Reeditando o samba em homenagem ao Flamengo, neste carnaval de 2022, a Estácio de Sá levou a bateria Medalha de Ouro, seu carro de som comandado pelo intérprete Serginho do Porto, e alguns segmentos e alas para fazer um ensaio no Setor 11 da Sapucaí. Mestre Chuvisco tem o desafio de trabalhar uma nova versão da bateria para o samba de 1995, e, durante o treino, os ritmistas demonstraram bastante garra, alegria e criatividade na condução do ritmo. Antes do ensaio, ele falou à reportagem do site CARNAVALESCO sobre a importância de trazer o trabalho para ser testado no Sambódromo, isso, logo depois de abraçar o ídolo rubro-negro e colega de escola, Athirson, que estava prestigiando o evento.
“É como se fosse fazer uma preliminar no local do jogo. A gente ensaia na rua, a gente ensaia na quadra, mas nada melhor do que ensaiar onde vai acontecer o desfile oficial. Até para a gente poder tirar nossas dúvidas. Porque às vezes, estamos fazendo um tipo de arranjo, e quando chega aqui, aquela coisa que a gente acha que está dando certo, não funciona. É importante fazer um ensaio aqui para tirar todas as dúvidas, e, quanto mais ensaio puder ter aqui, para gente é melhor”, explicou Mestre Chuvisco.
Com a bateria um pouco mais reduzida em relação ao desfile de 2020, quando eram 270 ritmistas, diminuindo para 255 para o próximo carnaval, mestre Chuvisco comentou o desafio de trabalhar com a releitura de um samba com grande apelo, até pelo tema, e revelou que trabalha com até quatro bossas para o desfile de abril.
“A gente deu uma nova roupagem, para não dizer que a gente não vai trazer nada de 95, em 95 tinha uma bossa que era na segunda do samba onde as caixas continuavam tocando e a marcação fazia um desenho. A gente está fazendo um pouco diferente, secando as caixas e todo mundo fazendo essa marcação junto, só para poder relembrar esse ano de 1995, e o restante é tudo novo. Estamos com quatro bossas para apresentar, e daqui até o desfile a gente vai estar ensaiando, chegar o dia do desfile, a gente começar e ver que está dando tudo certo, a gente leva as quatro para a pista. Mas se a gente ver algo errado, a gente já deixa o que está ruim de lado e usa as outras, por isso que a gente faz mais de uma. Tem muita coisa legal. Eu acho que o mais diferente do que vai acontecer é no refrão do meio que começa na parte do “É Mengo tengo”, a gente está botando um pagodinho, e no meio disso entra uma bandinha, que é como se fosse a charanga do Maracanã”, explicou o comandante da bateria Medalha de Ouro.
Serginho do Porto abriu o ensaio com o samba de exaltação da Estácio e fez o esquenta com o samba de 2016 do desfile sobre São Jorge. Serginho, antes do ensaio, falou ao site CARNAVALESCO sobre a importância de encarar ensaios como esse e o ensaio técnico oficial, não de uma forma como um espetáculo, mas como uma oportunidade para corrigir aquilo que não está perfeito.
“É muito importante esse tipo de ensaio, porque é aqui que a gente vai corrigir todos os erros que a gente precisa para poder botar a escola na Avenida. Isso para a gente é primordial. Ensaio técnico é para isso. É para você sempre corrigir. Mas, hoje em dia os ensaios técnicos acabaram virando uma verdadeira disputa. As pessoas acabam achando que os ensaios técnicos são desfile, e não é isso, ensaio técnico é para aprimorar, tirar os erros para fazer a coisa certa, assim como esse ensaio daqui”, entende o intérprete.
A Estácio de Sá será a terceira escola a desfilar na segunda noite de desfiles da Série Ouro, com o enredo “Cobra-coral, Papagaio Vintém, #VestirRubroNegro não tem pra ninguém”. Antes a escola vai realizar o seu ensaio técnico na Marquês de Sapucaí, no dia dois de abril.