Compositores: Cláudio Russo, Tem Tem Jr., Júnior Fionda e Lequinho
Intérpretes: Tem-Tem Sampio, Luizinho Andanças e Leléu

Deu meia-noite no pátio do terço
O velho endereço de novos tambores
À meia-noite, vestido nas cores da grande nação
No baque virado, remanso das dores
Ecoam clamores por libertação
A escuridão…
Acorda o silêncio, acende a paz
É o vento de Oyá que evoca Egum
São meus ancestrais sob o axé de Olorum.

Ê Luanda, Luandê
O Ilê da minha raça
Sem corrente, nem mordaça
Que prenderam o passado
Ê Luanda, Luandê
Frente à igreja do Rosário
Não há culto proibido
Nem há Deus escravizado

Chama Dona Santa, o espelho de Badia
Pra ver Maracatu estremecer a sacristia

ORA IÊ IÊ, ORA IÊ IÊ
COMO É BONITO MINHA MÃE SEU ABEBE

O baque estanca no terço
O chão parece um altar
Clareia, Clareia…
É Loa de povo preto
É lua pra vadiar
Vadeia, deixa vadiar…
Onde a nossa voz é estandarte
Eu forjei a minha arte
Na justiça de Xangô
Fé reprimida, vidas perdidas
A noite infinda no axé Nagô

OYÁ IGBALÉ OYÁ
SOU EU A VOZ DOS INOCENTES
OYÁ EPARREI OYÁ
A ALMA PRETA SE FAZ PRESENTE

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