A série “Apaixonados por Carnaval” continua a saga de contar as histórias desses “loucos” que entram de cabeça na festa, seja desfilando, assistindo na Sapucaí ou torcendo em casa. Hoje, o site CARNAVALESCO foi até o interior de Minas Gerais para conversar com um apaixonado pela Beija-Flor.

Neto Matos, professor de 36 anos, tem fissura pela a escola de Nilópolis. Nilopolitano de coração, ele conta de uma cidadezinha de aproximadamente cinco mil habitantes da Zona
da Mata mineira sobre quando tudo isso começou.

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“Minha avó torcia para a escola e eu peguei esse amor dela. Ela nunca explicou o motivo, mas acredito que deva ter sido devido aos grandiosos desfiles do saudoso Joãozinho Trinta na década de 70”, explicou.

“A divina senhora chegou
E ornada de grande oferenda
Ela transfigurou”
Beija-flor 1978

Foi nessa paixão herdada pela avó que o adolescente deixava de pular carnaval para assistir nas madrugadas sua escola desfilar e até gravar no antigo VHS para assistir com detalhes várias vezes o luxo dos desfiles, o bailado de Selminha e o grito de guerra de Neguinho. O tempo foi passando, até que em 2008 o sonho virou realidade, ele assistiu sua escola na Sapucaí.

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“Até 2008 assistia sempre pela TV. A partir de 2008 assisti in loco, mas tem dois anos que não pude comparecer a Sapucaí, assistindo assim pela TV novamente ou pela internet. Quando assisto em casa eu vejo sozinho, pois sou muito ansioso”.

“O meu valor me faz brilhar
Iluminar o meu estado de amor
Comunidade impõe respeito
Bate no peito eu sou Beija-Flor”
Beija-flor 2008

Perguntado se ele já foi a quadra da Beija, o mineiro relembra a sensação da primeira vez: “Já fui a quadra da Beija três vezes. A primeira parecia magia, pois era o maior sonho conhecer uma quadra de escola de samba, principalmente a quadra da escola que tenho um amor incondicional”.

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E se foi como magia a primeira ida a quadra, imaginem como foi desfilar pela escola.

“Em 2008 eu realizei o grande sonho em desfilar pela minha escola de coração. E ainda pude realizar esse sonho sendo campeão. Foi uma das melhores sensações que eu tive na vida! Lembro dos ensaios técnicos, eles eram maçantes e desgastantes, pois ensaiávamos exaustivamente para sair tudo a perfeição. Na hora do desfile, apesar do peso da fantasia, nem senti passar devido a euforia do momento e saber que tinha pisado naquele solo sagrado pela primeira vez e, tinha certeza, que ajudei minha escola a fazer um grande desfile”.

“No chuveiro da alegria
Salve! As águas de oxalá, embala eu babá
Feito um rio de magia que deságua luxo e cor
Banhando o povo vem a Beija-Flor”
Beija-Flor 2009

Todo torcedor tem uma loucura, e com ele não poderia ser diferente, um problema de comunicação fez com amigos pensassem que ele estava desaparecido.

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“A maior loucura que fiz foi ter ficado praticamente 12 horas sem comunicação com meus amigos, pois como sou mineiro, tive que vir para o Rio ensaiar e ficar na casa deles, e os
mesmo ficaram sem ter notícias minhas, achando que tinha acontecido algo devido ao longo tempo sem comunicação. Mas no fim, tudo terminou bem”.

“Sou mangalarga marchador!
Um vencedor, meu limite é o céu!
Eu vim brilhar com a Beija-Flor
Valente guerreiro, amigo fiel!”
Beija-Flor 203

O professor termina a conversa falando sobre sonhos e incentivando outros torcedores que só assistem pela TV a assistirem na passarela do Samba:

“Se você tem um sonho de desfilar na sua escola de coração, corra atrás dele, é uma emoção indescritível. Esse sentimento transcende a alma. Só quem é sambista de verdade sabe o quanto é realizador essa conquista. E digo para todos conhecerem a Sapucaí e assistirem o desfile in loco, porque é bem diferente o desfile que é passado pela TV daquele que é visto na Marquês”.

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