InícioGrupo EspecialPaes explica adiamento dos desfiles de fevereiro para abril: 'Foi uma solução...

Paes explica adiamento dos desfiles de fevereiro para abril: ‘Foi uma solução estratégica para preservar o carnaval’

'Estamos vendo muitos grupos ideológicos contra o carnaval. O carnaval precisa ser protegido', disse o prefeito do Rio de Janeiro

O prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, participou na noite de segunda-feira do programa “Roda Viva”, da TV Cultura, e foi perguntado pelo jornalista Ruben Berta, do portal UOL, sobre a decisão de adiar os desfiles de fevereiro para abril de 2022. Em sua questão, o repórter citou que não foi uma questão apenas científica.

Foto: Reprodução de TV

“Já disse algumas vezes. Primeiro, outro dia conversando com os presidentes das escolas disse que eles apanham de tudo quanto é lado, porque são a Sapucaí. Ninguém joga pedra em árvore que não da fruto. O carnaval da Sapucaí, como do Anhembi, em São Paulo, é um carnaval que chama muita atenção. Aquela festa tem um custo. A prefeitura da uma ajuda, mas tem venda de ingresso, venda de camarotes, patrocinadores que temem associar sua marca a uma festa que pode ser considerada genocida (que mata as pessoas por Covid-19), tem cobertura de televisão, graças a Deus, a TV Globo faz a cobertura e paga por isso para escolas de samba. Teve um momento ali que tinha um risco reputacional para o carnaval”, disse Paes, que completou sobre a decisão de adiar os desfiles.

“Neste momento, infelizmente, nessa disputa doida do Brasil, todos nós que amamos a diversidade, cultura, artes, temos que atentos a isso, porque aqueles que não aguentam e não conseguem olhar o diferente, olham o carnaval como ele é, uma celebração cultural, como origem de religão de matriz africana. Estamos vendo muitos grupos ideológicos contra o carnaval. O carnaval precisa ser protegido. Tomei uma decisão a partir da análise de todo esse quadro. Até sabia que e tinha esperança que estaria acontecendo o que está acontecendo, com a taxa de transmissão muito baixa. Infelizmente, isso tudo assustava os patrocinadores e tem uma conta cara para pagar. O subsídio que a prefeitura ajuda, mas não resolve o problema. Foi uma solução estratégica para preservar essa celebração fantástica, que é o carnaval, e, para que nós pudéssemos ter esses patrocínios todos garantidos. É o melhor dos mundos? Não, eu sou um prefeito que gosto muito do carnaval”.

Perguntado sobre o envolvimento de milícias nas escolas que desfilam na Intendente Magalhães, Paes respondeu qual é a medida da prefeitura para o caso. “Esse é um tema que vamos levar uma discussão mais longa. Sempre defendi que as escolas de samba, que são um ativo cultural, sempre foram foco da minha atenção. É muito importante para economia carioca e brasileira, além da manifestação cultural. No meu outro governo, a gente estrututou muito as quadras das escolas de samba para serem usadas durante o ano com eventos e shows para serem autosustentáveis. Defendi o subsídio e óbvio que você tem controles, mas que não são perfeitos. O melhor caminho é a gente dar sustentabilidade para escolas de samba. O Grupo Especial e Acesso, que desfilam na Sapucaí, poderiam estar sobrevivendo com as marcas das escolas, um pouco mais de tecnologia e a própria quadra”.

- ads-

Sambistas rasgam elogios ao espetáculo ‘O Som do Morro’, de Patrick Carvalho

Durante a estreia do espetáculo “O Som do Morro”, do coreógrafo Patrick Carvalho, no SESC Copacabana, diversos sambistas estiveram marcando presença e reverenciando o...

Conheça o enredo da Acadêmicos de Vigário Geral para o Carnaval 2025

A Acadêmicos de Vigário Geral invoca as letras de Francisco Guimarães, vulgo Vagalume, jornalista descendente de escravizados que jogou luz sobre as frestas da...

Imperatriz Leopoldinense atualiza calendário de concurso de samba-enredo

Com a Liga Independente das Escolas de Samba (Liesa) indicando que o "calendário do carnaval" será antecipado em um mês, por exemplo, com os...