. Não tinha pretensão de ser mestre. Mas aconteceu, e agora tenho certeza de um trabalho bem elaborado, bem planejado. Se Deus quiser, enquanto eu estiver na Mocidade, vai eternizar esse trabalho do mestre André aqui”.

Mestre Vitinho, responsável pela “Sinfônica do Samba”, também falou ao CARNAVALESCO sobre estar com a bateria presente no Cacique de Ramos para a gravação do programa e estar em conjunto com outras duas grandes baterias do mundo do carnaval.

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“Muito me honra. Eu comecei há bastante tempo como ritmista, mas hoje estou como mestre de bateria há pouco tempo. Então, estar entre a bateria do Cacique de Ramos, entre a bateria da Mocidade Independente de Padre Miguel, e eu estar na frente da bateria do Império Serrano é um dia histórico para mim. É importante demais falar da tradição da bateria do Império Serrano, falar sobre a evolução das baterias. Sou um cara que estudo muito o carnaval e as baterias, não só do Rio, como de todo o mundo, e é muito bacana estar vivendo esse momento. E esse programa com certeza valoriza muito as baterias, e quem não conhece, aquele cara que é leigo, que tem vontade de entender um pouco, com certeza ele vai sair com um conhecimento ao assistir esse programa”.

O comandante da bateria do Império Serrano também comentou as lembranças ao redor dos momentos que passaram pela TV Globo na sua infância acompanhando o carnaval, com destaque para os momentos envolvendo as baterias.

“O Carnaval de 1997, esquenta do Império Serrano, esquenta da Grande Rio, Beija-Flor. Lembro que na cobertura da Globo, as escolas anteriores fizeram o tal do botequim do samba que tinha, e elas não fizeram o butiquim, e já foi logo para o esquenta da bateria no Setor 1. Eu bem pequenininho assistindo, e automaticamente todas as escolas começavam ali, cantando esquenta… Não tive a oportunidade de assistir o esquenta, aquele calor, os diretores comandando. Eu lembro que foi o último ano até do mestre Maurício da Grande Rio, ele comandando a bateria, ele passou mal nesse desfile, não terminou, não terminou o desfile, e depois veio a óbito. Eu assisti esse esquenta, apareceu na televisão, então são momentos marcantes. Mas tudo o que envolve bateria na minha infância, eu lembro e achava muito bacana. Ver a atenção dos ritmistas, os diretores alegres com o trabalho acontecendo, isso foi coisa que fica na minha memória, e toda vez que eu estou com a bateria no Setor 1, eu lembro desses momentos que eu assisti na TV”.

Dudu Nobre, que foi comentarista de bateria e samba dentro das transmissões da Globo, falou com o CARNAVALESCO sobre estar participando deste programa recordando a história das coberturas e quais momentos inesquecíveis ele viveu enquanto era um dos comentaristas.

“Para mim, participar é muito bacana. Acho que qualquer coisa que a gente possa estar fortalecendo o samba, fortalecendo a nossa cultura de escola de samba, qualquer coisa que a gente possa fazer, é estar junto, sempre fortalecendo. E eu fico muito feliz, porque durante 10 anos participei como comentarista, como repórter também, e é uma alegria muito grande ver essa parceria, que é muito bacana para o nosso carnaval, o nosso samba, o nosso Rio de Janeiro, e para as escolas de samba do Rio de Janeiro. A gente teve a possibilidade de ver muita coisa legal: os desfiles da Beija-Flor foram momentos marcantes naquela época, porque eu peguei justamente o momento que ela estava dominante demais. O surgimento do trabalho do Paulo Barros para o grande público. E eu fiquei de 2001 até 2011, e foi um período muito bacana que a gente pode ver muita coisa, aprender bastante, ter um contato direto com grandes mestres do carnaval como Haroldo Costa, Maria Augusta e tantos outros que dividiram a bancada comigo, realmente foi assim um aprendizado. Para mim, pessoalmente falando, foi uma outra forma de ver o carnaval”.

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Andressa Marinho, a Dedê, rainha de bateria da Unidos de Padre Miguel, participou das gravações representando as rainhas de bateria, em especial, as rainhas de comunidade, e falou sobre a oportunidade de estar presente neste momento. Ela relembrou também sobre as inspirações em outras rainhas que via pelas coberturas do carnaval, e que foram fundamentais para que ela sonhasse e realizasse ser rainha também.

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“É uma oportunidade e uma honra imensa ser escolhida e ter esse convite de participar desse programa, que é tão importante para a TV Globo, que é dos 60 anos da TV Globo, e também para os sambistas. E estar podendo participar, levando a nossa cultura à frente, germinando a semente do samba no pé, do samba de raiz. Eu estou muito feliz e grata por esse convite, que é muito especial, porque eu venho representando as rainhas, ainda mais, as rainhas de comunidade. Poder participar desse programa que vem falando das baterias, e eu ser escolhida para representar as rainhas de bateria, é de extrema importância para mim, porque eu estou aqui num papel de representatividade e com o dever de passar o papel da rainha de bateria, o que ela desempenha, sua conexão com o mestre, com a bateria, com o ritmo, com a sua performance, é maravilhoso. E ver, ao decorrer do tempo, sempre as minhas inspirações, porque a gente que é passista se inspira e deseja muito o cargo de rainha de bateria. E passar anos assistindo, me inspirando, botando como meta e hoje estar realizando esse sonho, é muito mais que gratificante para mim”.

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