Numa reunião de preparação de julgadores, um dos especialistas no quesito Enredo aproveitou a oportunidade para dirigir uma pergunta aos representantes das Escolas.
– Por que os senhores colocam nomes exóticos em fantasias que não existem?
Os sambistas pediram que o julgador se explicasse melhor. E ele foi bem claro, dando um exemplo:
– Aquelas moças que desfilam no chão, à frente das alegorias. Elas vêm praticamente peladas e os senhores inventam nomes estapafúrdios para fantasias que ninguém vê.
Houve um silêncio no plenário. O julgador prosseguiu:
– No ano passado, por exemplo. Uma determinada Escola apresentou um carro sobre o Egito. E, à frente dele, veio uma morena bonita, completamente despida. Mas, lá na defesa do enredo havia um nome para a “fantasia” dela: era “A Favorita do Faraó”.
Muitos risos. Mas, o julgador permaneceu sério, aguardando uma explicação.
Até que um dos sambistas argumentou:
– O senhor não entendeu. Era a favorita do presidente.