Trazendo André Rodrigues e Antônio Gonzaga como seus carnavalescos para 2024, a Portela apostou em renovação. Após contar com nomes como Alexandre Louzada, Paulo Barros e o casal Renato e Márcia Lage em seus últimos anos, a Majestade do Samba foi atrás de novos nomes para realizar o carnaval de 2024, onde trouxe o enredo “Um defeito de cor”, baseado no romance de Ana Maria Gonçalves, que conta a saga de Luíza Mahin. O trabalho dos dois carnavalescos foi elogiado na concentração pelos desfilantes, que gostaram do ar renovado da escola.
Luciane Mourão desfila há cinco anos na escola, e gostou da temática do enredo e da forma que ele foi traduzido nos carros e fantasias: “É falar de ancestralidade, é falar do poder do povo preto, dentro de uma sociedade ainda tão racista. Então a Portela vem, homenageando esse povo preto, reconhecendo quem foram os nossos verdadeiros heróis, e trouxe um carro maravilhoso lotado de mulheres negras. Eu tenho que só agradecer a minha escola por essa oportunidade de participar dessa história, da história desse desfile, desse carnaval”. Ela gostou da reinvenção que a escola se permitiu com os novos carnavalescos e com o enredo: “A gente sai da mesmice, de repente nem é tão importante tantas cores, se a gente tem que retratar o que verdadeiramente é o enredo”.
Henrique Vieira, de quarenta anos, que desfilou pela primeira vez na Águia de Madureira, adorou o trabalho dos carnavalescos, acreditando que é necessária a renovação dos artistas que fazem o carnaval: “Eu, como sempre, admirei a Portela. Para mim está tudo lindo, tudo mais que perfeito. E eu tenho certeza que vai fazer um belo desfile. As alegorias, a história, toda que está sendo contada, falando de Luiza Mahin, Luís Gama, tudo perfeito”.
Leonardo Soares, de vinte e oito anos, desfilou quando criança por muitos anos na escola mirim Filhos da Águia, fez agora o primeiro desfile na escola na escola mãe, explicou o que ele enxergou com o trabalho dos carnavalescos: “O pavilhão tá sempre acima de tudo, dentro de uma escola de samba. E eu acho que o trabalho do André e do Toninho reconheceram o que a Portela é, de tradição. O que é passar desfilando pela Portela, fazer um carnaval de uma escola desse tamanho. A única centenária do carnaval, a maior campeã do carnaval. E conseguiram traduzir isso no enredo, na fantasia, nas alegorias”. Ele que veio no abre-alas, gostou muito da estética trazida por Antônio e André: “Eu achei muito bonito, esperava justamente essa riqueza de detalhes. E eu acredito que o trabalho dos dois carnavalescos, pelos últimos trabalhos que eles tiveram, conseguiram se complementar e trazer um trabalho que ainda assim colocasse a Portela e a estética da escola, aquilo que o portelense gosta de estar acostumado, que é trazer a questão da tradição, do afeto como primeiro plano. Então acho que super casou a proposta do enredo com a escola”.
“Está tudo dentro do conceito da escola, então para mim está tudo impecável, está lindo, maravilhoso, está perfeito. Eu sou um amante da cultura africana, da África, e tudo que traz esse tema para mim eu acho incrível, então mais uma vez eu digo, para mim está impecável, dentro do contexto, está maravilhoso. Foram meses de muito trabalho, mas está lindo, perfeito”, comentou Igor Walterson, de trinta e três, que voltou a desfilar este ano. Ele acredita que a renovação de talentos é boa para o carnaval, dando espaço para que outros carnavalescos possam mostrar suas artes: “Tem espaço para todos, então é sempre bom renovar, inovar, eu acho incrível e dando espaço para pessoas que podem mostrar o seu trabalho como esse que está vindo na Portela”.