A Imperatriz Leopoldinense anunciou na madrugada desta sexta-feira o nome da nova rainha de bateria. Maria Mariá, cria da comunidade e integrante da ala de passistas, assume o posto que era ocupado pela cantora Iza até o Carnaval 2022. Moradora do Complexo do Alemão desde seu nascimento, ela fez parte da ala mirim da escola e, até o último carnaval, era da ala de passistas. A nova rainha é estudante e cursa comunicação social na Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro.

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Fotos: Divulgação/Imperatriz

“A alegria de ser uma mulher preta, favelada, atleta, universitária de uma faculdade federal e do CPX carrega a gana e a vontade de representar tudo que a escola merece”, afirma Mariá, que também é faixa preta de taekwondo.

Maria Mariá recebeu a notícia da escolha através da presidente da Imperatriz, Cátia Drumond, que promoveu um encontro surpresa no barracão da escola, na Cidade do Samba. Ovacionada pelas colegas da ala de passistas, ritmistas e demais segmentos, Mariá reinará a frente da “Swing da Leopoldina”, do Mestre Lolo, em 2023.

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“A nossa gestão acredita que uma das principais figuras femininas de uma escola de samba, como a rainha, deve ter uma relação com a instituição, ritmistas e, principalmente com a comunidade, acalorada. Por isso, nossa escolha. Que seja um belo reinado para a nossa Maria Mariá e que ela seja vista como referência para tantas jovens das nossas favelas”, diz a presidente.

Escorpiana, vascaína e lepoldinense, Mariá Mariá será coroada na quadra da escola, mas a data do evento ainda não foi confirmada.

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Confira abaixo a publicação da escola.

“Rainha se faz em casa.

Com vocês, Maria Mariá! Cria de Ramos, do CPX e da Imperatriz Leopoldinense.

Nesta noite – com muita surpresa e festa – coroamos quem reinará a frente da Swing da Leopoldina.

Alô, Swing da Leopoldina, a festa está liberada!”

Em 2023, a Imperatriz Leopoldinense será a quarta agremiação a desfilar na segunda-feira de Carnaval, no dia 20 de fevereiro, com o enredo “O aperreio do cabra que o excomungado tratou com má-querença e o santíssimo não deu guarida”, do carnavalesco Leandro Vieira.

O tema se inspira em cordéis populares, como “A chegada de Lampião no inferno”, “O grande debate que teve Lampião com São Pedro” e “A chegada de Lampião no céu”, que se debruça nas hipóteses da literatura de cordel sobre o que teria acontecido com a alma do cangaceiro após sua morte, em 28 de julho de 1938.