Por Matheus Morais e Rhyan de Meira
O carnavalesco da Portela, André Rodrigues, compareceu no velório da carnavalesca Rosa Magalhães, no Palácio da Cidade, Zona Sul do Rio. Ele falou ao site CARNAVALESCO sobre o legado da artista.
“Eu tava falando hoje de manhã, inclusive, é muito esquisito, uma sensação estranha a gente perder uma pessoa que quando a gente já nasceu, já estava ali. E a gente cresceu com essa pessoa estando ali, se desenvolveu, criou conceito, certezas, incertezas. Tudo que nós somos hoje, nós criamos com essa pessoa ali. E tudo aquilo que essa pessoa estava fazendo, estava fundamentando também isso que a gente faz. E é esquisito, do nada, não ter mais. A gente sabe que o tempo, ele é o que é, ele tem as ações que ele tem, mas é extremamente difícil pensar o que é isso que nós fazemos agora sem a Rosa. Andei pensando também muito sobre essa partida é sobre o quão dificil vai ser e que eu espero que não seja uma luta muito árdua que a gente explique para o brasileiro em comum o tamanho que é uma artista que é a Rosa Magalhães. Eu acho que a gente luta pouco, preserva pouco algumas memórias, e acho que a gente precisa explicar ainda para o Brasil inteiro qual é o tamanho de um carnavalesco. Porque um carnavalesco, diferente de todos os outros artistas plásticos, ele tem uma obra que impacta muito a vida das pessoas. Se você for contar a quantidade de pessoas que hoje gostam de escola de samba, que foram atravessadas pelo trabalho de um carnavalesco, é muito maior do que qualquer artista que esteja em qualquer museu, em qualquer um desses tempos. A obra de um carnavalesco, e de qualquer outro artista também que faça carnaval, ela é uma obra de impacto real na vida das pessoas. É difícil mensurar, por exemplo, pensando que a Rosa é a maior de todos, mensurar o que é o trabalho dela. A gente não toca com a mão, a gente não abraça com o braço, a gente não consegue entender. Porque não cabe em nada, assim, porque o trabalho dela é a história. É difícil mesmo mensurar e entender o que está acontecendo hoje e o que vai ser daqui para frente. Muito difícil”.