A Vila Isabel ainda era uma escola ioiô, oscilando entre os primeiro e segundo Grupos. A cada rebaixamento, fervilhava a roda de comentários nos bares da Praça Sete. E uma das vozes que mais protestavam era a rouquidão de Jarbas, compositor, um dos filhos de Seu China (Antônio Fernandes da Silveira), fundador da Azul e Branca.

– Só tem um jeito: explodir isso tudo! – alardeava o compositor, com a sua voz de xiita, os olhos faiscando de indignação.

Naquela época, no início da década de 70, as reuniões da Vila eram feitas na antiga Escola Torres Homem, na rua Barão de São Francisco, na descida do túnel Noel Rosa. E eis que, numa bela noite, chega o Jarbas, carregando uma sacola suspeita. A reunião da diretoria já havia começado. O compositor passou sem cumprimentar ninguém e ficou sentado numa das últimas cadeiras. Pôs a sacola ao lado.

De repente, a voz sinistra de Jarbas fez calar os diretores: – Chega de sacanagem! Agora chega porque hoje eu vou explodir essa… – levantou-se e enfiou a mão na sacola suspeita. Saíram todos em disparada. Não ficou ninguém pra ver.

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Minutos depois, o zelador da escola voltou, apavorado: – Calma, Seu Jarbas. As crianças precisam da escola pra estudar. O “terrorista” abriu a sacola: – Fica frio. São só as minhas ferramentas… – mostrou os pincéis, estopas, lixas e um rolo de fita adesiva.

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