Última escola a realizar o ensaio técnico no ciclo do carnaval 2022, a Mocidade Alegre entrou na avenida em clima de desfile e incendiou o arquibancada. Isso porque, as interações com o público tiverem retorno. Emocionada, a presidente Solange Cruz agradeceu aos Prettos (grupo de samba) que desfila na quarta alegoria, junto à velha-guarda. Ela também aproveitou pra agradecer todo comprometimento com a escola da Thelminha, ex-BBB.
Harmonia
A parte musical da escola foi um dos destaques, tanto na parte do canto da escola, quanto no carro de som. As alas apresentaram um nível de regularidade no canto que destacou. O samba, que tem características de pagode, teve um retorno muito positivo, o que não torna a experiência de assistir ao desfile massivo.
O carro de som apresentou arranjos de cordas que casaram com o samba. Logo na retomada da bossa do “se ajoelha”, os cavacos fazem uma caída proposital de três notas. Também no trecho: “Na hora da sede”, o violão faz um dedilhado.
Em relação ao time de intérpretes, as vozes femininas enriqueceram. Pôde-se notar variações de canto, como no trecho: “Onde Deus fez a morada”.
“Estamos fazendo um trabalho árduo já, com esse tempo de pandemia que sabemos que é o carnaval da vida. A gente precisa muito transparecer isso na avenida, com nosso pessoal, nossa comunidade. Trabalho forte de canto. Hoje nós fizemos algumas coisas que estamos trabalhando massivamente e diariamente para conseguirmos almejar nosso ideal. É um pouco complicado, mas a gente almeja e tem fé que irá conseguir. No dia a dia, com as pessoas com medo de ir para a quadra, com as pessoas que trabalham e estão longe da gente, aí a gente pensa nas pessoas que já partiram e somamos tudo isso à emoção, que acho que passamos um pouco aqui hoje. O trabalho ainda não acabou. Temos ensaios essa semana toda, alguns trabalhos na outra semana, e só pararemos os trabalhos na última quarta-feira pré-carnaval”, disse Magno Oliveira, diretor de harmonia da Mocidade Alegre.
Evolução
A escola teve um andar seguro e uma boa sincronia entre os componentes durante as coreografias. “Yô, yô! Yô, yô!” é uma parte que a escola aproveita pra se movimentar de um lado pro outro, de forma sincronizada. “Na hora da sede” também é um trecho que os componentes aproveitam pra evoluir com os braços.
Mestre-sala e Porta-bandeira
O primeiro casal da Mocidade Alegre, Uilian Cesário e Karina Zamparolli, esbanjaram simpatia e carisma no último técnico. O bailado do casal equilibra o clássico com moderno, e adicionam passos característicos do enredo, como no momento antes do giro de cortejo. O casal usou uma fantasia laranja, com detalhes em amarelo.
Bateria
Vestidos de malandro e divididos entre vermelho/verde e azul/branco na camiseta, a Ritmo Puro do Mestre Sombra foi também uma das responsáveis por levantar as arquibancadas. Durante a passagem na monumental, bateria realizou a bossa “se ajoelha”. Na entrada no recuo, o Grupo miscigenação realizou uma coreografia com a Rainha Aline Oliveira.
“Ensaiamos, estamos dentro da proposta. Somos suspeitos para falar alguma coisa. O desempenho que queríamos, nós tivemos. Fizemos nada diferente hoje, a não ser a proposta que a gente tinha na letra do samba que é de ajoelhar. O ponto alto, ritmo, entrosamento, tudo dentro dos conformes”, afirmou mestre Sombra.
Outros destaques
A comissão também foi um destaque. Com o tripé que pareceu ser do desfile, eles evoluíram com dois grupos (verde, apenas com mulheres e vermelho, apenas com homens).
Pela faixa, deu pra notar que o abre-alas será acoplado, o que fez preencher um grande espaço da avenida. Outro destaque ficou por conta da animação e empolgação da ala das crianças, que vem no segundo carro. Todas as crianças vieram com adereço verde e prata nas mãos.