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Acadêmicos de Santa Cruz empolga com comissão de frente, mas ‘excesso de alegorias’ quase compromete o desfile

Por Juan Tavares

A Acadêmicos de Santa Cruz despertou o melhor na sua comunidade com direito à torcida organizada com bandeira e tudo. Claro que, o público foi bastante respeitoso às demais agremiações que percorreram antes o trajeto da Intendente. A comissão de frente chegou chegando com uma caracterização única e marcante, com seus componentes vestidos nas cores verde e branco, as mesmas da escola. David Lima, responsável pela coreografia da comissão, merece um prêmio pelo modo em que pensou os passos deste ano.

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Fotos: S1 Comunicação/CARNAVALESCO

O problema mesmo ocorreu no final, por conta da variedade de carros alegóricos que a escola apresentou. A exuberância, graciosidade e pompa atrapalharam de forma sutil o fim do desfile que por pouco não estoura o tempo estabelecido pela Superliga Carnavalesca.

Comissão de Frente

Os componentes vestidos de verde, como uma espécie de peixes dançaram e performaram bem a coreografia proposta por David Lima. Não houve um erro sequer no tempo nem na execução, os componentes mantiveram a sintonia até o fim da apresentação da escola.

Mestre-sala e porta-bandeira

Diego Falcão e Jaqueline Gomes foram excepcionais na apresentação. O casal esteve conectado, pareciam feitos um para o outro. A parceria se renovou para 2025 e, provavelmente, se repetirá em outros carnavais. A maestria como deles apresentou, ao mesmo tempo delicadeza e robustez. Eles podem e devem ser tidos como referência para as próximas gerações que postulam o cargo.

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Harmonia

As alas estavam em perfeita harmonia umas com as outras. Os intérpretes colocaram torcedores e os componentes a cantarem a plenos pulmões sem cansar. Era notável o amor à escola não só pelos detalhes feitos à mão nas alegorias e fantasias, como também pela verdade com que todos presentes ali se entregavam de coração à mistura de cores, passos e sons. A bateria performou com qualidade, de tanto ensaiarem repetidamente o modo de fazer Carnaval. Afinal, por mais que a perfeição não exista, tenta-se chegar o mais próximo dela.

Evolução

A evolução esteve boa na maior parte do tempo, com carros alegóricos cheios de pompas, a escola cantando o tempo todo, as alas unidas, apesar de diferentes em aspectos técnicos e de fantasia. No final, Santa Cruz ficou mais acelerada para terminar a apresentação no tempo cravado pela SuperLiga.

Samba

Este ano a escola escolheu como samba a canção “Os Sagrados Altares Tupiniquins” dos autores Elias Andrade, Rafael Lima, Samir Trindade, Aurelio Brito, Zé Gloria, Pierre Perez, Luiz Brasilia e Carla Barreira e interpretada por Roninho Remandiola.

O trecho do enredo: “Eu tenho Maria e Oxalá Jesus. Eu tenho Zumbi, pajés e Exus. Erês e Caboclos, axé da história e a Santa Cruz no congá da vitória” mostra como o preconceito religioso vindo da Europa pelo mar criou a intolerância ao povo negro e indígena, acima de tudo às suas religiões tachadas como demoníacas, perversas. Ao mesmo tempo, a música exalta a essa mistura de credos que existem no Brasil.

Outros Destaques

A rainha de bateria Letícia Guimarães entregou muito, mas muito carisma, beleza e samba. Além disso, ela conseguiu mostrar aos torcedores (súditos) da escola como é reinar com elegância, humildade e responsabilidade de desempenhar um papel tão importante numa escola.

As musas Juliana Ribeiro e Paula Lacer também abrilhantaram o desfile. Elas foram essenciais para a evolução da escola na noite de ontem. Não faltam elogios a serem tecidos à dupla pela simpatia, visual e interpretação na escola.

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