Por Matheus Mattos
Primeira escola da noite de sexta-feira, o Águia de Ouro realizou um ensaio técnico convincente. Comissão de frente com variadas coreografias e momentos, canto aguerrido, descontração dos componentes e bateria resgatando identidade influenciaram diretamente para a qualidade positiva do ensaio.
“O nosso ensaio foi muito bom. A quantidade de pessoas é o que a gente já esperava, era o que a gente queria. A gente aperfeiçoou o andamento, ainda tem coisas pra acertar mas estamos no caminho certo”, garantiu Alan Camilo, diretor de harmonia.
Antes do desfile o presidente, Sidnei Carrioulo, fez um breve discurso e pediu para que o componente cantasse.
“Cantem muito, vocês gostam de cantar. Vamos se divertir, tirar uma onda, mas com a responsabilidade”, finalizou.
Comissão de frente
Assim como citado acima, a comissão do Águia promete ser um dos grandes destaques do momento do desfile, isso por diversos fatores. O enorme tripé trazido esconde grandes segredos de toda a trama. São diversos bailarinos, mas eles se dividem pra aparecer em três momentos. O primeiro ato remete uma época mais primitiva, principalmente pela presença e coreografia do componente principal. Outro ato já trouxe integrantes com o andar mais lento, como se tivessem flutuando. O terceiro baseia-se mais na interação com a plateia, sorrisos e dança que utiliza mais partes do corpo. Algumas trocas são feitas na execução do refrão principal. Todos os integrantes da ala voltaram pra avenida e encerraram o treino com os últimos setores.
Mestre-sala e Porta-bandeira
O primeiro casal, João Camargo e Ana Reis, mais uma vez, demonstrou bom domínio da dança e execução clara de cada passo. Ambos apresentam momentos de modernidade na execução de cada movimento. João, por exemplo, tem um jogo de pernas em que durante à execração ele se aproxima e afasta da Ana. A porta-bandeira também reflete segurança no domínio do pavilhão oficial, aliado a um bailado leve.
Harmonia
A comunidade da agremiação demonstrou domínio claro do samba e letras bem pronunciadas. Pode-se notar domínio da canção em todos os setores, e pouca oscilação. Os “amigos da bateria”, grupo dividido em três alas, se destacou pelo volume do cantar e empolgação. Os apagões efetuados pela bateria tiveram uma resposta forte da comunidade.
Evolução
O quesito em questão também merece destaques positivos. A começar pela coreografia e domínio dos passos da primeira ala, logo atrás da comissão de frente. Os passos fortalecem a ideia da mensagem prevista do setor. Sobre a entrada no recuo, a escola organizou de forma eficaz, ala recompôs e não gerou dores de cabeças. No trecho “Águia, razão do meu viver”, todos integrantes batem palmas, e no visual, é bem agradável. O último setor da escola trouxe muitos elementos de mãos coloridos.
Bateria
A Batucada da Pompéia também teve uma passagem que merece destaque. Variações de bossas, recuo caracol, coreografias dos ritmistas, alegria e irreverência de todos os integrantes traz motivos pra esperar uma bateria que resgata as origens. A bossa da segunda estrofe merece destaque pelos desenhos das marcações e retomada de surdo. Eles casam com o trecho “meu coração” e os ritmistas pulam no mesmo compassos. No apagão todos se viram para a arquibancada.
Samba Enredo
O carro de som contou com três cantores de apoio e três microfones principais; Tinga, Doiuglinhas e Darlan. Nas cordas, apenas um cavaco e violão. O time de canto abria vozes em pequenos momentos, como por exemplo: “Criar e Superar”, “recriar a vida”. Já as cordas tinham solos em “Águia, em suas asas vou voar” e momentos também de repicadas na palhetada.
“Foi tudo maravilhoso. A escola está mostrando que está preparada pra fazer um grande desfile, um grande carnaval. Águia vem aí, forte e unida. Comunidade cantando forte e com muita alegria”, finalizou o intérprete Tinga.