Ainda no esquenta, a Águia de Ouro sofreu bastante com a chuva que atingiu a cidade de São Paulo, e isso fez com que a agremiação apresentasse um número menor de componentes do que o proposto. Clima alegre da bateria e canto forte da comunidade se destacaram na noite.
“Depois da chuva que pegamos, acho que a comunidade está de parabéns, eu nem esperava isso. Foi muito produtivo, o mais importante é a energia em que a escola está”, destacou o presidente Sidnei Carrioulo.
Comissão de Frente
A primeira ala traz dois grupos diferentes, um com roupas brancas e passos indígenas, e outros com vestimentas pretas e rosto sujo. A coreografia da comissão remete à uma batalha e exige bom sincronismo, ato notado no decorrer da passagem pelo sambódromo.
Harmonia
A comunidade da Águia de Ouro correspondeu em ato nível os apagões feitos pela bateria. O 2° setor da escola se destacou com a força do canto e empolgação. Os trechos “Teu herdeiro então chorou” e “Meu Deus escute” foram as duas principais partes cantados com mais euforia. Porém dentro do bom nível, houve uma queda de animação no 4° setor.
“Foi muito bom, apesar da adversidade da chuva no começo. Muitas pessoas se atrasaram e outras nem chegaram. Pelo empenho das pessoas e a organização que eles mantiveram, e foi de uma maneira que a gente nem quis pressionar. Eles vieram bem soltos, eu achei 10”, disse o diretor Alan Camilo ao término do ensaio.
Mestre-Sala e Porta-Bandeira
O casal oficial, João Carlos e Ana Paula, traz em sua coreografia muita leveza e simpatia. Ambos mostraram ótimo domínio do pavilhão principal em frente à segunda cabine de jurados do quesito. O mestre-sala cativa pela destreza nos detalhes dos passos, com ligeira imitação de uma águia durante o cortejo.
Evolução
A escola traz uma boa divisão de alas, cada uma com sua camiseta específica. O andar foi padrão e seus componentes evoluem soltos, porém com coreografias em pontos específicos. Muitos movimentos de mãos são notados, ato que influencia positivamente a visão de cima. A entrada no recuo da agremiação não comprometeu. Os dirigentes da entidade optaram por não usar a linha que demarca as alegorias.
Bateria
A Batucada do Pompéia, do mestre Juca, utilizou cerca de 5 apagões durante o ensaio técnico. Um ponto de destaque ficou por conta do naipe de tamborim, desenhos simples e que valorizam o carreteiro. A empolgação dos ritmistas da ala de cuíca chamou a atenção, principalmente pela sintonia entre eles. Juca fez questão de cruzar a linha final abraçado com seus diretores.
“Foi bem apesar das afinações dos surdos ficarem prejudicadas por causa da chuva, a gente pegou uma chuva muito forte na concentração. A ideia hoje era montar um blocão pro pessoal tirar onda, tecnicamente a gente já tinha uma ideia de como iria vir. Domingo ainda temos um último ensaio pra arrumar algumas coisa, mas eu gostei muito da bateria apesar das afinações estarem mais baixas. O andamento é, 144, não cai”, opinou o mestre Juca.
Samba-Enredo
Com ausência do Tinga, o Douglinhas foi o responsável direto pelo microfone principal na noite. O cantou valorizou a sustentação do canto e realizou cacos estratégicos para animar os desfilantes. O samba tem explosão sem perder os trechos melódicos que o enredo pede.
“No começo foi meio tenso por causa da chuva, desabou o tempo, mas Deus é tão que na hora em que a escola entrou na avenida a chuva parou. Eu acho que foi um ensaio muito, muito bom”, apontou o intérprete oficial, Douglinhas.