O Grupo Cultural Afroreggae fará parte, mais uma vez, do carnaval do Acadêmicos do Salgueiro. Após se apresentar na escola pela primeira vez em 2009 quando a escola teve como tema o “Tambor”, o Afroreggae, dessa vez vai encerrar o desfile da escola como a ala que terá o mesmo nome do enredo: “Resistência”.
O grupo foi fundado em 1993 com o objetivo de reduzir as desigualdades sociais e combater o preconceito em suas diversas formas, utilizando arte e cultura como ferramentas de transformação social de pessoas e grupos bem como o meio em que estão inseridos. Na sua trajetória, o coletivo não governamental recebeu diversos prêmios por seus projetos e iniciativas culturais em comunidades do Rio de Janeiro. Atualmente, o grupo atua com núcleos na Lapa, na comunidade do Cantagalo, em Vigário Geral, Caju e Parada de Lucas.
Durante o ensaio do Salgueiro na quadra Raízes Calça Larga, no Morro do Salgueiro, o coordenador executivo do Afroreggae, William Reis, acompanhou de perto os preparativos da Academia para o Carnaval 2022 e conversou com a reportagem do CARNAVALESCO sobre as semelhanças que vê entre a Academia do Samba e o Grupo, principalmente na questão social.
“A gente fica muito feliz. Primeiro, porque eu sou salgueirense, segundo que o Salgueiro tem Xangô e Xangô tem muito a ver com o Afroreggae. A gente do Afroreggae é eclético, tem todas as religiões dentro do Afroreggae. E, também, porque é uma escola de samba vinculada à favela, e o Afroreggae já trabalha com isso há 29 anos. E mais feliz ainda de ser homenageado, de ser lembrado como resistência cultural da cidade do Rio de Janeiro. A gente fica muito feliz com isso”, explica o representante do grupo.
William Reis também revelou um pouco do que a presença do grupo vai representar para o desfile do Salgueiro de 2022. “Acho que o principal é levar essa resistência negra para dentro das favelas. A população negra em sua grande maioria está nas favelas. E o Afroreggae faz isso há 29 anos. Através da arte de rua a gente transforma vidas, a gente já salvou diversos jovens, afastando da criminalidade, e fazendo com que eles vivessem da arte e da cultura Afro Brasileira. O principal é isso, vamos levar isso para dentro da Sapucaí. Vamos levar esse trabalho social de quase 30 anos para dentro da Sapucaí em uma escola grande como o Salgueiro”, entende William.
O Salgueiro será a terceira escola a desfilar na sexta-feira, dia 22 de abril.