A Unidos da Tijuca foi a primeira escola a se apresentar na noite de segunda-feira, na Marquês de Sapucaí, inaugurando o segundo dia de desfiles do Grupo Especial do Rio de Janeiro. A escola do Morro do Borel homenageou o orixá menino Logun Edé. Sua quarta alegoria se debruçou sobre a musicalidade da juventude carioca, em referência direta aos versos do samba-enredo que falam sobre as novas gerações da favela carioca onde a agremiação nasceu.
“A juventude vem para trazer inovação, para perpetuar aquilo que os nossos ancestrais criaram. A Tijuca vai representar muito bem essa juventude do Borel. O Borel é uma comunidade muito boa, muito representativa. Espero que a nossa ala consiga representar bastante essa juventude, a representação de Logun Edé em forma de juventude do Borel”, disse a assistente social Beatriz Domingos, de 25 anos, em seu quarto desfile pela Tijuca.
“A juventude é o nosso futuro. A juventude tem que ser valorizada, tem que ser incentivada, tem que ser investido no futuro dela”, concordou o médico Igor Fraga, de 36 anos, que estreia como desfilante no Carnaval carioca.
Surgido na primeira metade do século XX, a partir de ritmos afro-brasileiros como o lundu e o jongo, o samba é histórico e faz parte da identidade cultural da nação. Tamanha importância, no entanto, requer uma atualização constante para que, sendo adotado pelas novas gerações, o samba se mantenho vivo e pulsante.
“Os sambas de todas as escolas dessa nova geração do carnaval vem se renovando muito bem. O samba, o carnaval, ele precisa se renovar. Nós somos a maior festa do mundo. Tradições são muito boas, mas precisamos sim nos renovar, porque senão a gente pode deixar o nosso samba morrer. A renovação nunca é demais e nunca é ruim. Ela é sempre boa, se feita de uma forma correta”, pontuou Beatriz.
‘A juventude vem expressar novas culturas, novos gestos, uma nova linguagem. Não só a Sapucaí, mas o Brasil precisa muitas das vezes se atualizar. A gente é uma cultura que se atualiza a cada momento. A última vez que a Tijuca foi campeã foi em 2014. Há 11 anos atrás, era uma outra linguagem. Esse ano, a gente tem uma nova juventude e a gente veio representar os jovens do Borel, que é onde foi iniciada a Tijuca’, acrescentou o estudante de educação física Felipe Bueno, de 25 anos, que, em 2025, estreou como desfilante na Sapucaí.
“Se eles dessem mais atenção às escolas Mirim, estaria garantido o futuro da Tijuca. O samba vem dos nossos ancestrais, aqueles que vieram antes de nós. A história, o legado e a cultura têm que permanecer”, finalizou a mediadora Alice Pietra, de 21 anos. Este ano, Alice completou quatro anos desfilando pela Unidos da Tijuca.