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Altamente técnica, Mancha Verde cumpre todos os quesitos com maestria e sonha com a terceira estrela

Um desfile completo marcou a sexta-feira de carnaval da Mancha Verde. Embalados pelo presidente Paulo Serdan, a escola entrou na pista do Anhembi dispostos a fazerem o melhor pela agremiação e, de fato, conseguirem. Um desfile técnico com todos os quesitos cumpridos com maestria. Um canto potente da comunidade, abertura forte, alegorias de ótima acabamento e fácil leitura, além de fantasias que beiraram a perfeição. Isso faz com que a ‘Mais Querida’ do carnaval paulistano novamente brigue pelo campeonato, alcançando a tão sonhada terceira taça. Com o enredo “Bahia da fé ao profano”, a Mancha Verde foi a quarta escola a desfilar nesta sexta. O desfile foi terminado com 1h04.

Comissão de frente

A ala, liderada por Wender Lustosa e Marcos dos Santos, foi denominada como “A ‘lavagem’ do Bonfim e o profano”, tem como contexto a religiosidade e a alegria. Na coreografia se pode ver turistas, mulheres e nobres. A encenação se destaca pelo elemento alegórico ter mostrado duas características: O profano, que aparecia a fiagura de Exu na coreografia o tempo todo e, também, a igreja. Algo criativo, uma espécie de palco de teatro que girava em 360 graus mostrando as duas faces. A interpretação principal é que a comissão de frente da escola teve como principal objetivo mostrar a alegria do povo baiano.

Mestre-sala e Porta-bandeira

O renomado e experiente casal, Marcelo e Adriana, desfilaram na passarela com a fantasia de “Logundé e suas faces”. A dupla executou uma coreografia tímida em análise no segundo módulo, optando por realizar movimentos cruciais para atingir a nota, como os giros e as finalizações de forma sincronizada.

Enredo

Com o enredo “Bahia da fé ao profano”, a Mancha Verde foi a quarta escola a passar pela avenida. O tema foi sugerido pelo presidente Paulo Serdan, após ver um documentário no canal Futura, foi debatido e aceitado pela agremiação. Quem assina o carnaval é uma comissão, composta por nove pessoas – Dentre eles o diretor de carnaval Paolo Bianchi e o filho do presidente, Paulinho Filho. Não é descontado pontos, mas a leitura é feita da seguinte forma: O esplêndido abre-alas poderia ser trocado com a segunda alegoria. Entende-se que o primeiro carro não conversa com a comissão de frente e não representa a alma do povo baiano. Já o segundo mostra a ousadia que as pessoas da terra tem. Contudo, ao todo, o desfile foi contado de forma satisfatória e com uma fácil leitura.

Alegorias

Descrito como a “Beleza de Oxum , e o mar da vaidosa Iemanjá”, havia uma escultura grande da orixá Oxum e um grupo cênico. O abre-alas teve um alto investimento em um telão que representava o fundo do mar, com estruturas de tartarugas logo acima. A interpretação que fica é que, dentro da Bahia, a Mancha Verde quis explorar totalmente as águas, visto que Oxum e Iemanjá são duas entidades diretamente ligadas a isso. Está dentro do enredo, mas para um abre-alas, a tendência é sempre ver algo totalmente ligado ao enredo. De fato está, mas não foi vista a alma e a personalidade do baiano diretamente, diferente da comissão de frente, que tinha a figura de Exu para pedir licença para contar a história desse povo tão ligado ao candomblé. Obviamente isso não conta diretamente com um erro, mas apesar de plasticamente perfeita, o abre-alas da Mancha não dialoga com a comissão de frente e nem com a primeira ala coreografada, que significa o “Os dois lados do povo baiano”.

O segundo carro já começa a contar a história do enredo. Já foi visto representações reais das feiras e mercado da Bahia – Isso, de fato, é a alma do povo baiano. Plasticamente era um marrom com escrituras para representar o mercado.

A terceira alegoria, que simbolizou “Corpos Baianos abençoados por Oxalá”, foi para a pista com escultura do próprio orixá e de Iansã, além de velas. Foi observada a presença de bastantes grupos cênicos, o que deu uma vida especial no carro. Foi a principal alegoria que transmitiu a religiosidade de candomblé no desfie.

O quarto carro representou o baiano na mais pura alegria, tendo título de “Ritmos e carnavais de Salvador”. O símbolo da entidade, o carismático ‘Manchão’, apareceu em forma de alegoria dirigindo um calhambeque. No topo do carro, uma realista escultura do artista Carlinhos Brown, que é uma figura baiana na mais pura essência. Neste desenho, talvez um pequeno problema: Falha de acabamento nas costas da escultura. Vale lembrar que as agremiações sofreram com uma forte ventania na úktima quarta-feira e algumas plásticas foram prejudicadas. O Carlinhos Brown da Mancha foi uma delas, mas a escola conseguiu arrumar a tempo.

Fantasias

Irretocáveis as fantasias da escola. Materiais de alta qualidade, sem qualquer resquício de acabamento ruim, havia muita beleza nas vestimentas, que estavam de fácil leitura dentro do tema. O destaque principal vai para a ala das baianas, que foram representando Oxum, nas cores azul e dourado com uma cauda de sereia rodeando a indumentária.

Harmonia

A comunidade da Mancha Verde é acostumada a cantar forte. Não foi diferente no desfile. Apesar de o samba-enredo, por vezes criticado por ter uma melodia para baixo, rendeu bastante no ‘gogó’ dos componentes da ‘Mais Querida’ no desfie oficial. Foi visto de perto os desfilantes cantando, além do apagão realizado no refrão principal com o apagão no verso: “Mancha Guerreira!”.

Samba-enredo

Se a harmonia rendeu na avenida, também foi muito por conta da atuação do carro de som. O intérprete Vianna, que lidera o time de canto da Mancha, empolgou os componentes o tempo todo. Foi além de cantar. A todo instante ele gritava as frases> “É com vocês”, “Vamos comunidade’, entre outros bordões que servia de incentivo para os componentes ‘manchista’.Também vale destacar a presença do time de cordas lidera por Channel e os apoios Tami Uchoa e Rafael Raspada.

Evolução

No andamento acelerado da bateria, os componentes desfilaram soltos na passarela. Foi uma evolução de primeira, não deu brechas para buracos ou espaçamentos. A escola foi para a pista totalmente alinhada entre as fileiras e mostrou a compactação necessária para atingir as notas máximas.

Outros destaques

A bateria “Puro Balanço, regida pelos mestres Cabral e Vinny, desfilou com a fantasia “Filhos de Gandhi” . A impressão que deu é que a batucada imprimiu um ritmo mais acelerado do que o comum na característica deles. Deu certo, pois a ala musical se mostrou entrosada e a escola respondeu com energia positiva.

Ala das baianas foi à passarela de “Oxum, a sereia das águas doces” e foi destaque das fantasias, como citado anteriormente.

Viviane Araújo, rainha de bateria da Mancha Verde há muito tempo, reinou mais uma vez à frente da “Puro Balanço”. Sua fantasia teve como costeiro preto e azul, levando o público ao delírio por ser querida no meio do carnaval Duda Serdan, princesa de bateria, desfilou inteiramente de azul.

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