A Cidade do Samba recebeu no domingo o segundo dia dos mini desfiles do Grupo Especial. Passaram pela pista montada no local seis escolas que vão desfilar na segunda-feira de carnaval: Tuiuti, Portela, Vila Isabel, Imperatriz, Beija-Flor e Viradouro. O tom foi de apresentações muito fortes. Todas tiveram pontos de destaques. Como já era esperado, o nível está mais elevado do que o exibido no primeiro dia. A equipe do site CARNAVALESCO acompanhou o evento.

PARAÍSO DO TUIUTI: A escola de São Cristóvão pisou com muita força na Cidade do Samba. Os componentes cantaram demais, impulsionados pelo samba-enredo e a magistral condução do intérprete Wander Pires. A bateria “Super Som”, de mestre Marcão, reafirmou sua excelência no ritmo, trabalhando nas bossas e no andamento correto para execução da obra que, sem dúvida, é uma das melhores de 2023. Utilizando o evento como um cartão de visitas do que pode apresentar na Avenida no ano que vem a escola caprichou nos figurinos dos componentes, incluindo, musas e passistas. A comissão de frente teve tanto destaque que podia muito bem estar em um desfile oficial. Previsão de ótima estreia no Grupo Especial dos coreógrafos Lucas Maciel e Karina Dias. Aliás, é bom ressaltar que todas escolas em que as comissões fizeram movimentos coreógraficos, elas não precisaram de tripés para obterem bons resultados. Fica a dica para o futuro. Vale dar o passo atrás, tirar o trambolho, e facilitar o desenvolvimento do desfile. O Tuiuti não atendeu totalmente o conjunto de regras da Liesa para o evento que estipulava um número máximo de 240 integrantes por agremiação. A escola estava maior, porém, em nenhum momento, isso foi o fator fundamental para o sucesso da apresentação. O samba e a bateria do Paraíso garantiram essa atuação prefeita. O quilombo de São Cristóvão pode e deve sonhar com um carnaval inequecível. * VEJA AQUI FOTOS DA APRESENTAÇÃO

PORTELA: Escola com base forte tende a prevalecer em eventos em que o samba, comunidade e bateria são os destaques. A Portela é muito mais nestes três pontos. Perto do centenário, o portelense está muito empolgado. Disparada, a torcida foi a mais presente na Cidade do Samba. Um show na área reservada para o público. Dentro da pista, o “cala boca” da águia de Oswaldo Cruz e Madureira foi geral. O samba tão criticado teve ótimo funcionamento para a apresentação. Um dos principais responsáveis é o intérprete Gilsinho. O “casamento” dele com a bateria é a bola de segurança da escola. Nilo Sérgio tem o comando da Tabajara e, sem dúvida, já pode ser apontado como um dos principais mestres da história da azul e branco. O talento portelense tem o ápice no casal de mestre-sala e porta-bandeira, Marlon e Lucinha, que seguem dançando demais, esbanjando muito entrosamento e o perfeito encaixe da juventude dele com a experiência dela. * VEJA AQUI FOTOS DA APRESENTAÇÃO

VILA ISABEL: Surpresa da noite. A escola fez uma avalanche de fundamento do carnaval. Tinga, condutor do samba, com a bateria “Swingueira de Noel”, de mestre Macaco Branco, fizeram um espetáculo na Cidade do Samba. Destaque para uma das paradinhas, que remete as festas juninas, ritmo feito na Vila por quem conhece demais de música. Muito criticado, o samba-enredo foi cantado pelos componentes e pelo público. O “evoé” caiu no gosto popular. Quando a obra vem abraçada pela comunidade é difícil segurar. A comissão de frente trouxe diversos personagens do entretenimento. Como aconteceu em 2019 na Viradouro, o encontro Paulo Barros com Alex Neoral e Marcio Jahú gerou um algo a mais para o início do mini desfile da azul e branco. Muito entrosados, o casal Marcinho e Cris está totalmente adaptado na Vila e realizando apresentações seguras. * VEJA AQUI FOTOS DA APRESENTAÇÃO

