Por Karina Figueiredo
No último ano, o Brasil sofreu queda de 17 posições em ranking global que mede atos discriminatórios em um país, ocupando o 37º lugar em uma lista de 120 nações. Como reflexo desta realidade, a Acadêmicos da Rocinha, terceira a desfilar nesta sexta-feira de carnaval, levou para a avenida uma crítica ao preconceito. Na ala “Primatas”, a agremiação exibiu a diversidade em todos os seus sentidos, reforçando a importância do atual enredo da escola da zona sul carioca como protesto às inúmeras manifestações de discriminação ainda muito presentes no país.
“A ala Primatas é muito importante. Ela fala sobre o preconceito e a igualdade. Ela mostra como a diferença de cor de não nos faz diferentes. Somos todos humanos. Temos os mesmos direitos, bem como deveres”, disse Jorgina Teixeira Rodrigues, estreante na Acadêmicos da Rocinha.
Nas demais alas e carros, a agremiação também apresentou as principais vítimas de intolerância, como mães solteiras, homossexuais, moradores de rua e das comunidades, e os negros. Para Sueli Oliveira, de 73 anos, veterana na escola, o enredo da Rocinha tem grande valor cultural e social por tratar de temas que ainda persistem na sociedade brasileira.
“O preconceito é muito presente nas comunidades, assim como a violência contra a mulher negra. São casos que precisam de mais atenção por parte das autoridades políticas”, apontou Sueli.
Para Cristina Rodrigues, que também integra a ala, não é diferente. “O enredo fala que as pessoas não devem ser preconceituosas e que nós, como seres humanos, devemos combater todos os diversos tipos de discriminação”, comentou.