O Águia de Ouro viveu um dia de pura energia carnavalesca na Fábrica do Samba com a gravação do seu samba-enredo para o Carnaval 2026, que vai transportar a avenida para a atmosfera vibrante e libertária de Amsterdã. A escola da Pompeia reuniu intérpretes, músicos, bateria e comunidade em um encontro marcado por técnica, emoção e o sentimento de união que move o pavilhão azul e dourado. Na linha de frente do canto, Serginho do Porto e Douglinhas Aguiar mostraram entrosamento e empolgação com a obra.
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“Minha parte favorita é o refrão: ‘Chegou Águia de ouro, não me leve a mal / Eu vou ficar bem louco nesse carnaval’. Essa parte é do caramba!”, vibrou Douglinhas.
Serginho reforçou a leveza e a capacidade do samba de dialogar diretamente com o público.
“O Águia tem um samba leve, bonito, gostoso de ser cantado. Eu sou amante daquele samba que empolgue o carnaval, que fale com o público. O samba tem esse negócio de ser quase 70% do desfile. O nosso refrão é fora do comum, muito bom mesmo. E gosto especialmente do trecho ‘Vitrine do prazer, diversidade / Não é pecado’. Isso remete aos sambas dos anos 1980. É maravilhoso”, afirmou o intérprete.

A dupla também destacou a sintonia no palco e nos estúdios. “A gente se completa no jeito de cantar. Quem vive de dupla sabe como isso é importante. Quando um faz, o outro está olhando, já sabe o que vem. Os cacos fluem naturalmente”, contou Serginho.
Para manter o desempenho vocal em alta, Douglinhas reforçou a importância do descanso e dos cuidados com a voz: “O mais importante é descansar. Todos os outros cuidados, fonoaudióloga, maçã, água, são importantes, mas se você não descansar, não adianta. Evitei tomar gelado, refrigerante e dormi bastante. Isso faz toda a diferença”.
À frente da produção, Jacqueline Meira, diretora de carnaval, destacou a força do canto e o astral da equipe.
“A Liga-SP pediu aproximadamente 140 pessoas, e vieram cerca de 110, entre coral, ritmistas e ala musical. Foi um dia maravilhoso. Fizemos tudo juntos: almoço, lanche, concentração. O astral estava lá em cima”.

Segundo Jacqueline, a empolgação com o samba é visível na quadra e se refletiu na gravação. “O coral está muito forte porque o samba é simples de ser cantado. A comunidade amou desde o início, então não precisamos ‘vender’ o samba. O Águia canta sorrindo, e quando canta sorrindo, muda tudo. É lindo de ver”.
Responsável pela direção musical, Pelezinho Paes, um dos arranjadores, ressaltou o equilíbrio técnico e a inspiração europeia do enredo.
“A visão foi natural e em comum acordo. Conversei com o Moleza e o Cicinho, e chegamos ao meio-termo perfeito: nem mais para um, nem mais para outro, mas para a escola. Trouxemos a felicidade e a alegria de Amsterdam para o samba. O rei daqui é o rei de lá, como diz o nosso samba”.

Pelezinho também destacou uma das novidades da gravação: “Eu gostei muito da paradinha reggae que a Batucada da Pompeia faz. O Moleza criou um reggae sensacional, e tenho certeza que na avenida o povo vai vibrar com isso”.

No comando da bateria, mestre Rodrigo Moleza deu o tom técnico do trabalho, com precisão e criatividade.
“O andamento foi 144 BPM (batidas por minuto). Caiu bem com a métrica do samba, deixou ele bem animado e facilitou o canto do componente. Esse andamento também garantiu que a bateria mantivesse a precisão na execução dos movimentos”.

Inspirado no espírito festivo de Amsterdã, Moleza revelou as influências musicais e os planos para o desfile.
“Amsterdam é um lugar festeiro, como o Brasil. Trouxemos referências dos grandes festivais de música eletrônica e também do reggae, que simboliza liberdade. A ideia é levar quatro bossas para a avenida, já temos três prontas e estamos lapidando a última. Para a gravação, usamos duas, além de uma introdução especial. Tenho certeza que o público vai gostar muito.”