IMPERATRIZ: Grande apresentação da Rainha de Ramos. Desde a comissão de frente, comandada pelo coreógrafo Marcelo Missailidis, com os integrantes fantasiados com requinte, passando por Phelipe e Rafaela, chegando na dupla Pitty de Menezes e mestre Lolo. A Imperatriz mostrou suas credenciais para após um longo tempo voltar a brigar pelo título do Grupo Especial, que não vem desde 2001. A comunidade não parou de cantar nenhum minuto. Mérito do cantor que fez estreia primorosa em um evento oficial da Liesa. A bateria segue perfeita. Toca para a escola e ainda consegue dar show de musicalidade. Primor! Foi muito bom ver novamente juntos o casal de mestre-sala e porta-bandeira. A dupla tem ótima sintonia. Organizada e feliz, a Imperatriz vive um clima de confiança de sua comunidade no que está sendo preparado para o desfile de 2023. O sinal dado no mini desfile é de muito competência de todos os segmentos e de emoção dos integrantes que acreditam que o “destino do valente Lampião” pode devolver o topo do Grupo Especial para Leopoldina. * VEJA AQUI FOTOS DA APRESENTAÇÃO

BEIJA-FLOR: A Baixada está em rebelião! A atual vice-campeã do Grupo Especial, está com “sangue nos olhos”, e promete “rasgar o chão do Sambódromo” em 2023. O mini desfile na Cidade do Samba reacendeu uma escola com uma gana não vista desde 2018, quando foi campeã, no último desfile de Laíla na escola. A abertura trouxe um tripé com o verso do samba “deixa nilópolis cantar”. O canto foi uniforme e feito com muita vontade pelos nilopolitanos. Os coreógrafos Saulo Finelon e Jorge Teixeira estrearam no comando da comissão de frente com um grupo que fez movimentos coreógrafos que indicam que vão ser utilizados no desfile oficial. O casal Claudinho e Selminha, com a categoria habitual, está muito bem encaixado nesta “nova Beija-Flor” que valoriza cada vez mais o quilombo da negritude. Sem a presença de Neguinho, em turnê na Europa, a equipe do carro de som teve a missão, mais uma vez, de segurar o samba e foi muito bem. A escola está muito bem servida na ala musicial. A bateria “Soberena” demonstrou a categoria rítmica e impulsionou o ótimo samba-enredo. * VEJA AQUI FOTOS DA APRESENTAÇÃO

VIRADOURO: Terceiro lugar em 2022, a Viradouro segue com um padrão de qualidade muito acima da média. No mini desfile, na Cidade do Samba, a abertura com os integrantes todos de vermelho e dançando com muito vigor deu a tônica da exibição. Sem dúvida, o trabalho dos coreógrafos Rodrigo Negri e Priscila Motta é um dos mais aguardados do ano que vem. Exuberante é a classificação ideal para apresentação do casal de mestre-sala e porta-bandeira, Julinho e Rute, sem firulas, dançando a arte do quesito que é único do carnaval. Elegância dele, o canto do samba aliado com o vigor na dança dela e o pavilhão esticado no alto são características da dupla. A organização da vermelho e branco favorece o sucesso da escola como um todo. Todos os mínimos detalhes são tratados com muito cuidado. O tripé trouxe mulheres simbilizando as várias faces de Rosa Maria Egipcíaca. A comunidade cantou forte, inclusive, na parte em que tem a responsabilida de gritar: ‘Eu sou a santa que o povo aclamou”. A dupla Zé Paulo e Ciça são patrimônios da Viradouro. O intérprete tem no comando um grande samba-enredo e está sabendo utilizar todas suas vertentes e a bateria, em um andamento confortável, tocando para o desenvolvimento uniforme do samba, sem deixar de lado o show habitual que proporciona para o público. A “ventania de Niterói” chegará, mais uma vez, com muito poder na Sapucaí. * VEJA AQUI FOTOS DA APRESENTAÇÃO