O CARNAVALESCO esteve presente em mais uma quinta-feira de eliminatórias de samba-enredo da Beija-Flor de Nilópolis. Com o enredo “Bembé”, sobre o Bembé do Mercado, o maior candomblé de rua realizado em Santo Amaro, na Bahia, foram classificados quatro sambas para a semifinal, que acontecerá no dia 18 de setembro. A próxima etapa será disputada na quadra da escola e promete uma noite bastante acirrada. Confira abaixo a análise das apresentações.

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Foto: Divulgação/Beija-Flor

Parceria de Kirrazinho: O samba de número 23, parceria de Kirraizinho, Gui Kairraz, Moisés Santiago, Miguel Dibo, Dr. André Lima e Denilson Sodré, foi defendido com segurança e, já no início, apresenta um trecho explicativo do enredo: “Bembé, é a dança do preto, é a força com candomblé”. Com melodia envolvente, o refrão do meio em iorubá “Oro mi má, oro mi maió. A benção, mainha, nos cubra de amor e leva meu sonho na casa de um beija-flor”, repetido duas vezes, é o ponto alto da obra e levou a torcida a cantar com intensidade. Bastante animados, os torcedores balançaram pequenas bandeiras da escola no ritmo do samba. Também houve encenações de manifestações culturais, como maculelê, atabaques, cortejo do Bembé e figurinos representando orixás, como Oxum e Iemanjá.

Parceria de Rômulo Massacesi: A parceria de Rômulo Massacesi, Lucas Gringo, André Jr., Nurynho Almawi, Doguinho e Ali Jabr apresentou o samba de número 06, defendido pelo intérprete Wantuir. A performance foi segura e contou com o grito de guerra “Respeita para ser respeitado”, em defesa do candomblé contra a intolerância religiosa. A obra inicia com um canto em iorubá de grande impacto e traz o refrão: “Nilópolis é Santo Amaro da Bahia, o meu Bembé, a minha guia. O som da magia levanta axé. Sou Beija-Flor, casa de candomblé”. Esse trecho é um dos pontos altos, com melodia envolvente que traduz o intercâmbio cultural entre a escola nilopolitana e a manifestação baiana. A parte “Maculelê, samba de roda, capoeira. Ê camará, ê saravá” foi cantada em coro pela torcida, que levou bandeiras azul e branca, encenações do cortejo do Bembé e até um tripé cenográfico representando Exu. O samba também foi bastante cantado por segmentos da escola.

Parceria de Sidney de Pilares: A parceria de Sidney de Pilares, Marquinhos Beija-Flor, Chacal do Sax, Cláudio Gladiador, Marcelo Lepiane e Salgado João Conga apresentou o samba de número 39, defendido pelo intérprete Bruno Ribas. A obra começa de forma potente com o verso “A curimba de baiano faz Nilópolis cantar, Aiê yê, Odoyá” e tem como destaque o refrão: “Laroyê Bará Bó, Axé Lonan. Laroyê Bará Bó, Axé Lonan. Vem da Bahia meu obi, meu orobô, é do Bembé a resistência Beija-Flor”. O samba possui melodia impactante, letra direta, mesmo com termos em iorubá, e tom de manifesto. A torcida compareceu em peso, levando atabaques, representações de orixás, defumadores e cantando toda a obra. Segmentos da escola também demonstraram adesão, reforçando a força da parceria.

Parceria de Júlio Assis: A parceria de Júlio Assis, Diego Oliveira, Diogo Rosa, Manolo, Julio Alves e Léo do Piso apresentou o samba de número 01, defendido por Tinga. A obra teve condução firme e entrosada, com coro vibrante, principalmente nos versos “Atabaque ecoou, liberdade que retumba. Isso aqui vai virar macumba” e “Deixa girar que a rua virou Bembé”, repetido duas vezes. A apresentação da torcida começou com encenação sobre o período da escravização, entoando “Ô cativeiro, ô cativeirá”, e trouxe ainda a representação da estátua de João de Obá, réplica da existente em Santo Amaro, na Bahia. Vestidos com camisas da parceria e empunhando bandeiras da escola, os torcedores mostraram grande domínio da letra. Segmentos da escola também cantaram trechos do samba.

Cortados

As parcerias de Marcelo Guimarães, Cesar Neguinho, Wander Timbalada, Rogério Damata, Maicon Lazarim e Vander Sinval, e de Junior PQD, Ailson Picanço, Nando Billy Mandy, Marcelo Moraes, Geraldo M. Felicio e Robson Carlos, sambas de número 77 e 02, respectivamente, foram desclassificadas da disputa.