Por Guilherme Ayupp. Fotos: Magaiver Fernandes
De volta ao Grupo Especial depois de uma passagem pelo Grupo de Acesso I a Águia de Ouro provou esta noite em seu primeiro ensaio técnico no Anhembi que não perdeu o padrão de desfiles de uma agremiação que ficou entre as primeiras colocadas nos desfiles de 2013 a 2015. O treino da azul e branca da Pompéia deixou ótima impressão, com destaque para o rendimento do samba-enredo, impulsionando harmonia e evolução. A escola causou polêmica ao levar uma composição fantasiada de Adolf Hitler com uma faixa presidencial e um casseetete simulando uma arma.
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Samba-Enredo
Uma das grandes obras do carnaval de São Paulo em 2019 teve grande desempenho na avenida. A dupla de intérpretes Douglinhas e Tinga demonstrou entrosamento e ajudou na condução do ensaio. De melodia mais dolente e com letra reflexiva o samba-enredo não perdeu seu alto padrão quando executado ao vivo.
“É a primeira vez, desfilei na Peruche como apoio. Muito feliz em poder estar na escola, graças ao convite do Laíla e do presidente Sidney. A escola canta muito. Gostei bastante do ensaio e acho que não pode ser melhor”, afirmou Tinga.
“Da pista não tenho muita noção, mas para o primeiro ensaio acho que valeu muito. A comunidade da Pompeia chegou aqui e cantou muito. Todos estão de parabéns”, completou Douglinhas.
Harmonia
Já é possível perceber o estilo do trabalho de Laíla, consagrado diretor de carnaval do carnaval carioca, contratado pela Águia para o carnaval deste ano. As alas além de cantarem bastante o samba-enredo o fazem nas divisões e tempos rítmicos corretos, criando um padrão de excelência quando as vozes são unidas ao longo da passagem do samba-enredo.
“Eu vim hoje para observar. Quadra é diferente de avenida. Fiz isso e passei aos companheiros de harmonia e ao presidente minha opinião. Ensaiamos tecnicamente dentro do regulamento. Achei que ainda falta um pouquinho de alegria. Com o som amplificado a tendência é isso acontecer. Hoje não vim para comandar”, disse Laíla, diretor de carnaval.
Evolução
Correta, porém burocrática. As alas passaram organizadas, com a técnica de avenida sem erros ou percalços. Entretanto, os integrantes podem demonstrar mais espontaneidade e alegria, mesmo com um samba-enredo mais dolente. Os desfilantes devem se soltar mais, evoluir com mais liberdade, para alcançar a nota máxima no quesito.
Bateria
Os ritmistas da Batucada da Pompeia passaram com correção. Sob o comando de mestre Juca houve a manutenção do ritmo em detrimento do excesso de bossas. A atuação se deu em perfeita harmonia com o carro de som e o canto da escola.
“Gostei do andamento, viemos em 144 BPM (batidas por minuto). A escola balançou mais um pouquinho. Não fizemos algumas bossas hoje justamente por uma questão de ajuste para encontrar a melhor forma de fazer na avenida”, explicou mestre Juca.
Comissão de Frente
Vestidos com roupa de ensaio técnico, os dançarinos evoluíram com bastões como parte integrante da coreografia. Em um determinado momento eles atiravam os bastões ao chão e pisavam com firmeza na pista.
Mestre-Sala e Porta-Bandeira
João Carlos e Ana Paula, ao contrário dos demais casais do Grupo Especial, não se apresentaram logo após a comissão de frente. A ala de baianas veio antes dos dançarinos. Trajados com uma indumentária amarela eles executaram os movimentos corretamente e demonstraram bastante entrosamento com uma dança tradicional.
A Águia de Ouro será a primeira escola a desfilar no sábado de carnaval pelo Grupo Especial da Liga SP. A azul e branca apresenta na avenida o enredo “Brasil, Eu Quero Falar de Você!”. Laíla, Fran Sérgio, Sérgio Caputto Gall e Beth Trindade formam a comissão de carnaval da escola.