Enfim, o sonho se concretizou. Com a presença de autoridades municipais e integrantes das escolas de samba, os sete barracões que faltavam ser concluídos na Fábrica do Samba da cidade de São Paulo foram entregues pelo prefeito Ricardo Nunes (MDB) em cerimônia realizada na manhã desta sexta-feira. O local, que já abriga sete escolas do Grupo Especial, nas próximas semanas será ocupado pelas demais agremiações que desfilam na elite do Carnaval paulistano em 2022.

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Fotos: Lucas Sampaio/Site CARNAVALESCO

Sambistas comemoram a conclusão da Fábrica do Samba: ‘um sonho’

O clima era de euforia entre os sambistas que marcaram presença no evento, que contou também com a participação da bateria da Águia de Ouro. Os ritmistas conduziram até o palco o prefeito, seu casal de mestre-sala e porta-bandeira e a côrte do carnaval ao som dos seus instrumentos. Questionado sobre a importância da entrega dos barracões, o cantor Tobias da Vai-Vai exaltou a história do carnaval paulistano até chegar neste momento.

“Tudo isso é amostra da preocupação do poder público, do reconhecimento do poder público com a nossa cultura. Esse trabalho que vem de lá trás dos nossos ancestrais, das sementes que eles plantaram. Quem diria. É viver um sonho estar com essa estrutura toda”, disse.

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A presidente da Rosas de Ouro, Angelina Basílio, era a cara da alegria no palco, e falou para o site CARNAVALESCO com bastante otimismo sobre o futuro do carnaval paulistano.

“Você ter um galpão de 8 metros, com todas essas instalações, almoxarifado e todos os itens de segurança. Todos os ateliês aqui. Aqui é o futuro. A Fábrica do Samba vai ser um dos maiores polos turísticos e culturais de São Paulo e do país inteiro. Além de ter os barracões de alegorias, vai ter show, exposições e outros eventos aqui dentro. Estou muito feliz. Estou há 50 anos no carnaval, 50 de Rosas de Ouro. Aqui é um sonho que se tornou realidade”, comentou.

As palavras de Angelina dão o tom da expectativa de que o Carnaval de São Paulo alcançará um outro patamar de excelência. “Aqui é um barracão adaptado, adequado, para que sejam confeccionadas as fantasias e as alegorias”.

Gratidão e ‘coragem’ fazem parte dos discursos dos presidentes da Liga e da Câmara

Em discurso realizado durante o evento, o presidente da Liga-SP Sidnei Carriuolo relembrou a trajetória percorrida até a conclusão das obras. “Gostaria de agradecer ao prefeito por concluir essa obra. Nós sambistas sabemos como é importante se fazer um desfile com paridade. Estamos dando um grande passo, e isso vai fortalecer o carnaval, quando todas as 14 escolas do grupo especial estiverem nesse espaço para fazer aquele trabalho maravilhoso. É uma luta que vem de vários anos. A gente espera retribuir na cidade de São Paulo com um carnaval maravilhoso. Sabemos o quanto está difícil fazer o carnaval esse ano, mas a vida está voltando ao normal e se Deus quiser, daqui pra frente, será muito melhor do que era antes”, disse.

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O presidente da Câmara Municipal, vereador Milton Leite (DEM), exaltou a “coragem” da prefeitura, além de falar da importância da Fábrica do Samba para o carnaval da cidade. “Para investir no carnaval na pandemia tem que ter coragem. Para realizar essa obra, estávamos em dificuldade. O recurso federal não foi passado, e tivemos que fazer um apelo ao prefeito. Hoje temos uma casa de cultura. A Fábrica do Samba é uma fábrica de sonhos. É um espaço digno que traz o carnaval de São Paulo para outro patamar”, discursou.

‘Não sei sambar, mas sei cantar’

Com direito até a uma roda de samba improvisada, o prefeito Ricardo Nunes iniciou seu discurso brincando com os sambistas que estavam próximos ao palco. Chamou os icônicos cantores Ernesto Teixeira e Tobias da Vai-Vai para cantarem junto com ele versos de ‘O Samba da Minha Terra’, de Dorival Caymmi. “É um momento muito importante para a história da cidade de São Paulo, para nosso estado e para o nosso país, onde as imagens são transmitidas para o mundo todo. Vocês têm uma participação muito importante para a imagem, da visão que o mundo tem da nossa cidade”, exaltou o prefeito.

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Ao falar sobre o andamento das obras, Nunes criticou o Governo Federal por não cumprir com sua parte no envio de verbas. “Tem momentos na vida que precisamos bater a mão na mesa e decidir. A obra era feita com recursos do Governo Federal e do municipal, e em um certo momento que até o momento desconhecemos o porquê pararam de vir os recursos federais. A obra foi ficando parada, se degradando e a gente com a necessidade de entregar essa obra. A gente optou por colocar recursos da prefeitura para concluir a obra, e hoje estamos entregando para vocês”, declarou.

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