Compositores: Marquinhos Diniz, João Martins, Zé Luiz, Flavinho Bento e Willian Santanna
Intérpretes: Pixulé e Marquinho Art Samba

É Baobá
Tronco forte do destino
Que nas terras de Rufino ganhou forma de Jaqueira
O Canzuá da sagrada criação
Onde Paulo é Guardião, Orixá de Madureira
Mas o pilar, que une o céu e a terra, mora
Por onde aflora a cultura ancestral
Há tantos galhos matizados de lilás
Pra que avó dos orixás viva seu templo Natal
Quantas sementes desse meu lugar
Floriram da seiva do axé, Baobá
O Quilombo de Candeia pede Okolofé
Babá Igi Osé

Valei-me Nanã Buruquê! É hora!
Traz flores que Xapanã mandou
Pra cura da chaga de nossa gente
Tem reza de Preto Velho, mandinga de Marabô
Das cores de Oxumarê, a copa
Floresce muzimba, Jeje e Nagô
Brotam acordes de Paulinho da viola
Num amor azul e branco que Monarco me ensinou

Por esses mares de uma vida inteira
Corriam rios de sangue
Quem sabe as dores do Valongo Ressoam nas pedras do Mangue
Do chão pisado da Velha Gamboa Resiste a alma africana
Árvore sagrada, yorubana
O embondeiro que guarda a raiz do samba
Onde vi Casquinha, Argemiro e tantos mais
Ogans, yaôs, yabás
Portela é resistência, é meu dever lembrar
Fincada sob os pés de Olorum
Cajado de Oxalá

Meu baobá é flecha de Odé
Machado de Xangô, axé!
Se a vida é um jardim, Portela é a flor
Mais perfumada de um poeta sonhador

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