Dono de oito títulos nos principais pelotões do carnaval no Rio de Janeiro e São Paulo, Alexandre Louzada está de casa nova. Agora, o profissional estará integralmente no Águia de Ouro, que disputa o Grupo Especial paulistano. Na definição da ordem dos desfiles para 2026, o CARNAVALESCO conversou sobre os desafios de Alexandre Louzada na cidade em que ele não assina um desfile desde 2019.
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Motivo do retorno
Desde quando focou a própria carreira apenas no Rio de Janeiro, Louzada trabalhou na Beija-Flor, na Unidos da Tijuca e na Unidos de Padre Miguel – todas no Grupo Especial da Cidade Maravilhosa. A Terra da Garoa, entretanto, nunca saiu do coração do profissional: “Já tinha se tornado um sonho voltar para o carnaval de São Paulo. Eu tive algumas propostas para permanecer no Rio, mas eu queria e eu acho que eu devia isso a São Paulo. Eu também devo muito do que eu aprendi enquanto carnavalesco em relação a novas técnicas, super dimensionar um carnaval e uma alegoria aqui”, comentou.
Há, entretanto, algo que tornará a nova passagem do carnavalesco pela cidade em algo novo: “Eu só me afastei de São Paulo porque não estava podendo dar uma assistência presencial, algo que eu acho muito importante. Eu sentia falta disso tanto no Império de Casa Verde, quanto no próprio Vai-Vai e na Unidos de Vila Maria. Faltava essa minha presença maior no dia a dia. Quando houve essa oportunidade, eu decidi me colocar à disposição do carnaval de São Paulo”, destacou.
Pouso na Pompeia
Ainda falando sobre o retorno ao carnaval paulistano, Louzada falou sobre como chegou à escola pela qual assinou: “Graças a Deus conheci o Sidnei e a Águia de Ouro. Estou muito feliz e vejo até os mimos: ela enfrentou esse povo todo para me trazer até aqui. Já tive meu batismo na feijoada da escola e estou muito feliz. Eu vou morar em São Paulo, é diferente dessa vez. Eu não vou estar indo e vindo, estou até à procura de onde vai ser mais perto. Também quero ficar perto de amigos, tenho que ter vizinhos”, brincou.
Parceria
Nos últimos anos, Louzada se acostumou a assinar desfiles em conjunto. Em 2025, por exemplo, “Egbé Iyá Nassô”, na Unidos de Padre Miguel, foi produzido em parceria com Lucas Milato. Em 2023, “Brava Gente! O Grito dos Excluídos no Bicentenário da Independência”, na Beija-Flor de Nilópolis, teve a companhia de André Rodrigues. Não será diferente no Águia de Ouro. Em 2026, o profissional será parceiro de Chico Ângelo – que assinou um desfile pela primeira vez em 2025, na tradicionalíssima Unidos do Peruche.
Na visão de Louzada, ambos estão em completa sintonia em prol da agremiação: “Eu não vou considerar o Chico um iniciante, porque ele já tinha bastante experiência trabalhando em alegorias de outros carnavalescos. Está sendo o início de uma grande amizade. Essas pessoas que estão começando a crescer no carnaval criam uma nova identidade. Ele foi premiado como o melhor conjunto alegórico no Grupo de Acesso II, isso já é uma grande coisa. Não se trata de Chico Ângelo nem de Alexandre Louzada. Eu sou ele, ele sou eu e nós somos o Águia de Ouro. É assim que vai funcionar”.
O carnavalesco, por sinal, fez questão de se colocar em patamar de igualdade com o novo companheiro para confecção do desfile: “Eu aprendo mais com eles do que eles comigo, eu também fui assim um dia. Sempre quando você se coloca na posição de eterno aprendiz, é quando você cresce. Eu não faço carnaval para mim. Eu faço carnaval para alegrar a vida das pessoas, para uma comunidade. Se for vencedor, é a comunidade que vence. Eu não faço mais do que a minha obrigação enquanto artista. As pessoas que despontam têm muito axé. Ninguém me ensinou nada. Eu só observava. Agora o Chico já tem um trabalho iniciado e eu espero que ele traga o axé dele para que a gente possa em dupla, ter resultado”, observou.
Escolha de enredo
O profissional aproveitou para falar sobre como anda o processo de escolha da temática por parte da agremiação da Pompeia: “Nós estamos aguardando bater o martelo na questão de enredo. O Sidnei tem algumas propostas, ele me passou algumas ideias e elas já foram desenvolvidas por mim e pelo Chico em um trabalho que está começando agora. O tempo vai dizer o enredo, que pode criar grandes possibilidades. Todos os enredos que foram oferecidos ao Águia de Ouro são muito bons. Com relação a isso eu não estou tão preocupado. E tem essa questão de pé-de-coelho em relação a trazer bons resultados”, finalizou.