Por Karina Figueiredo

Cubango Desfile2019 032O bom filho à casa torna. O carro abre-alas do Acadêmicos do Cubango, “Igbá Cubango: Aos Pés do Morro Fiz o Meu Terreiro” levou à Avenida uma homenagem à escultura de Babalotim, que foi destaque do enredo da escola em 1979. Na segunda noite de desfiles da Série A, a imagem foi apresentada como técnica para espantar todos os males do mundo no contexto de um enredo sobre a história dos objetos de devoção que conectam os seres humanos tudo que consideram santo e sagrado.

Em uma passagem pela Avenida que contou a forte presença de amuletos da sorte, a Cubango, com o seu abre-alas, exibiu a valorização de oferendas, máscaras e outros objetos sagrados. No primeiro chassi da alegoria, já se podia ver a escultura do Babalotim, que representa as crianças nigerianas do livro “Do outro lado”, de Cesar Fraga, Ana Gonçalves e Maurício Barros de Castro.

Já no segundo chassi, um conjunto de máscaras foi exibido: as dianteiras, inspiradas em pinturas africanas; e elevadas, em reproduções de desenhos de Carybé, um pintor, jornalista e historiador argentino naturalizado brasileiro. As imagens escolhidas para a decoração do carro misturavam grafismos do povo Kuba , conglomerado de reinos entre o Congo e Angola, fotografias do Museu Afro Brasil, em São Paulo; e as obras do artista Laolu Senbanjo, que recria as pinturas corporais nigerianas com as tintas da arte contemporânea.

O diretor-geral de Harmonia da escola, Daniel Katar, comentou sobre o carro e revelou que, apesar de alguns ajustes na versão apresentada em 1979, a ideia principal se manteve.

“O menino Babalotim é uma homenagem que relembra um grande Carnaval que a escola fez e ganhou em Niterói, fato que marcou a nossa história. No caso do desfile deste ano, contamos com a presença de grande parte da vela guarda que também se apresentou em 1979. O abre-alas é o maior carro da escola com uma estética africana, acoplado com 35 metros e considerado um dos carros primores”, disse, orgulhoso.

E um dos carnavalescos da agremiação, Leonardo Bora, complementou:

“O primeiro carro da Cubango exalta as raízes da escola, que já tem um nome de origem africana e está localizada no Morro do Abacaxi, o morro que se orgulha dessas raízes quilombolas. Esta relação com o Afoxé, um samba enredo pentacampeão na escola, pode proporcionar outras vitórias para a nossa verde e branco de Niterói”.

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